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DATA DA PUBLICAÇÃO 13/09/2012 | Internacional
Donos de fábrica incendiada no Paquistão responderão por homicídio
As forças de segurança paquistanesas acusaram formalmente de homicídio os donos da fábrica têxtil da cidade de Karachi na qual morreram cerca de 300 pessoas em um incêndio que comoveu o país e o mundo.

Os proprietários, que tem paradeiro desconhecido e foram identificados pela polícia como Abdul Aziz e seus filhos Shahid e Arshad, também foram acusados de negligência pela total falta de medidas anti-incêndio no imóvel.

Um magistrado do Tribunal Superior de Sindh, província cuja capital é Karachi, iniciou uma instrução do caso, e o governo regional também nomeou uma comissão investigadora liderada por um juiz.

De acordo com meios de comunicação locais, o pior acidente industrial da história do país ocorreu por negligência empresarial e corrupção nos órgãos oficiais.

Negligência

O jornal "Express Tribune" relata hoje que o ex-ministro regional de Trabalho, Amir Nawab, reconheceu ter suspenso há mais de três anos as inspeções de segurança em fábricas da província por ordem do ministro chefe de Sindh, Qaim Ali Sha.

Já o "Dawn", um dos mais prestigiosos jornais do país em língua inglesa, assegura em seu editorial de hoje que as fábricas no Paquistão são "campos de concentração nos quais se nega aos trabalhadores seus direitos básicos".

Um agente do Corpo de Bombeiros de Karachi, Zakir Hussain, disse hoje que foram recuperados 280 corpos, enquanto a imprensa local, que cita diversas fontes, maneja números também próximos às três centenas.

As equipes de resgate continuam extraindo corpos do imóvel incendiado, que ameaça cair em consequência das chamas que ardem desde a noite de terça-feira e que até o meio-dia de quinta-feira (hora local) não tinham sido extintas completamente.

Famílias

Em seu desespero, alguns familiares começaram nesta manhã a entrar nos restos do imóvel para recuperar os corpos perante a passividade das equipes de resgate, que resistem a entrar nas áreas mais danificadas do edifício.

Às queixas das famílias, que desde o início lamentaram que a falta de recursos dos bombeiros tornou impossível controlar o fogo a tempo, se unem agora denúncias pela falta de controle administrativo perante flagrantes negligências empresariais.

Os proprietários da fábrica aparecem como os primeiros responsáveis da tragédia. um trabalhador que se salvou do incêndio afirmou na quarta perante as câmeras de televisão que viu como os donos davam instruções para que salvasse a maquinaria antes das pessoas.

Precisamente as máquinas de costura serviram para alguns operários quebrar as janelas que eram a única via de saída do imóvel em chamas, onde se viveram momentos dramáticos, com pessoas se jogando de grandes alturas para tentar salvar a vida.

No momento do incêndio havia no imóvel cerca de mil trabalhadores, que operavam sem medidas anti-incêndio, com acessos bloqueados e janelas gradeadas. Entre os mortos há várias mulheres e crianças que trabalhavam na fábrica.

Segundo as equipes de resgate, a causa mais provável do acidente é que houve um curto-circuito em um grande gerador elétrico situado perto do acesso principal do edifício, que se transformou em uma armadilha mortal para os trabalhadores.

Na terça-feira passada, 20 pessoas morreram na segunda maior cidade do país, Lahore, em um fato muito parecido com o de Karachi após a explosão de um gerador em uma fábrica de sapatos na qual trabalhavam cerca de 40 funcionários.

Por Folha Online, Efe, em Islamabad
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