DATA DA PUBLICAÇÃO 17/12/2012 | Setecidades
Direitos da criança e adolescente viram quadrinhos em São Bernardo
Material deve chegar nas primeiras semanas de 2013. Foto: Rodrigo Pinto
Em comemoração ao Dia da Declaração Universal Dos Direitos Humanos, adolescentes criam cartilha e livro de áudio
Como forma de buscar a inclusão social de 60 adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, a Fundação Criança de São Bernardo promoveu uma atividade que mistura criatividade e cidadania: a criação de uma cartilha em quadrinhos sobre os Direitos Humanos da Criança e do Adolescente, a partir da visão dos próprios garotos sobre o tema.
Baseados no Plano Decenal (2011/2020) para os Direitos da Criança, contando com o apoio da Fundação Telefônica como parceira na contratação de um oficineiro de Histórias em Quadrinhos, os educadores organizaram os adolescentes em vários grupos para que a produção fosse viabilizada. Uma metodologia de trabalho bastante eficaz, de acordo com Maria Lúcia de Lucena, coordenadora de Programa Social da Fundação Criança.
“Com a produção da cartilha, houve todo um processo de construção que levou 12 meses, porque nesse período foram realizadas discussões dentro do grupo no sentido de dar propriedade a esses adolescentes sobre os direitos que estavam retratando. Em seguida começou a se pensar em como figurar isso numa linguagem escrita, impressa e desenhada, dentro de uma coerência que resultasse em um roteiro a ser seguido. Com esse trabalho em equipe acreditamos que há um aumento de potencial considerável, a troca de experiência é maior e isso acaba fortalecendo a construção de novos valores.”
São valores que podem ser constados nos próprios jovens envolvidos no projeto, como a jovem M., 17 anos. “Desde pequena presenciei várias vezes as brigas dos meus pais, até que eles se separaram. Eu não aceitava isso de jeito nenhum. Saí de casa, fiquei na rua por oito dias. Usei drogas, cometi um roubo, fui parar no 2º DP de São Bernardo de lá fui conduzida até a Fundação Casa e então me encaminharam para a Fundação Criança. No começo achei que não seria possível, que não iria dar conta. Mas com a ajuda das educadoras e com a participação nos grupos, consegui. Hoje moro com minha mãe, comecei a trabalhar em um pet shop junto com ela e vejo que o caminho dado aqui na Fundação pode ajudar muita gente, assim como me ajudou”, contou a menina.
Reflexão
Um dos diferenciais do trabalho da Fundação da Criança é o primeiro olhar que se tem sobre jovens como M., assim que eles chegam por lá. De acordo com a educadora Francisca Da Silva Leite, há 11 anos atuando na área, esses adolescentes chegam encaminhados pelo Poder Judiciário sem nenhuma expectativa ou perspectiva. A partir daí se inicia um trabalho de reflexão sobre tudo que houve em suas vidas. Ao invés da estigmatização que se faz a partir da infração cometida, realiza-se uma leitura completa, de contexto social, político e econômico para que então a equipe comece a direcionar o trabalho na busca da inclusão social do adolescente.
“Cheguei aqui com nove anos vindo do Piauí com minha mãe e meu padrasto. Depois de um estranho começo fui me acostumando. Descobri no desenho uma boa forma pra falar dos meus sentimentos e hoje isso me ajuda até nos momentos mais complicados, porque aprendi aqui na Fundação que posso até usar isso na hora de desenhar”, contou P., 16, morador de São Bernardo.
O resultado de todo esse trabalho, será distribuído em escolas públicas e privadas e para toda a rede sócio assistencial e todas as entidades governamentais ou não governamentais, além da cartilha em quadrinhos, haverá também uma versão em livro de áudio para crianças com deficiência visual e outra em computador, para ser trabalhada e até impressa. A previsão da chegada desse material é para as primeiras semanas de janeiro de 2013.
Como forma de buscar a inclusão social de 60 adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, a Fundação Criança de São Bernardo promoveu uma atividade que mistura criatividade e cidadania: a criação de uma cartilha em quadrinhos sobre os Direitos Humanos da Criança e do Adolescente, a partir da visão dos próprios garotos sobre o tema.
Baseados no Plano Decenal (2011/2020) para os Direitos da Criança, contando com o apoio da Fundação Telefônica como parceira na contratação de um oficineiro de Histórias em Quadrinhos, os educadores organizaram os adolescentes em vários grupos para que a produção fosse viabilizada. Uma metodologia de trabalho bastante eficaz, de acordo com Maria Lúcia de Lucena, coordenadora de Programa Social da Fundação Criança.
“Com a produção da cartilha, houve todo um processo de construção que levou 12 meses, porque nesse período foram realizadas discussões dentro do grupo no sentido de dar propriedade a esses adolescentes sobre os direitos que estavam retratando. Em seguida começou a se pensar em como figurar isso numa linguagem escrita, impressa e desenhada, dentro de uma coerência que resultasse em um roteiro a ser seguido. Com esse trabalho em equipe acreditamos que há um aumento de potencial considerável, a troca de experiência é maior e isso acaba fortalecendo a construção de novos valores.”
São valores que podem ser constados nos próprios jovens envolvidos no projeto, como a jovem M., 17 anos. “Desde pequena presenciei várias vezes as brigas dos meus pais, até que eles se separaram. Eu não aceitava isso de jeito nenhum. Saí de casa, fiquei na rua por oito dias. Usei drogas, cometi um roubo, fui parar no 2º DP de São Bernardo de lá fui conduzida até a Fundação Casa e então me encaminharam para a Fundação Criança. No começo achei que não seria possível, que não iria dar conta. Mas com a ajuda das educadoras e com a participação nos grupos, consegui. Hoje moro com minha mãe, comecei a trabalhar em um pet shop junto com ela e vejo que o caminho dado aqui na Fundação pode ajudar muita gente, assim como me ajudou”, contou a menina.
Reflexão
Um dos diferenciais do trabalho da Fundação da Criança é o primeiro olhar que se tem sobre jovens como M., assim que eles chegam por lá. De acordo com a educadora Francisca Da Silva Leite, há 11 anos atuando na área, esses adolescentes chegam encaminhados pelo Poder Judiciário sem nenhuma expectativa ou perspectiva. A partir daí se inicia um trabalho de reflexão sobre tudo que houve em suas vidas. Ao invés da estigmatização que se faz a partir da infração cometida, realiza-se uma leitura completa, de contexto social, político e econômico para que então a equipe comece a direcionar o trabalho na busca da inclusão social do adolescente.
“Cheguei aqui com nove anos vindo do Piauí com minha mãe e meu padrasto. Depois de um estranho começo fui me acostumando. Descobri no desenho uma boa forma pra falar dos meus sentimentos e hoje isso me ajuda até nos momentos mais complicados, porque aprendi aqui na Fundação que posso até usar isso na hora de desenhar”, contou P., 16, morador de São Bernardo.
O resultado de todo esse trabalho, será distribuído em escolas públicas e privadas e para toda a rede sócio assistencial e todas as entidades governamentais ou não governamentais, além da cartilha em quadrinhos, haverá também uma versão em livro de áudio para crianças com deficiência visual e outra em computador, para ser trabalhada e até impressa. A previsão da chegada desse material é para as primeiras semanas de janeiro de 2013.
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