DATA DA PUBLICAÇÃO 18/12/2015 | Cidade
Dos tempos da cidade-dormitório
Na sequência da Semana Mauá, a lembrança da cidade-dormitório, cuja fama vai-se perdendo no tempo. ‘Dormitório’ porque o forte dos habitantes morava e trabalhava fora.
Um dos nossos guias desta semana, Paulo Ahlers, quando chegou a Mauá, no início dos anos 1950, encontrou uma cidade ainda sem os seus dois polos industriais, em Capuava e Sertãozinho, e apenas com várias indústrias de cerâmica e porcelana. Por isso, depois de trabalhar no Rio de Janeiro, atuou em São Paulo e, na sequência, em São Bernardo, na Mercedes-Benz.
As fotos de hoje são um tesouro – e se inserem na história da indústria automobilística nacional. E o texto da professora Silvia Ahlers, filha de Paulo Ahlers, complementa o que nos contou o historiador de Eldorado, Amaury Martins de Carvalho, na Semana Diadema de ontem. A história dos reflexos da Segunda Grande Guerra no Brasil.
O drama de ser alemão
Texto: Silvia Ahlers
Paulo Ahlers começou a trabalhar na Mercedes-Benz porque tinha experiência na fábrica Montana, no Rio de Janeiro, como metalúrgico, e também fala e escreve em alemão.
Quando ele estudou na Vila Mariana, era permitido alfabetizar em português e alemão, o que foi proibido durante um período na Segunda Guerra Mundial. O pai dele, Erich Ahlers (eletricista), sempre teve muito medo do comunismo, por isso nunca comprou nenhuma casa ou terreno.
Meu avô foi preso durante a guerra no Dops em São Paulo, já que os alemães eram suspeitos de espionagem. Foi solto e morreu logo em seguida.
A mãe de Paulo (Anna Sandcker) pediu para o filho achar um terreno próximo da estação de trem. Ele veio para Mauá com a irmã Érica Ahlers e a mãe. Aqui mora até hoje. Anna e Érica trabalharam na Porcelana Mauá como operárias.
Meu pai, na Mercedes Benz, sempre trabalhou na seção de câmbio. O teste do motor dos veículos era feito dentro da fábrica mesmo. Aquela fumaça do escapamento ia para dentro da seção. Ele ainda fumava, como se vê em uma das fotos, o que rendeu infartos em série dentro da seção de câmbio.
AS FOTOS
1 – Quando a Mercedes Benz conseguiu produzir 1.000 câmbios nacionais. A foto não tem data. De Paulo Ahlers só aparece a cabecinha lá atrás, quarto em pé da direita para a esquerda.
2 – Quando a fábrica fez 200 mil câmbios nacionais (1974): Paulo está logo atrás do senhor de blusa preta.
3 – Dia de trabalho, no Natal, para colocar o serviço em dia. Sem data. Aparecem os mestres, contramestre e o engenheiro. Paulo, o primeiro à direita.
Amanhã em memória
- Negócios com lenha.
- As festas da Boa Viagem.
- Lá vêm as professoras, em uma jardineira.
Diário há 30 anos
Quarta-feira, 18 de dezembro de 1985 - ano 28, nº 6010
Manchete – Indústria prevê crescimento de 12%
Santo André – Prefeito Newton Brandão reconhece que falha causou tragédia no caso do bueiro de Vila Palmares. Corpos de Adriana e Alexandre ainda sob as águas.
- Despejos no Jardim do Estádio continuam. Agora sob um clima mais tranquilo.
Em 18 de dezembro de...
1915 – Vão ser criadas mais duas escolas masculinas no município de São Bernardo, no Alto da Serra (Paranapiacaba) e na Estação São Caetano.
Localidades possuem população escolar bastante elevada e que não recebe instrução por falta de lugares nas escolas existentes.
- A guerra. Do noticiário do Estadão: ‘Chegada de 40 mil prisioneiros austro/alemães e búlgaros na Marselha’.
1953 – Promulgada a lei estadual número 1.420, que cria a Comarca de Santo André, com abrangência sobre toda a região.
1975 – Uma placa em homenagem ao centenário da imigração italiana no Brasil é inaugurada no monumento dedicado à colônia, na Avenida Perimetral, em Santo André.
2005 – O São Paulo FC ganha do Liverpool e conquista o terceiro título mundial.
Hoje
Dia Internacional do Migrante
Município Paulista
Aniversaria hoje: Sete Barras. Elevado a município em 1959, quando se separa de Registro.
