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DATA DA PUBLICAÇÃO 17/12/2007 | Internacional
Dividida, Bolívia vive uma das maiores crises de sua história
De um lado do país, a Constituição nacional. Do outro, a tentativa de se livrar dela. Assim foi o sábado na Bolívia, uma nação dividida e que vive um dos momentos mais tensos de sua história.

Na capital La Paz, movimentos sociais aliados ao presidente Evo Morales promoveram um ato para apoiar o novo texto constitucional, já aprovado em Assembléia mas que ainda depende de referendo popular.

No oriente boliviano, que exige menos poder para o governo central, quatro departamentos (Estados) declararam autonomia com atos públicos: Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija.

Em Santa Cruz de la Sierra, capital de Santa Cruz, a festa foi em verde e branco, as cores do departamento. Críticas duras ao presidente e elogios ao empreendedorismo da região mais rica do país deram o tom do ato que marcou a declaração pública da autonomia.

Nos discursos, as autoridades também procuraram reforçar a idéia de que defendem a democracia e de que o movimento é pacifista, e não separatista. Houve também uma homenagem aos grevistas que estavam em greve de fome e encerraram o jejum neste sábado, após 12 dias acampados na praça 24 de Setembro, zona central da cidade.

“Aqui se trabalha, não se vive do Estado”, afirmou em discurso o presidente do Conselho Municipal, Oscar Vargas. “Ninguém nunca deu nada para Santa Cruz”.

Segundo ele, a Assembléia Constituinte que aprovou recentemente a Constituição é nula e não vale nada para o povo, enquanto a Assembléia Provisória Autonômica de Santa Cruz é um pacto com a população.

Ao final do discurso, ele chamou o prefeito Rubén Costas de governador. Um prefeito é a principal autoridade de um departamento boliviano. Por isso, chamá-lo de governador é imbui-lo de maior poder. É o cargo que Costas passará a ocupar se a autonomia for de fato efetivada e reconhecida legalmente. Por enquanto, o presidente Evo Morales a considera ilegal.

Também em discurso, o empresário Branco Marinkovic, um dos homens mais ricos do país, pediu que Morales respeite a pluralidade, já que, segundo ele, uma das principais medidas da nova Constituição é transformar o país num Estado plurinacional.

Tensão - Além de insultos contra o presidente da Bolívia, Evo Morales, outros fatos ocorridos neste sábado em Santa Cruz de la Sierra revelaram o clima tenso e a intolerância da população em relação a quem não apóia o movimento autonomista. Autoridades do departamento (estado) de Santa Cruz, fizeram a leitura pública da declaração de autonomia do Estado em relação ao governo central.

Durante a apresentação do estatuto, um repórter argentino do jornal ‘Clarín’ foi chamado de idiota e “filho do Evo” por pessoas que pediam aos seguranças que não o deixassem entrar no evento e ameaçavam agredi-lo na saída. Depois, ele explicou que tinha participado de um programa da TV estatal em que predominou um tom crítico ao movimento autonomista.

O evento foi uma animada manifestação de apoio à autonomia, com a participação em massa da população - um público que nenhuma autoridade policial soube estimar, mas que certamente ficou aquém das centenas de milhares de pessoas que algumas autoridades previram.

No palco, havia centenas de pessoas, entre elas parte da elite política e empresarial de Santa Cruz. Ao lado do Parlatório, destacava-se a índia quechua Florinda Ortega, da cidade de Potosi (departamento de Tarija, do outro lado do país, onde o governo goza de forte apoio popular).

Vestida com saia verde e camiseta branca, ela balançava a bandeira mais timidamente que os demais, e garantiu que estava ali voluntariamente. “Ninguém me convidou”, assinalou. A índia afirmou também, insistentemente, que Evo Morales mente quando diz querer melhorar a vida dos índios do país.

Por Diário Online - Agência Brasil
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