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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/09/2008 | Política
Divulgar ser ''cristão'' é estratégia eleitoral de candidatos da região
Às vésperas das eleições, a maior parte dos prefeituráveis da região intensifica o trabalho de corpo a corpo, reage a ataques adversários, realiza comícios e apela a todas as crenças. Quando o assunto é religião, porém, o cuidado é redobrado para que votos não sejam perdidos em nenhum curral eleitoral. Enquete realizada pelo Diário aponta o catolicismo como a religião predominante nos palanques de todos os municípios. A pesquisa também revela uma nova estratégia, cada vez mais utilizada por quem deseja vencer as eleições. Para não perder espaço entre os evangélicos, alguns declaram-se apenas ‘cristãos'.

Entre os 27 candidatos do Grande ABC, há somente um ateu (que não acredita em nenhum tipo de deus): Vladimir Trombini Campos, o Vladão (PCB), de Diadema. Aldo Santos (Psol), de São Bernardo, respondeu que não pratica religião e Raimundo Salles (DEM), concorrente em Santo André, preferiu não declarar sua preferência espiritual. O único evangélico declarado é Nilson Gonçalves (PR), de Rio Grande da Serra.

O especialista em marketing político Sávio Ximenes Hackradt diz que os eleitores não se pautam na religião para escolher os candidatos. "Vivemos num país de diversidade religiosa. De qualquer maneira, a estratégia é inteligente. Um candidato que se declara cristão, por exemplo, pode ser católico, mas desta forma não exclui os evangélicos."

Buscar aceitação entre todos os setores da sociedade é uma das tarefas mais complexas da campanha, seja à Prefeitura ou à Câmara dos Vereadores. Em Mauá, por exemplo, a disputa pelos votos evangélicos é bastante intensa, como já revela a placa de saudação na entrada da cidade: ‘Em Mauá, Jesus Cristo é senhor'. Para se mostrar simpático ao nicho, o petista Oswaldo Dias optou por montar um comitê evangélico durante a campanha. Desde o início de setembro, representantes de diversas denominações entregam livretos, em cultos, com mensagens de apoio ao candidato, misturadas a passagens da Bíblia. Chiquinho do Zaíra (PSB) seguiu a mesma fórmula.

O atual prefeito de Ribeirão Pires e candidato à reeleição, Clóvis Volpi (PV), foi mais ousado. Visitou centro espírita, foi à missa, cumprimentou evangélicos. Ao responder a enquete do Diário sobre preferências pessoais, Volpi fez questão de afirmar que, apesar de ter sido criado na igreja católica, não é praticante. "Tive ligação com igreja evangélica, batista, por algum tempo."

Em São Bernardo, o tucano Orlando Morando é sempre visto em eventos católicos. A mesma postura é adotada por seu principal concorrente, Luiz Marinho, apesar de o petista se declarar ‘cristão'. "É a estratégia mencionada", exemplifica Hackradt. Outro representante do PT, o candidato Carlos Augusto César, o Cafu, de Rio Grande da Serra, adota postura contrária. À reportagem, Cafu declarou ser católico apostólico romano. "Fui até coroinha", afirmou.

Palmeiras está em 1º lugar entre os candidatos
Por um gol. Se a disputa fosse no campo, o Palmeiras venceria no final do segundo tempo. O time é o preferido pela maioria dos candidatos às prefeituras da região, com sete votos. Corinthians e Santos estão empatados no segundo lugar da preferência, seguidos pelo São Paulo. Entre os clubes regionais, Santo André é o mais citado, mas como segundo time.

O bicampeonato do Verdão - em 2004 o time já havia sido eleito o preferido pelos candidatos - foi alcançado devido à preferência dos atuais prefeitos de São Caetano (José Auricchio Júnior-PTB) e Ribeirão Pires (Clóvis Volpi-PV). Fanáticos, não escondem a paixão pelo Palmeiras, assim como Chiquinho do Zaíra (PSB), de Mauá, que recebeu apoio da torcida uniformizada em evento com direito a pagode e churrasco.

Os rivais corinthianos não declaram voto a um candidato em específico mas, por meio de uma faixa colocada na sede da torcida organizada de Santo André, mandaram recado aos eleitores. "Corintiano vota em corintiano", afirma o aviso.

Para o marqueteiro Sávio Ximenes Hackradt, a preferência esportiva tem ainda menos relevância, se comparada à escolha religiosa. "Se fosse realmente importante, todo jogador de futebol ou atleta seria facilmente eleito. Hoje, conta-se nos dedos quem conseguiu entrar e se firmar na política. As preferências pessoais dos candidatos servem apenas como curiosidade."

Perguntas sobre arte causaram dúvidas aos políticos
Pegos de surpresa, os prefeituráveis da região tiveram dúvidas ao responder perguntas relacionadas à arte. Alguns mostraram certo arrependimento e pediram para alterar a resposta. É o caso do tucano Valdírio Prisco, de Ribeirão Pires. Indagado sobre seu livro favorito, disse: Jack, o Estripador - As Investigações do século 21, de Trevor Marriott". E justificou: "É que se parece com o meu instinto". Logo depois, lembrou de Cantando na Chuva, de Peter Wollen. "Dá para mudar?", pediu.

Em Santo André, o gosto de Aidan Ravin (PTB) também pode ‘pegar mal' na hora do voto. "Meu filme predileto é o Maskara. Gosto de comédia, ação e aventura", disse. Sem muito tempo para se divertir no período de campanha eleitoral, Chiquinho do Zaíra (PSB) apelou para os clássicos. "Gosto de ver Rambo, o primeiro, de preferência. Mas livro não leio, quer dizer, leio a Bíblia, coloca aí."

O tucano Orlando Morando prefere Os Infiltrados, de Martin Scorsese. Quando o assunto é literatura, o candidato ao Paço de São Bernardo declara gostar do estilo policial, mas escolhe como livro favorito o clássico da auto-ajuda: O Monge e o Executivo, de James C. Hunter. O livro serve de guia para quem quer se tornar um líder.

Por Adriana Ferraz - Diário do Grande ABC
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