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DATA DA PUBLICAÇÃO 22/09/2010 | Geral
Dia Mundial sem Carro: quem vai aderir?
Deixar o carro na garagem e ir para o trabalho utilizando transporte público, carona e até mesmo bicicleta é opção cada vez mais distante para quem mora na Grande São Paulo. É exatamente esta a proposta do Dia Mundial sem Carro, nesta quarta-feira (22/09), que será defendida por entidades ambientais e prefeituras da Região. O baixo custo/beneficio e transporte público de má qualidade estão entre as razões apontadas por especialistas e motoristas para prever a baixa adesão.

A iniciativa foi implantada em 2001 no País e desde então várias experiências em diferentes capitais mostraram que está cada vez mais difícil aderir à medida. A cada ano, a frota do ABCD aumenta. Em comparação ao ano passado, o número de carros cresceu mais de 6,5% nos sete municípios nos quatro primeiros meses deste ano. Lentidão no tráfego, congestionamentos, aumento no consumo de combustível e na emissão de gases poluentes estão entre os reflexos desse aumento.

“Não sou muito otimista em relação à adesão ao Dia Mundial sem Carro. Não por falta de vontade das pessoas, mas por falta de alternativa de mobilidade”, afirmou o professor de engenharia civil da Universidade Mackenzie, Dario Rais Lopes.

A nutricionista Glória Maria de Souza, 32 anos, refuta qualquer possibilidade de deixar o carro na garagem de casa ao menos uma vez por semana. Moradora de São Bernardo, Glória conta que, em horários de pico, uma viagem até Santo André pode durar mais de uma hora.

“Tenho de visitar várias escolas por dia. Fazer todo o percurso de ônibus me faria perder o emprego”, criticou a nutricionista. De acordo com ela, seria mais dispendioso andar de ônibus que usar o próprio carro. “Além disso, eu perderia muito tempo dentro de um ônibus. Hoje em dia é praticamente impossível depender do transporte público”, disse Glória.

Inviável
De mesma opinião é o advogado Cleitom Leite Coutinho, 31 anos. Para ele, o valor que gastaria por mês usando transporte público é maior que o gasto com o veículo. “Muitas vezes preciso ser pontual em meus compromissos, o que é impossível com o transporte público”, reforçou o advogado. Mesmo nos finais de semana, quando vai passear com a família, tomar um ônibus no ABCD é coisa em que o advogado não pensa. “É muito tempo perdido em pontos de embarque, esperando por um ônibus que sempre está lotado ou atrasado”, justificou.

Um dos precursores do movimento em prol do Dia Mundial sem Carro em Belo Horizonte (MG), Humberto Oliveira Fernandes disse que durante a experiência de conscientização dos motoristas a adesão é praticamente nula. “As pessoas não têm opção de mobilidade além do carro. Em cidades grandes, a adesão não existe. Trabalhamos mesmo com a conscientização”, afirmou. Fernandes coordena o programa Mountain Bike BH, que vai reunir ciclistas em uma grande pedalada pela cidade. “Não uso mais carro desde 2006. Mas, para isso, tive de mudar para um local mais perto do trabalho, em uma região onde o comércio também fica mais acessível”, ressaltou.

Falta investir
“Sem a efetiva priorização do transporte coletivo não haverá redução dos veículos nas ruas de São Paulo. Quando digo efetiva priorização significa investimentos maciços e contínuos em metrô e corredores de ônibus, o que não está sendo feito, em especial no caso dos corredores”, continuou o professor da Mackenzie.

Lopes fez uma simulação para mostrar que, se apenas 1% de 3,5 milhões de veículos que circulam pela Capital, ficasse nas garagens, o espaço livre nas ruas seria equivalente à área do Parque Ibirapuera. “Com isso, deixariam de ser emitidas 17 toneladas de poluentes - hidrocarbonetos e monóxido de carbono. Agora imagine que 10% dos veículos que circulariam fiquem em casa. É outro mundo”, observou o professor.

Por Renan Fonseca - ABCD Maior
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