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Olimpíada faz chineses cancelarem viagens domésticas e internacionais
DATA DA PUBLICAÇÃO 11/08/2008 | Turismo
E você, já comeu hoje?
Logo após os cumprimentos de praxe, os chineses vão logo perguntando: "Já comeu hoje?". Para os poucos ocidentais que compreendem o mandarim - dialeto oficial entre os mais de 100 existentes na China -, a frase pode soar um tanto esquisita, mas se justifica entre aqueles que conhecem um pouco da história do país. Houve épocas no local em que a escassez de alimentos matou muita gente.

Quem sobreviveu passou a cultivar a tradição de, antes de mais nada, demonstrar atenção ao bem-estar estomacal do próximo.

Também deve-se aos prolongados jejuns outro curioso costume chinês à mesa: o de comer iguarias como besouros, gafanhotos, escorpiões, centopéias e o que mais passar andando à frente. De preferência, servidos vivos, para garantir que são frescos.

A luta pela sobrevivência transformou a culinária chinesa em uma das mais diversificadas do mundo. À época, nem cachorros, gatos e macacos escapavam da panela. Os fiéis amigos dos cães que estiverem a caminho de Pequim, no entanto, não têm com o que se preocupar: além de o filé de cachorro ter sido proibido durante os Jogos Olímpicos, ninguém lá costuma preparar tal iguaria, restrita apenas às cozinhas do Cantão, no Sul, e a alguns vilarejos do interior e Norte do país.

Na capital, quem faz sucesso mesmo é o pato laqueado, também conhecido como Pato à la Pequim. Considerado a especialidade predileta dos nobres há 700 anos, o prato caiu no gosto popular e estrela nos cardápios dos restaurantes pequineses com preços que variam de 40 yuans (cerca de R$ 9), para duas pessoas, a até 300 yuans (R$ 70), conforme o grau de requinte do estabelecimento.

Previamente preparado com molho agridoce, o pato laqueado requer 40 minutos no forno a lenha e é servido com uma pele bem dourada e crocante, característica que o diferencia de todos os demais assados. O tempo total de preparo, no entanto, pode levar até seis horas entre o tempero e o cozimento, pois respeita-se toda uma cerimônia. Até o espeto tem de ser feito de sândalo, madeira que deixa um aroma único na carne. Sem falar nos condimentos.

Os acompanhamentos, por sua vez, variam bastante conforme a região. Longe de se parecer com os yakissobas e rolinhos primavera servidos nos restaurantes do Brasil, a autêntica culinária chinesa procura obedecer aos princípios do Yin e do Yang, prezando pela dualidade entre os sabores salgado e doce, suave e picante, além de ser dividida em dois estilos: sulista e nortista.

Em geral, os pratos do Norte são oleosos mas não enjoativos, e os sabores do vinagre e do alho tendem a ser mais acentuados. As massas desempenham papel importante nessa cozinha: talharim, pastéis do tipo ravióli, bolos recheados, bolinhos de carne e pão assado no vapor são delícias favoritas derivadas da farinha de trigo. Representam bem esta vertente culinária as cozinhas de Pequim, Tientsin e Shantung.

Já no Sul, os pratos são famosos pelo uso liberal da pimenta ou por enfatizarem o frescor e a suavidade. A comida cantonesa, que tende a ser um pouco doce e bastante variada, também é encontrada nessa região do país. O arroz e seus derivados (tais como talharim, bolo e mingau) são os acompanhamentos usuais do estilo sulista.

Mas seja qual for a região visitada, cores, aromas e sabores não faltarão à mesa. Tudo, é claro, acompanhado do popular chá verde, que acompanha todas as refeições e vence disparado a preferência dos chineses, faça frio ou calor.

Por Heloísa Cestari - Diário do Grande ABC
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