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DATA DA PUBLICAÇÃO 12/07/2014 | Política
Dilma prevê economia brasileira mais competitiva e ataca pessimismo
À GloboNews, presidente disse que é preciso diminuir burocracia do Estado.

Petista defendeu reforma no futebol e descartou desistir em favor de Lula.


A presidente Dilma Rousseff afirmou em entrevista ao programa especial GloboNews Eleições que no futuro, seus quatro anos de governo ficarão marcados pelos investimentos em infraestrutura.

Para ela, seu período à frente do Executivo criou as condições para que a economia do Brasil torne-se a partir de agora mais competitiva. Dilma também criticou o pessimismo em relação ao país, o que, segundo ela, dificulta a resolução de problemas e pode se tornar uma "profecia autorrealizável".
Eu acho que tem que fazer o que a Alemanha fez quando perdeu a Eurocopa em 2000. Nós temos de fazer uma reforma no futebol brasileiro. Nós precisamos de criar futebol de base, precisamos garantir que os nossos técnicos tenham condições de viver no Brasil nas condições similares a que vivem na Europa."

A presidente afirmou que a derrota do Brasil por 7 a 1 para a seleção da Alemanha pela Copa do Mundo provocou uma "dor imensa" e defendeu uma reforma no futebol brasileira. Segundo ela, esse foi o aprendizado que a derrota deixou: "a consciência que temos que mudar o futebol brasileiro".

Infraestrutura
"Acredito que a característica principal desse momento, desses quatro anos, quando se olhar para trás, que será visto, é o fato de que nunca se investiu tanto no país em infraestrutura, como nós investimos agora", disse a presidente à jornalista Renata Lo Prete, que no programa entrevista os principais candidatos à Presidência. Dilma afirmou que o governo encaminhou os investimentos públicos e privados em aeroportos, portos e rodovias.

Para entrar num "ciclo de competitividade" na produção de bens, a presidente disse que o Brasil deverá aplicar recursos em ferrovias e hidrovias, na ampliação da banda larga e também na educação, que "tem de ser nossa obsessão", com foco no ensino técnico e na inovação, assinalou.

Outra medida necessária, segundo disse, "é superar todos os ranços da burocracia". "Nós somos o país que gostava muito do carimbo e do selo", afirmou. "Há que ter essa reforma do Estado, a extinção da burocracia como prática e método de relação do Estado com a sociedade, com os empresários, com as pessoas".

Crise e pessimismo
Confrontada com dados da macroeconomia – como o baixo crescimento do PIB, a inflação perto do teto da meta, os juros maiores que no início do governo e sinais de menor criação de empregos – Dilma atribuiu à crise internacional as dificuldades atuais.

"As taxas de crescimento de todos os países estão extremamente baixas", mencionando desaceleração nos Estados Unidos, na Europa e países emergentes, como China e Índia. "O que acho terrível no Brasil é que alguém possa supor que nós podemos ter um comportamento de crescimento econômico compatível com outro momento internacional. Nós não somos uma ilha. Esses efeitos nos atingem".

Ela ressaltou, contudo, que o Brasil não precisou demitir "milhões e milhões de pessoas", como ocorreu em outros países e que o nível de emprego deve se manter. Dilma disse que o país tem condições de crescer a taxas maiores e "dar um salto".
O risco do pessimismo em economia é de ser uma profecia autorrealizável [...] Mas o que eu acho mais grave no pessimismo é ele diminuir a capacidade das pessoas de entender a realidade, e superar os desafios, resolver os problemas encaminhando soluções."

No momento seguinte, a presidente criticou o pessimismo sobre o Brasil. "O pessimismo não é uma boa reação à crise. O pessimismo é uma péssima reação à crise", afirmou.

"O risco do pessimismo em economia é de ser uma profecia autorrealizável. Em alguns casos, isso pode acontecer. Mas o que eu acho mais grave no pessimismo é ele diminuir a capacidade das pessoas de entender a realidade, e superar os desafios, resolver os problemas encaminhando soluções", completou.

A presidente apontou como exemplos previsões negativas sobre a realização da Copa e sobre o abastecimento de energia.

