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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/05/2012 | Turismo
Distrito da luz vermelha de Berlim se torna reduto de arte
Uma área pobre de Berlim, mais conhecida por suas calçadas lotadas de prostitutas e traficantes de drogas, está recuperando um pouco do fascínio boêmio de seus dias de glória na década de 1920, com os aluguéis baratos e a localização central atraindo galerias de arte.

Os amantes da arte se surpreendem ao descobrir a riqueza de galerias na avenida Potsdamer Strasse e ao redor dela, numa área que se estende a sudoeste desde a reformada e agora chamativa Potsdamer Platz até o reduto gay tradicional de Schoeneberg.

As galerias, num total de quase duas dezenas, estão muitas vezes escondidas em pátios silenciosos ou em grandes edifícios do século 19.

"Isso cria o tipo de intimidade que os amantes da arte apreciam. Os visitantes se sentem exclusivos, como se estivessem descobrindo lugares secretos", disse Sassa Truelzsch, cuja galeria de mesmo nome na Potsdamer Strasse concentra-se em instalações de arte contemporânea.

"Eu fui a primeira a me mudar para cá (em 2006) e me senti como se eu fosse a única dona de galeria em Berlim. Os visitantes chegaram por acaso, surpresos ao encontrar uma galeria de arte em tal contexto, enquanto hoje contamos com cerca de 30 visitantes por dia", disse ela.

Também ajudando a atrair tanto novas galerias quanto visitantes está a proximidade da área com joias arquitetônicas como a New National Gallery de Mies van der Rohe, em vidro e aço, e a sala de concertos Philharmonic, de Hans Scharoun.

O processo é típico do dinamismo e da capacidade de Berlim de se reinventar, disse Juerg Judin, um parceiro da galeria Nolan Judin na Potsdamer Strasse, que também tem uma sede em Nova York.

"Berlim representa um caso único no mundo da arte... A cidade constantemente redescobre suas áreas baratas esquecidas, tornando-as o principal centro da cena de arte da cidade antes de desaparecer novamente pouco tempo depois."

Durante a República de Weimar, quando Berlim era sinônimo de folia boêmia e sofisticação, a arte floresceu em um bairro onde a atriz Marlene Dietrich tinha crescido e que também serviu de moradia em épocas diferentes para o cineasta Billy Wilder e o autor britânico Christopher Isherwood, cujo romance "Adeus a Berlim" inspirou o musical "Cabaret".

A área é também a casa do Sportpalast, muitas vezes usado para comícios políticos na era nazista. Joseph Goebbels fez ali sua notória convocação em 1943 para "guerra total" quando a 2a Guerra Mundial virou contra a Alemanha.

Seriamente danificada por bombas aliadas, a Potsdamer Strasse sofreu mais um golpe com a divisão da cidade no pós-guerra e a construção, em 1961, do Muro de Berlim nas proximidades.

David Bowie e Iggy Pop ofereceram algum alívio na década de 1970, mas a área em grande parte sofreu para forjar uma identidade positiva nova. Após a queda do Muro, em 1991, boa parte do talento artístico se dirigiu para o leste ex-comunista, mais barato e que havia se tornado moda.

Agora, com a antiga Berlim Oriental sendo uma vítima de seu próprio sucesso e não mais uma opção barata, o pêndulo está voltando.

"O encanto da Potsdamer Strasse é sua autenticidade e (o fato de) ser um lugar real", disse Dieter Funk, coproprietário da loja de itens religiosos Ave Maria e de um restaurante adjacente dedicado a Joseph Roth, o autor austríaco de clássicos como "A Marcha Radetzky", que também viveu aqui nos anos 1920.

Por Folha Online - Reuters
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