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DATA DA PUBLICAÇÃO 11/12/2008 | Cidade
Documentário sobre o residencial Barão de Mauá é exibido aos moradores
O drama vivido pelos moradores do Condomínio Barão de Mauá agora poderá ser visto nas telonas. O documentário "Barão de Mauá - Chernobyl é Aqui", produzido pela cineasta carioca Tatiana Viana, foi lançado nesta quarta-feira no Grêmio Mauaense, em Mauá. O evento contou com a presença de cerca de 100 pessoas, entre moradores, imprensa e advogados.

Segundo a cineasta, o objetivo é retratar a realidade vivida no residencial erguido sobre um terreno contaminado. "Eu conheci o local quando tive que produzir uma matéria. Depois de ver a situação dessas famílias, fiquei sensibilizada com a situação de risco em que eles vivem constantemente. Esse vídeo foi feito para que eles não fiquem esquecidos", explicou Tatiana.

A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) constatou, há oito anos, que o solo no qual foi erguido o condomínio apresentava 44 substâncias tóxicas — geradas por um lixão industrial que era usado pela empresa Cofap — e que oferecia riscos à saúde. Na época, a Justiça decretou a demolição dos prédios, mas, até agora, os moradores permanecem no local e nenhum recebeu indenização.

Para Aparecida de Benedito Bolsarin, síndica da segunda etapa do condomínio, o documentário surge como uma esperança para que o caso tenha uma solução. "Já são oito anos de luta e nada mudou. Agora, com o vídeo, esperamos que todos os responsáveis passem a enxergar os perigos que todos nós temos que conviver diariamente", afirma.

Tânia Regina da Silva, síndica da sétima etapa, afirma que o material será enviado para ONGs (organizações não-governamentais), juízes de Mauá, STJ (Supremo Tribunal de Justiça) e até para a ONU (Organização das Nações Unidas).

O advogado José Luiz Corazza Moura, que representa 250 famílias do Barão de Mauá, explica que o processo movido pelos moradores contra os responsáveis pelo caso só deve ter andamento em janeiro do ano que vem, por conta do recesso de final de ano. Porém, segundo Moura, as famílias podem acreditar no julgamento da sentença. "Cada proprietário deverá receber entre R$ 150 e R$ 160 mil como indenização. A partir daí, o imóvel passará a ser responsabilidade dos réus e eles poderão fazer o que quiserem com a área. Porém, ainda vamos pleitear as indenizações por danos morais, já que essas pessoas foram enganadas e correm sérios riscos", ressaltou.

Ele acredita que, se tudo ocorrer dentro do planejado, até o final de 2009 a situação desses moradores será resolvida. "Muita gente deixou de correr atrás de seus direitos por não acreditar que um dia seria indenizado. Por isso, apenas 250 famílias, das mais de 1.700 de vivem no local, entraram com uma ação. Mas esse quadro vai mudar a partir do momento em que o primeiro morador for devidamente ressarcido", afirmou Moura.

Justiça - Mas nem todos deixaram de sonhar com uma possível solução do caso. Maria Francesca Gigliotti Riviello, 40 anos, viúva do técnico Geraldo Riviello, que morreu em 2000 quando fazia manutenção de uma bomba em uma das caixas d''águas do condomínio, ainda acredita na Justiça. "Depois da morte do meu marido minha vida tem sido um inferno. Minha situação emocional e financeira ficou seriamente abalada e cada dia é uma verdadeira luta. Mesmo assim tenho certeza de que essa situação ainda será resolvida", disse.

Maria Francesca explica que, apesar do acidente ter ocorrido em 2000, ela só conseguiu entrar com ação dois anos depois. "Tive que esperar os laudos criminais para acionar a Justiça. Por incrível que pareça, os documentos não apontaram culpados e sigo na luta até hoje. Agora, me pediram provas dos ganhos do meu marido, na época, para fixar o valor da indenização. Apenas quero dar uma vida digna aos meus filhos, por isso não vou abandonar a causa".

A viúva, que assistiu à primeira exibição do documentário, está convicta de que as autoridades não poderão mais fazer vistas grossas ao problema ambiental. "Esse documentário é a mão de Deus e vai ajudar a acabar com o sofrimento de tanta gente", acrescentou.

Por Fernanda Borges - Diário Online
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