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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/01/2008 | Setecidades
Detalhes são decisivos no Carnaval
Na passarela, todas parecem campeãs. Mas, na hora da apuração, a escola de samba que mais levantou o público na arquibancada nem sempre é a escolhida para levar o título do Carnaval.

Detalhes técnicos que passam despercebidos pelos espectadores revelam-se decisivos diante dos olhos atentos do júri. E aí não tem chorinho nem vela de carnavalesco capazes de convencer a mesa julgadora a rever as notas. Por isso, é importante entender o que significa cada quesito e o que leva um jurado a descontar pontos preciosos.

Para começar, a comunidade precisa estar atenta ao regulamento da liga de escolas de samba de sua cidade, que estipula cotas mínimas e máximas de componentes na avenida, o tempo do desfile e todos os requisitos passíveis de penalidade. Depois, é fundamental que os integrantes tomem conhecimento das exigências para cada quesito.

“Já aconteceu de haver foliões com chinelos e até saco de lixo em cima do carro alegórico”, exemplifica o presidente da União Cultural das Escolas de Samba de São Bernardo, Carlos Augusto Vicente, que alterou a forma de escolha do júri no ano passado a fim de evitar tantos questionamentos.

“Em 2006, teve muita queixa, porque uma escola que desfilou luxuosa perdeu para outra mais simples, que ganhou na técnica. Em 2007 não teve mais esse tipo de problema, pois agora são os próprios presidentes das escolas que elegem a entidade responsável pela comissão julgadora.”

Segundo Ricardo Dias, presidente da Aja (Associação dos Julgadores de Arte), que neste ano realizará o julgamentos dos desfiles em Santo André e Diadema, o coração da nota é a justificativa e não propriamente a pontuação. “Se a cidade tem oito escolas, pode ter certeza que uma estará feliz e sete insatisfeitas com os resultados. Por isso, se uma escola perdeu ponto em algum quesito, isto precisa ser muito bem explicado pelo julgador”, afirma.

De acordo com Dias, as escolas recebem após a apuração uma planilha com as notas dos jurados. “Isso serve até para que analisem os defeitos técnicos com o objetivo de melhorar a performance para o próximo ano.”

Leci Brandão - Comentarista de desfiles há muitos carnavais, a cantora Leci Brandão prefere não comparecer às apurações, mas já assistiu a muitas discussões por conta de notas mal compreendidas. Para ela, o quesito Fantasia é sempre o mais polêmico.

“Muita gente não entende porque perdeu nota no quesito Fantasia. Além de a escola poder ser penalizada porque as roupas não estão exatamente iguais ou porque não condizem com o enredo proposto, há jurados que valorizam muito a riqueza. Eu dou mais valor à criatividade.”

Outro quesito delicado na opinião da sambista é o de Mestre-sala e Porta-bandeira. “São apenas duas pessoas representando toda a escola. A responsabilidade é muito grande”, comenta Leci, que já viu vários pavilhões enrolarem por azar em pleno sambódromo paulistano.

“O vento na passarela de São Paulo é muito forte e, às vezes, a bandeira enrosca”, explica a cantora, lembrando que décimos de nota podem definir o título.

ENTENDA COMO OS QUESITOS SÃO ANALISADOS

Enredo – O julgador deve analisar a concepção, ou seja, a sinopse, o enredo escrito, que inclui itens como criatividade e a capacidade de ser traduzido. Também observa a realização, que trata de aspectos como respeito ao tema, obediência ao roteiro, clareza dos figurinos (fantasias) e dos cenários (alegorias).

Samba-enredo – Será analisado a letra, se ela está precisa em relação ao enredo, se tem clareza, objetividade e métrica. Além disso, será julgada a melodia, que inclui força, criatividade e originalidade.

Bateria – O julgador observará a sustentação do ritmo que leva em conta características como constância e manutenção, além do sincronismo dos sons e ousadia no arranjo.

Harmonia – O jurado observa a harmonia do canto e a harmonia do ritmo, que requer entrosamento entre melodia e o ritmo da bateria.

Evolução – Analisa aspectos como a progressão contínua – a escola não pode retroceder na avenida e apresentar espaços significativos. Também julga a garra e a vibração entre as alas e a organização.

Comissão de frente – O jurado vê o sincronismo de movimentos e a apresentação da agremiação. Ainda julga a uniformidade da indumentária.

