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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/05/2016 | Economia
Dia do Trabalho não empolga o Grande ABC
Dia do Trabalho não empolga o Grande ABC Foto: Ari Paleta/DGABC
Foto: Ari Paleta/DGABC
Nem mesmo a grade de shows gratuitos composta por grandes nomes da música brasileira foi capaz de animar parte do público de quase 40 mil pessoas, conforme estimativa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que compareceram durante todo o dia de ontem, no Espaço de Eventos do Poliesportivo de São Bernardo, para comemorar o Dia do Trabalho.

Por ironia do destino – ou da atual conjuntura econômica –, o principal motivo apontado pelos visitantes foi o desemprego.

Segundo dados divulgados na sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o desemprego no Brasil ficou em 10,9% no primeiro trimestre. O número de desocupados chegou a 11,1 milhões. No Grande ABC, segundo dados da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), do Seade/Dieese, hoje existem 230 mil pessoas sem emprego nas sete cidades.

A auxiliar de limpeza Maria Auxiliadora de Oliveira, 52 anos, faz parte desta estatística. Há dois anos ela encontra-se desempregada. “O País está em crise, não temos o que festejar. A Prefeitura deveria se preocupar em criar empregos e não em investir em shows”, opina.

A atendente administrativa Caroline Neves Bernardino, 35, veio com o marido curtir o show do cantor Zeca Pagodinho, que fecharia a festividade organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e demais sindicatos filiados à CUT-ABC. “Pode ter certeza que a maioria das pessoas que estão aqui é por conta dos shows grátis”, avalia Caroline, que está há um ano e três meses sem saber o que é registro na carteira de trabalho.

Liliane Muniz Silva, 30, perdeu as contas de quantos currículos já entregou com a esperança de por fim à angústia que já dura dois anos. “Esse tipo de comemoração é boa para quem está empregado, o que não é o meu caso”. conta.

Um dos nomes mais importantes do rap nacional, o cantor paulistano Rappin Hood. aproveitou a oportunidade para dar força aos desempregados. “Temos que lutar, não podemos desistir. Estar desempregado é ruim, mas tenho certeza de que Deus está olhando com carinho para todos nós”, acredita.

Entre a pausa para a saída do rapper e a entrada da sambista veterana Leci Brandão, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, aproveitou o momento para defender o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). “Nossa juventude não pode aceitar o golpe que estão querendo dar. Estamos conscientes de que teremos que enfrentar muitas lutas. Desejo a todos vocês muitos 1ºs de Maio na veia”, discursa.

O aposentado João Carlos Lima, 63, reprovou a atitude do sindicalista e a distribuição de algumas faixas com dizeres ''''''''Não vai ter golpe'''''''' no local do evento. “Não deveria haver discurso político defendendo partido político seja lá qual for. Estou aqui para assistir aos shows e não para saber se vai ou não ter golpe”, esbraveja ele, que é fã de Zeca Pagodinho.

Comerciantes lamentam vendas abaixo do esperado

Os comerciantes que atuaram dentro ou fora do Poliesportivo também sentiram os efeitos da crise econômica instalada no País. Fernandes da Silva, 33 anos, é pasteleiro há dez. Ele participou pela primeira vez das comemorações e ficou decepcionado com as vendas. “Precisamos de eventos como este para vendermos mais, porém, não é o que está acontecendo. Ninguém quer gastar”, lamenta ele, que comercializava o pastel por R$ 6.

“O povo está sem dinheiro, não temos o que comemorar”, acrescenta o amigo de Fernandes, o motorista Luiz Deboben, 46.

Mesma frustração tem a operadora de telemarketing Marcela Oliveira, 33, que há 15 dias foi mandada embora do emprego. Para poder sustentar o filho de 11 anos, ela aposta na venda de bolos em pote nas ruas da cidade. Cada unidade era comercializada a R$ 5. Ontem ela levou 50 itens, mas em quase duas horas de show só havia vendido dois potes. “Eles perguntam o preço e depois inventam inúmeras desculpas para não comprar. Tomara que até o fim da noite a procura aumente, caso contrário, voltarei com mercadoria para casa”, lamenta.


Por Renato Fontes - Diário do Grande ABC
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