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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/03/2010 | Cultura
''Dourado e Cadu já eram amigos antes do BBB'', diz Michel
Em uma das edições mais polêmicas do "Big Brother Brasil", que termina hoje, o publicitário Michel Turtchin, 31, foi um dos principais alvos de comentários maldosos. Logo na segunda semana do programa, trocou a namorada que deixou em São Paulo, onde mora, por Tessália, provocando a ira de muitas mulheres, segundo ele. Depois, estreitou a amizade com Serginho, levantando rumores de que seria gay, assim como o amigo.

Ele afirma que, dentro da casa, todos os participantes sabiam que Dourado e Cadu, dois dos finalistas, se protegiam por serem amigos fora do programa. Procurada, a assessoria da Globo nega que os participantes fossem amigos antes do programa. "Cadu já falou no programa que cruzou com ele [Dourado] em alguma academia [em que trabalharam juntos], mas que não eram amigos, nunca se falaram."

Michel diz ainda que gostava muito de conversar com Elenita e Tessália, porque o papo da maioria dos participantes era sempre sobre assuntos muito fúteis, como "silicone e campeonato de pum". "O papo que rola lá é só isso e eu não suportava esse assunto."

Leia trechos da entrevista.

Por que você decidiu se inscrever para o programa?
Michel -
Eu adoro o "BBB". Dentro da casa, eu era o "consultor" de todo mundo, porque eu já tinha assistido a todos [os programas de edições anteriores] e já sabia mais ou menos qual era a dinâmica do negócio, o que cada um [dos participantes] das edições passadas fez que acabou prejudicando. Mas, entrando na casa, você descobre que não tem nada a ver. Tudo o que você conhece do "Big Brother", lá dentro, é totalmente diferente. Porque você não está vendo tudo. Você está aqui conversando, e na outra sala está rolando outra coisa. Então, você não tem essa visão total do negócio e acaba entrando em roubada. Acabam falando coisas de você e você não sabe, você acaba ficando amigo de pessoas que talvez estão querendo o seu mal.

Uma situação que rolava constantemente: você está conversando com uma pessoa e ela faz uma cara meio feia para você e a outra vem e te abraça. Aí você pensa: 'Essa que me fez a cara feia, acho que ela votou em mim, e a que me abraça é minha amiga'. Aí você vai descobrir que o cara que fez a cara feia não fez nada e o que te abraça é o que te vota. Então, é muito complicado, e aí o clima é bem estranho lá dentro, é uma coisa meio pesada.

Quem assiste percebe que as pessoas estão sempre tensas.
Michel -
Nenhum dia é bom. Domingo tem a formação de paredão, na segunda, você ou um amigo seu já está no paredão, terça-feira é um dia insuportável, porque você não sabe quem vai sair. Na quarta melhora, quando tem festa à noite, mas você não pode encher a cara porque na quinta tem a prova do líder. Na sexta, com o líder selecionado, já sabe em quem ele vai votar. Sábado tem a prova do anjo. Quarta-feira todo mundo considerava o melhor dia.

O pessoal fica bêbado mesmo?
Michel -
Fica. Tem horas em que você lembra que você está sendo filmado, mas nas festas você esquece.

Uma telespectadora perguntou sobre uma conversa sua com o Serginho, e você disse que não se lembrava.
Michel -
As pessoas assistem ao programa como se fosse uma novela, um livro, e decoram suas falas, elas sabem que atitude você tomou. Mas no dia a dia, eu não lembro o que eu conversei com a minha mãe hoje de manhã. Mas lá as pessoas marcam bastante [o que você fala].

Ainda mais porque a maioria das pessoas não vê o programa 24 horas por dia, elas veem a edição. Então o que marca mais é o que foi mostrado na edição.
Michel -
A edição acaba rotulando as pessoas. Todo momento em que eu estava dentro, eu achava que não estava sendo filmado. Às vezes eu estava conversando num quarto e a câmera vira para um lugar onde não tinha ninguém. Não sei se é um jogo para você achar que não estão te filmando ou para te deixar diminuído, pensando que você não aparece no programa. E no final os caras filmam tudo, parece um filme, uma novela, é muito doido, e você não tem essa sensação lá dentro. Por isso eu acho que o Dourado acaba tirando essa vantagem. Todo mundo acha que não está sendo filmado, que não faz sucesso, todo mundo tem essa insegurança. O Dourado já sabe.