Mestre-sala e Porta-bandeira – O jurado observa a característica da dança, como o bailado no ritmo do samba, os giros, meias-voltas, variedade de passos do mestre-sala e a apresentação do pavilhão (bandeira da agremiação). Também irá verificar a harmonia do casal, seu entendimento, cumplicidade, sincronismo, coordenação, postura e simpatia.

Ala das baianas – O jurado vê a indumentária, julga o sincronismo, a coreografia da ala, os giros realizados pelas componentes.

Fantasia – A escola deve apresentar beleza plástica e o jurado analisa o aproveitamento de materiais, originalidade, exploração de cores, criatividade, diversidade, exploração visual, acabamento e durabilidade.

Conjunto – O julgador vê o equilíbrio visual (padrão de fantasias e alegorias), bem como o equilíbrio de expressão (padrão de harmonia e evolução).

Fonte: AJA (Associação dos Julgadores de Arte) de Santos

SAIBA MAIS SOBRE OS DESFILES E OS JULGAMENTOS NA REGIÃO

SANTO ANDRÉ
Desfiles – 2 e 3 de fevereiro (grupos aspirante, pleiteante, A e B).
Local - Avenida Firestone.
Escolas do Grupo A – São Jorge, Vila Alice, Lírios de Ouro, Ocara Clube, Palmares e Seci.
Apuração – 6 de fevereiro, no 41º Batalhão da Polícia Militar, no Jardim Estela.
Quesitos – Alegorias e adereços, Comissão de frente, Tema-enredo, Fantasia, Mestre-sala e Porta-bandeira, Letra do samba/melodia, Harmonia, Evolução, Conjunto e Bateria.
Notas – de 5 a 10, com frações de meio ponto.
Jurados – 20 jurados no sábado e 20 no domingo, sendo dois para cada quesito.
Tempo de Desfile – Mínimo de 45 minutos e máximo de 60 minutos. A escola perde um ponto para cada minuto que fizer a menos ou que ultrapassar do tempo permitido no desfile.
Principais exigências – No grupo A, as escolas precisam ter um mínimo de 220 integrantes e perdem um ponto para cada três faltantes. A comissão de frente deve ter sete integrantes, no mínimo, com pena de perder cinco pontos. O grupo A deve ter dois carros alegóricos mais um abre-alas. E a ala das baianas tem de desfilar com, no mínimo, dez pessoas – a penalidade para a escola que não cumprir é de cinco pontos.
Fonte: Uesa (União das Escolas de Samba de Santo André)

SÃO BERNARDO
Desfiles – 3 (pleiteantes e grupo 2) e 4 de fevereiro (grupo 1).
Local – Avenida Aldino Pinotti.
Escolas do grupo 1 – Camisa Vermelha e Branca, Estação Primeira de Baeta Neves, Mocidade Alegre de São Leopoldo, Renascente de São Bernardo, Rosas Negras, Terceira Idade Brilha São Bernardo, União das Vilas.
Apuração – 7 de fevereiro, a partir das 14h, no Ginásio Poliesportivo de São Bernardo.
Quesitos – Alegoria, Bateria, Comissão de frente, Enredo, Evolução, Fantasia, Harmonia, Letra do samba, Melodia, Mestre-sala e Porta-bandeira.
Notas – De 5 a 10, passíveis de arredondamento de até 0,24. Por exemplo, se a nota for 7,24, será arredondada para 7,0; e se ficar entre 7,75 e 7,99, será elevada a 8,0.
Jurados – 20 jurados no total: dez por dia, sendo um por quesito.
Tempo de desfile – Mínimo de 35 e máximo de 50 minutos, para os grupos 1 e 2, com penalidade de um ponto para cada minuto que faltar ou exceder.
Principais exigências – As escolas do grupo 1 devem apresentar um mínimo de 250 componentes. A ala das baianas não pode desfilar com um número inferior a 12 integrantes; a bateria, 50; e a comissão de frente deve ter entre oito e 12 componentes. Em todos esses casos, a penalidade será de um ponto para cada componente que faltar. Também é preciso que haja pelo menos três carros alegóricos, incluindo o abre-alas, com penalidade de dez pontos por cada carro ausente. Se o abre-alas não apresentar o nome da escola, mesmo que abreviado, outros dez pontos serão descontados.
Fonte: União Cultural das Escolas de Samba de São Bernardo

