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DATA DA PUBLICAÇÃO 22/01/2013 | Setecidades
Duplicação da rede de transmissão elétrica evitará apagões no ABCD
Duplicação da rede de transmissão elétrica evitará apagões no ABCD Trabalhador faz ajuste na rede elétrica no ABCD. Foto: Andris Bovo
Trabalhador faz ajuste na rede elétrica no ABCD. Foto: Andris Bovo
Obra prevista para começar em fevereiro passará por Santo André e São Bernardo, aumentando a confiabilidade da rede de transmissão de energia; ambientalistas fazem críticas ao impacto

Desde que a presidente Dilma Rousseff anunciou a redução de 20,2% nas contas de energia elétrica a partir deste ano, o tema se tornou foco de especulações sobre uma possível crise do setor. Enquanto especialistas discutem se o País terá ou não apagões, a duplicação da rede de transmissão elétrica da subestação Sul, em Santo André, vem para afastar esse fantasma do ABCD. Ao aprovar a obra, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), autarquia do Ministério de Minas e Energia, quer tornar o fornecimento elétrico da Região mais confiável e estável, reduzindo possibilidades de panes ou apagões. O investimento será de R$ 15,9 milhões.

A linha, com 17 quilômetros de extensão, passará por Santo André e São Bernardo paralela à já existente. Hoje, a faixa utilizada é de 50 metros, e após a duplicação deverá ter entre 80 e 100 metros, dependendo do trecho. O projeto da CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista) também prevê a construção de 53 torres de alta tensão com até 100 metros, sendo cinco delas dentro do Parque Natural do Pedroso, unidade de conservação de proteção integral de Santo André. A obra, totalmente aérea, também atravessará a represa Billings.

PRIORIDADE

As intervenções são consideradas prioritárias pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico do Grupo de Trabalho da Copa de 2014. A expectativa da CTEEP é iniciar as obras em fevereiro deste ano, assim que a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) liberar a licença de instalação do projeto. No entanto, o órgão ambiental esclareceu que ainda não recebeu a solicitação do documento por parte da CTEEP. A companhia informou que trabalha para atender às condicionantes ambientais.

Assim que tiver a autorização da Cetesb, as obras serão iniciadas na subestação Sul da CTEEP, localizada na rua Carijós, em Santo André. Passará por São Bernardo e seguirá sentido Alto da Serra, para as subestações Baixada Santista, Embu-Guaçu e Tijuco Preto, de onde o ABCD recebe o fornecimento de energia elétrica. As subestações integram o Sistema de Furnas, formado por 15 hidrelétricas e duas termoelétricas. Após ser alimentada, a subestação de Santo André abastece a Região. A expectativa é que a obra leve 12 meses para ser concluída.

A intervenção, apesar de importante, não aumentará o fornecimento de energia do ABCD. O objetivo é dar mais qualidade ao fornecimento já existente. Para aumentar o fornecimento seria necessário que a capacidade de transformação da subestação de Santo André, que hoje é de 1,6 mil MVA (megavolt ampère), fosse alterada, o que não está previsto no projeto.

Obra de expansão causará impacto na represa Billings

Mais uma vez, uma grande obra passará pelo ABCD e fará da represa Billings um dos locais mais atingidos pelos danos ambientais. O projeto para a duplicação da rede de transmissão elétrica da subestação Sul da CTEEP (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), em Santo André, prevê a utilização das faixas já existentes em metade do trajeto, porém nos outros 50% será necessário abrir novas faixas, o que causará maior impacto, com o corte de vegetação. E isto ocorrerá justamente no trecho da represa.

“O lado bom é que os danos poderiam ser piores, mas se resumirão a 50%. Mas ficarão restritos na área mais frágil: a represa”, destacou Wladimir Rodrigues Barbosa, integrante do Comugesan (Conselho Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental de Santo André) e representante do Instituto Qualicidade. A situação foi descoberta em audiência pública realizada em novembro do ano passado, em Santo André.

O projeto prevê faixas compartilhadas nas obras de ampliação até a região da represa. A partir desse ponto se inicia um afastamento das linhas em até 190 metros e é criada outra faixa de 50 metros de largura. “A justificativa da empresa é de que na área venta muito, o que pode causar balanço das linhas e se elas se tocarem pode haver um curto-circuito”, explicou Barbosa.

NASCENTES

A perda de mata ao redor da represa compromete o fluxo hídrico das nascentes, o que danifica a capacidade do manancial já tão prejudicado pelo despejo de esgotos in natura e da ocupação irregular. A represa Billings é responsável pelo abastecimento de 1,6 milhão de pessoas em São Bernardo, Diadema e parte de Santo André.

Compensação é insignificante, alerta conselho ambiental

De acordo com o EIA/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental), o traçado da duplicação da rede de transmissão elétrica do ABCD afetará diretamente cinco nascentes, 321 espécies de aves, 21 mamíferos e 32 anfíbios devido à supressão vegetal. Como compensação, a CTEEP (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) destinará apenas 0,05% do total do investimento da obra, o que significa R$ 80 mil. Diante dos danos, os ambientalistas criticam a quantia.

“O valor é irrisório. Estamos falando de uma obra de R$ 15,9 milhões que causará danos”, disse Wladimir Barbosa, membro do Comugesan. Entre os danos ambientais, Barbosa cita a emissão, em dobro, das radiações eletromagnéticas. “Estudos mostram que tais emissões desorientam os anfíbios nas suas rotas de reprodução e reduz a população de insetos, importantes polinizadores”, revelou.

Já a Prefeitura de São Bernardo se preocupa com os locais onde serão investidos os recursos, uma vez que o EIA/Rima sugere que as compensações sejam realizadas no Parque Natural Municipal do Pedroso e Parque Estadual da Serra do Mar. Como a maior parte do traçado está no município, São Bernardo sugere que parte da verba seja destinada para a implantação e manutenção do Parque Natural Municipal Riacho Grande, proveniente das compensações do trecho Sul do Rodoanel.

APRECIAÇÃO

A proposta de São Bernardo deverá ser submetida à apreciação da Câmara Técnica de Compensação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que decidirá sobre a destinação destes recursos. Sobre o valor da compensação, a CTEEP explicou que segue orientação da lei federal nº 9.985/2000.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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