Tarifas de luz
Ao falar sobre a política energética, Dilma negou erro de planejamento no aumento recente das tarifas de eletricidade. Ela disse que a alta se dá em razão da seca, que diminui os reservatórios das hidrelétricas e obriga a acionar as termelétricas, com produção mais cara.

Ela ressaltou, no entanto, que o aumento poderia ser maior caso o governo não tivesse, no ano passado, condicionado a renovação de contratos com as geradoras e distribuidoras à diminuição dos lucros.

"Nós conseguimos reduzir a tarifa em 20%. Isso foi vantajoso, porque naquela época nós não sabíamos nem ninguém sabia se ia haver um tempo, um clima chuvoso ou não. E vivemos a maior seca, em alguns lugares, dos últimos 50 anos, em outros, dos últimos 100 anos".

Corrupção e mensalão
No terceiro bloco do programa, Dilma foi questionada sobre se recentes casos de corrupção, inclusive envolvendo o PT, não revelam dificuldade do governo em combater os malfeitos. Dilma respondeu que existe corrupção "em todas as áreas", nos setores público e privado, e que é necessário "apostar não nos homens, mas nas instituições".

Ela mencionou ações do governo por mais transparência, reforço na atuação da Controladoria-Geral da União e Polícia Federal e também a Lei Anticorrupção, que pune também as empresas e agentes privados que corrompem servidores. Depois, pregou uma reforma política que mude "radicalmente" as práticas eleitorais e feita com participação popular, via plebiscito.
O que serve para o PT tem que servir para todos os partidos. O que não é possível é só tratar o PT como sendo o PT que criou a corrupção no país."

PT
Ao falar do PT, disse que "nenhum partido está acima de qualquer suspeita" e defendeu apuração sobre casos envolvendo a sigla.

"Mas o que serve para o PT tem que servir para todos os partidos. O que não é possível é só tratar o PT como sendo o PT que criou a corrupção no país". Ela disse que, como presidente, não pode se manifestar sobre decisão do Supremo Tribunal Federal que condenou ex-dirigentes do partido no processo do mensalão.

Lula
Dilma também foi questionada se ainda há alguma chance de desistir de concorrer à reeleição para dar lugar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela respondeu que "essa possibilidade foi descartada desde sempre".

Antes, destacou a "intimidade" e a "confiança" que construiu com o antecessor numa relação diária quando era ministra de seu governo.

"Para mim, é até interessante que as pessoas recorram a ele que transmitir para mim aguma coisa que estão descontentes, que querem mais isso, querem mais aquilo. Ter o presidente Lula ao meu lado é uma vantagem [...] Para mim, os conselhos do presidente Lula são sempre bem-vindos".

'Elite branca'
Dilma também foi indagada sobre a opinião do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) a respeito dos xingamentos que recebeu na abertura da Copa, em São Paulo. Para o ministro, os insultos não vieram somente da chamada "elite branca".

Quem compareceu aos estádios foi dominantemente quem tinha poder aquisitivo para pagar o preço dos ingressos da Fifa. E aí, é dominantemente uma elite branca."

"Essa é a opinião dele. Não há por que chegar e falar: 'não, é um absurdo'. Agora, eu acho que quem compareceu aos estádios – isso a gente não pode deixar de considerar – foi dominantemente quem tinha poder aquisitivo para pagar o preço dos ingressos da Fifa. E aí, é dominantemente uma elite branca. Em alguns casos, eu acho que devia ser 90, em outros 80, em outros 75 [%], mas era dominantemente elite branca."

Seleção brasileira
Ao final da entrevista, Dilma disse ter sido uma "dor imensa" a derrota da seleção brasileira para a Alemanha. Disse, porém, que deixou como aprendizado "a consciência que temos que mudar o futebol brasileiro".

Ela criticou o fato de jogadores talentosos deixarem o Brasil muito jovens para atuar no exterior. "Eu acho que tem que fazer o que a Alemanha fez quando perdeu a Eurocopa em 2000. Nós temos de fazer uma reforma no futebol brasileiro. Nós precisamos de criar futebol de base, precisamos garantir que os nossos técnicos tenham condições de viver no Brasil nas condições similares a que vivem na Europa".

Ela defendeu transparência, gestão e melhores gastos pelos clubes e que os estádios construídos para a Copa só não ficarão ociosos se os craques brasileiros puderem jogar no país.

Por G1, em Brasília
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