Você acha que ele é grande candidato?
Michel -
Para mim ele vai ganhar, fácil.

Você está torcendo para alguém?
Michel -
Não sobrou ninguém para eu torcer. Esse pessoal [que ficou] era da outra turma, que não era do meu lado. Fico feliz se qualquer um deles ganhar.

Você acha que a sua turma apostou na estratégia errada?
Michel -
Sim, mas por mais que eu tenha apostado na estratégia errada, as pessoas que estavam lá comigo eram meus amigos. Eu ia virar as costas para eles pelo jogo? O pessoal que está lá dentro talvez faça isso, mas eu não sou assim. Eram pessoas de quem realmente eu gostava e você não tem essa visão que pintaram, como "o Eliéser grita com mulher". São impressões que as pessoas tiraram de coisas que não são verdade.

Mas é um jogo, e as pessoas têm estratégias.
Michel -
É um jogo, mas eu era o mais tonto. Votava em quem eu achava que eu tinha de votar, mas eu não influenciava as pessoas a esse ponto. Eu falava meu voto em aberto, todo mundo sabia que eu votava na Lia. Vieram me falar que parecia que a gente estava combinando voto.

Na edição, parece que vocês ficam o tempo todo falando sobre as votações.
Michel -
Não, é a edição. Quem vê o "pay per view" fala que eu fazia um monte de piadas que não apareciam. A edição pode ser meio tendenciosa. Ela cria histórias, como essa coisa de "triângulo" entre eu, o Serginho e a Fernanda.

E como você está com o Serginho?
Michel -
É amizade com uma pessoa, independentemente da opção sexual dela. Isso é uma besteira, ficar rotulando. Só porque eu sou amigo de alguém que é homossexual eu preciso ser homossexual também e querer alguma coisa com ele? É um preconceito.

Mas você achava que tinha uma outra intenção dele?
Michel -
Não, eu acho que não, nunca.

O que surpreendeu é que você leva isso tudo numa boa.
Michel -
O Cadu uma vez veio me dar uma chamada, quando o Serginho estava fazendo chapinha no meu cabelo. Ele disse que "isso não era coisa de homem". E eu falei que eu sabia do que eu gostava e que eu estava lá para me divertir, que ia ficar engraçado.

E você adotou a chapinha?
Michel -
Não, não adotei.

Mas seu cabelo está mais jeitoso, no começo era mais bagunçado.
Michel -
Lá, eu só andava de sunga, porque lavar roupa era um saco, na xepa [puxadinho] você não tem como lavar, só tinha um tanque.

Por isso é que o Dicesar disse que sua sunga estava com cheiro ruim?
Michel -
O Dicesar é muito sacana. A jacuzzi tem uns produtos químicos que a deixam fedendo, e eu entrei com a sunga na jacuzzi, e ficou esse cheiro dos produtos. A sunga de todo mundo tem esse cheiro.

Você e o Serginho estão se vendo?
Michel -
A gente se viu uma vez no shopping, mas a gente descobriu que é muito difícil conversar, fica todo mundo em cima. Está certo que fomos eu, ele e a Tessália no shopping, a gente abusou, né? Mas é mais porque a gente queria se encontrar mesmo.

Você viu a "Playboy" da Tessália?
Michel -
Eu falei que eu só ia ver depois que ela me desse autografada. Mas aí ela me deu e eu achei bacana. Acho que era uma bela oportunidade, já que ela não ganhou nada no programa.

O Dicesar incomodava você?
Michel -
Ele é mais "tia", supervisor. Ele ficava me enchendo o saco, mandando lavar a louça, arrumar a cama, mas não me incomodava. Ninguém me incomodava, até da Lia eu gosto. Às vezes ela gostava de dar umas palestras, mas outras pessoas também, a Maroca fazia isso.