Santos do Dia
- São Vunibaldo (701–761). Nobre de coração e de linhagem. Filho de Ricardo, rei da Inglaterra, e irmão de Vilibaldo e Valburga, também santificados pela igreja.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza
- Nossa Senhora da Expectação do Ó
- Basiliano
- Flamano
- Rufo
Um dos nossos guias desta semana, Paulo Ahlers, quando chegou a Mauá, no início dos anos 1950, encontrou uma cidade ainda sem os seus dois polos industriais, em Capuava e Sertãozinho, e apenas com várias indústrias de cerâmica e porcelana. Por isso, depois de trabalhar no Rio de Janeiro, atuou em São Paulo e, na sequência, em São Bernardo, na Mercedes-Benz.
As fotos de hoje são um tesouro – e se inserem na história da indústria automobilística nacional. E o texto da professora Silvia Ahlers, filha de Paulo Ahlers, complementa o que nos contou o historiador de Eldorado, Amaury Martins de Carvalho, na Semana Diadema de ontem. A história dos reflexos da Segunda Grande Guerra no Brasil.
O drama de ser alemão
Texto: Silvia Ahlers
Paulo Ahlers começou a trabalhar na Mercedes-Benz porque tinha experiência na fábrica Montana, no Rio de Janeiro, como metalúrgico, e também fala e escreve em alemão.
Quando ele estudou na Vila Mariana, era permitido alfabetizar em português e alemão, o que foi proibido durante um período na Segunda Guerra Mundial. O pai dele, Erich Ahlers (eletricista), sempre teve muito medo do comunismo, por isso nunca comprou nenhuma casa ou terreno.
Meu avô foi preso durante a guerra no Dops em São Paulo, já que os alemães eram suspeitos de espionagem. Foi solto e morreu logo em seguida.
A mãe de Paulo (Anna Sandcker) pediu para o filho achar um terreno próximo da estação de trem. Ele veio para Mauá com a irmã Érica Ahlers e a mãe. Aqui mora até hoje. Anna e Érica trabalharam na Porcelana Mauá como operárias.
Meu pai, na Mercedes Benz, sempre trabalhou na seção de câmbio. O teste do motor dos veículos era feito dentro da fábrica mesmo. Aquela fumaça do escapamento ia para dentro da seção. Ele ainda fumava, como se vê em uma das fotos, o que rendeu infartos em série dentro da seção de câmbio.
AS FOTOS
1 – Quando a Mercedes Benz conseguiu produzir 1.000 câmbios nacionais. A foto não tem data. De Paulo Ahlers só aparece a cabecinha lá atrás, quarto em pé da direita para a esquerda.
2 – Quando a fábrica fez 200 mil câmbios nacionais (1974): Paulo está logo atrás do senhor de blusa preta.
3 – Dia de trabalho, no Natal, para colocar o serviço em dia. Sem data. Aparecem os mestres, contramestre e o engenheiro. Paulo, o primeiro à direita.
Amanhã em memória
- Negócios com lenha.
- As festas da Boa Viagem.
- Lá vêm as professoras, em uma jardineira.
Diário há 30 anos
Quarta-feira, 18 de dezembro de 1985 - ano 28, nº 6010
Manchete – Indústria prevê crescimento de 12%
Santo André – Prefeito Newton Brandão reconhece que falha causou tragédia no caso do bueiro de Vila Palmares. Corpos de Adriana e Alexandre ainda sob as águas.
- Despejos no Jardim do Estádio continuam. Agora sob um clima mais tranquilo.
Em 18 de dezembro de...
1915 – Vão ser criadas mais duas escolas masculinas no município de São Bernardo, no Alto da Serra (Paranapiacaba) e na Estação São Caetano.
Localidades possuem população escolar bastante elevada e que não recebe instrução por falta de lugares nas escolas existentes.
- A guerra. Do noticiário do Estadão: ‘Chegada de 40 mil prisioneiros austro/alemães e búlgaros na Marselha’.
1953 – Promulgada a lei estadual número 1.420, que cria a Comarca de Santo André, com abrangência sobre toda a região.
1975 – Uma placa em homenagem ao centenário da imigração italiana no Brasil é inaugurada no monumento dedicado à colônia, na Avenida Perimetral, em Santo André.
2005 – O São Paulo FC ganha do Liverpool e conquista o terceiro título mundial.
Hoje
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Santos do Dia
- São Vunibaldo (701–761). Nobre de coração e de linhagem. Filho de Ricardo, rei da Inglaterra, e irmão de Vilibaldo e Valburga, também santificados pela igreja.
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