SÃO CAETANO
Desfiles – 2 de fevereiro
Local – Avenida Guido Aliberti com a Rua São Paulo
Escolas – Jeito Sereno, Imperatriz do Bairro Nova Gerti, Acadêmicos de Vila Gerti, Império de Vila Paula, União da Ilha da Prosperidade e Tradição da Ponte.
Apuração – 5 de fevereiro, a partir das 10h, no Ginásio Milton Feijó.
Quesitos – Enredo, Letra do samba, Alegoria, Harmonia, Bateria, Mestre-sala e porta-bandeira, Melodia, Fantasia, Evolução e Comissão de frente.
Notas – De 5 a 10
Jurados – 10 jurados, sendo um por um quesito.
Tempo de desfile – Mínimo de 35 minutos e máximo de 50 minutos, sob penalidade de perder dez pontos, caso o desfile ultrapasse estes limites.
Principais exigências – Cada agremiação deve apresentar um mínimo de 250 participantes (se o número for inferior, a escola perderá dez pontos). Também são exigidos um mínimo de dez componentes na ala das baianas e sete na comissão de frente, sob penalidade de cinco pontos. O carro abre-alas, por sua vez, deve ter a indicação do enredo ou o nome da escola para que não sejam descontados cinco pontos. Se não houver pelo menos três carros alegóricos, incluindo o abre-alas, a escola perde dez pontos, sendo que os veículos devem apresentar largura máxima de 7 metros e não podem ultrapassar os 6,5 metros de altura. Caso contrário, serão descontados outros dois pontos.
Fonte: Liga Independente das Escolas de Samba

DIADEMA
Desfiles – 2 e 3 de fevereiro.
Local – Av. Ulisses Guimarães.
Escolas do Grupo 1 – Unidos da Vila, Unidos de Vila Nogueira, Estopim da Fiel Torcida, Raposa do Campanário, Unidos da Serraria e Unidos de Vila Alice.
Apuração – 5 de fevereiro, às 15h, no Poliesportivo Mané Garrincha.
Quesitos – Enredo, Samba-enredo e melodia, Bateria, Mestre-sala e Porta-bandeira, Ala das baianas, Comissão de frente, Harmonia, Evolução, Fantasia e Alegoria.
Notas – De 5 a 10, com frações de 0,10.
Jurados – Dez jurados no sábado e dez no domingo, sendo um para cada quesito.
Tempo de desfile – Até 60 minutos. A escola perde um ponto para cada minuto que ultrapassar do tempo.
Principais exigências – No grupo 1, a escola deve ter o mínimo de 200 e o máximo de 250 componentes. Além disso, precisa ter no mínimo dois carros alegóricos. A comissão de frente do Grupo 1 deve vir com, no mínimo, sete pessoas.
Fonte - União Cultural das Escolas de Samba e Blocos de Diadema

MAUÁDesfiles – 2 (grupos de acesso) e 3 de fevereiro (1º grupo).
Local – na Avenida Portugal, Jardim Pilar.
Escolas do grupo 1 – Flor do Morro, Ordem e Progresso, Silvia Maria, São João, União da Vila, Camisa Azul e Branco, Império do Jardim Oratório e Beira Rio.
Apuração – 4 de fevereiro, a partir das 14h, no salão de festas Coqueluche (Rua Princesa Isabel).
Quesitos – Harmonia, Alegoria, Fantasia, Mestre-sala e Porta-bandeira, Bateria, Comissão de frente, Letra do samba, Melodia, Enredo e Evolução.
Notas – De 5 a 10, com fração de meio ponto apenas.
Jurados – 40 jurados – 20 em cada noite, sendo dois por quesito.
Tempo de desfile – Máximo de 1h10, com penalidade de um ponto para cada minuto excedente.
Principais exigências – Cada escola deve apresentar pelo menos três carros alegóricos, incluindo o abre-alas. Se algum deles quebrar ou não comparecer à avenida, a perda é de cinco pontos (mais dez pontos, caso se trate do abre-alas). As agremiações do 1º grupo devem apresentar um mínimo de 350 componentes, com pena de um ponto para cada pessoa que faltar. Também são exigidos pelo menos 40 integrantes na bateria, dez na ala das baianas e oito na comissão de frente, sob penalidade de um ponto para cada elemento ausente.
Fonte: Uesma (União das Escolas de Samba de Mauá)

Por Adriana Mompean e Heloísa Cestari - Do Diário do Grande ABC
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