Elas davam lição de moral?
Michel -
Não, elas ficavam repetindo as histórias, desde história de vida até pensamentos dentro do jogo. Eu acho que é uma forma de aparecer na edição. A sensação que eu tinha lá dentro é que tudo era repetido tantas vezes para se tornar uma realidade, uma verdade ou aparecer de alguma forma.

Teve algum momento em que você se sentiu sozinho?
Michel -
Todo momento. Desde que eu entrei lá até o último dia. São pessoas que você não conhece. Eu me dava muito bem com a Lena, a Cacau e o Serginho, fora a Tessália. Nessas pessoas eu confiava, eu tinha carinho. Mas não é um amigo de longa data, é uma pessoa que você conhece há semanas.

Como é que foi o seu interesse pela Tessália? Porque tudo aconteceu muito rápido.
Michel -
Assim que eu entrei na casa, ela foi a primeira pessoa que me chamou atenção. A gente tem muita coisa em comum, talvez por isso a gente tenha se aproximado. Você está carente lá dentro e você acaba se aproximando de alguém para ter carinho, para ter em quem confiar. Coisas do coração.

Você sentiu muito quando ela saiu?
Michel -
Senti. Cada dia lá dentro da casa parece uma semana, cada semana parece um mês. Então parece que você conhece as pessoas há muitos anos. As coisas são muito intensas, você acaba se apegando às pessoas. É um clima muito estranho, é pesado. Você não sabe até que ponto você pode confiar em alguém ou não.

Você participaria de novo do "BBB"?
Michel -
Sim, porque eu já saberia o que eu posso fazer e o que eu não posso.

Mas você iria pela experiência ou para ganhar?
Michel -
Para ganhar. Eu acho que eu entraria mais esperto, porque eu acho que eu fiquei muito deslumbrado e demorou muito para cair a ficha de que eu estava no "BBB".

Você pretende fazer uma carreira artística?
Michel -
Todo mundo me pergunta isso. Foi a televisão que me educou, eu sempre gostei dessa cultura pop, de celebridades. Não que eu seja fofoqueiro disso, mas eu gosto de saber o que está acontecendo. Espero convites, mas não acho que sou ator. Se tivesse algum programa, com um formato em que eu me encaixasse, [eu aceitaria], mas não foi por isso que eu entrei no "BBB".

Você acha que o público dá preferência para participantes com uma história de vida mais difícil? Isso pode ter te prejudicado?
Michel -
Talvez o público, no meu paredão com a Anamara, possa ter escolhido dessa forma. "Ah, vou deixar o menino playboizinho, loirinho ou a menina que é de Juazeiro?". De certa forma, está certo.

E a Tessália?
Michel -
A gente conversa, mas ela mora em Curitiba, eu em São Paulo, é difícil conciliar, talvez mais para frente [dê certo]. Aqui fora você vê que existem mais pessoas no mundo, lá parece que aquilo vai ser para sempre.

Você ficou quantos dias na casa?
Michel -
Eu não sei, eu não tenho essas "nóias". O Dourado tinha isso, de "faltam não sei quantos dias". Eu entrei no dia 12 de janeiro e saí no dia 16 de março.

O Cadu é mesmo um menino bonzinho, como aparenta?
Michel -
Ele é muito bonzinho, mas você não sabe até que ponto é jogo ou é real. Esse que é o problema de todo mundo que está lá dentro, você não sabe até que ponto é verdade ou não. Eu não diria que ninguém é falso, mas é o personagem. A edição é toda cortada, você não vê a conversa inteira.

O Serginho mudou um pouco lá dentro. Vocês se influenciaram?
Michel -
Sim. Eu acho que eu andei muito com ele e acho que rolou essa troca. Não de eu virar gay, mas de querer mudar o cabelo, a roupa. Antes eu andava de roupão, não estava nem aí. E eu acho que eu o influenciei. Às vezes eu estava conversando com ele, e eu falava: "Poxa, você está falando que nem homem".

Por Fabiana Rewald - Folha de São Paulo
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