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DATA DA PUBLICAÇÃO 31/10/2008 | Turismo
Desafio em dose dupla
Quase todos os dias, o jornalista e fotógrafo profissional Dadá Moreira, 42 anos, pratica escalada em uma parede adaptada em seu apartamento, na Capital. Também já fez rafting, cascading, trekking e até pára-quedismo. Habituado ao manuseio de cordas, remos e mosquetões, ele seria apenas mais um de muitos aficionados por adrenalina no Brasil não fosse um detalhe: Dadá é cadeirante. Sofre de ataxia espinocerebelar, doença genética degenerativa que afeta o equilíbrio, a coordenação motora, fala fina e visão.

Assim como ele, um número cada vez maior de pessoas com deficiência e mobilidade reduzidas começa a experimentar os benefícios de desafiar paredões, corredeiras e alturas vertiginosas em busca da sensação - e do direito - de se sentirem vivos, atuantes num mundo feito para ‘normais''.

Mais do que exercitar músculos e colaborar com a reabilitação de casos reversíveis, o turismo de aventura recupera o moral, a auto-estima, incita o deficiente a desafiar suas próprias limitações e proporciona um sentimento de liberdade difícil de descrever por quem nunca viveu preso a uma cama ou cadeira de rodas.

De acordo com o último censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 24,6 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência, o que representa 14,5% de toda a população. Destes, metade se considera turista em potencial, mas oito em cada dez desiste de viajar por não encontrar estrutura adequada no destino, como quartos de hotel adaptados, estacionamento exclusivo, piso tátil, cardápio em Braille e acesso a todos os pontos turísticos e atividades de lazer.

Algumas leis, no entanto, já começam a acenar para melhorias no setor. Em setembro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o programa social Inclusão das Pessoas com Deficiência, que prevê investimentos de R$ 2,4 bilhões até 2010 para a implementação de projetos nas áreas de educação, saúde, habitação, transporte e acessibilidade a pessoas com deficiência e mobilidade reduzidas.

E em dezembro próximo termina o prazo estabelecido pelo decreto de número 5.296, de 2 de dezembro de 2004, para empresas e comércios adaptarem suas instalações ao ir-e-vir de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzidas. Após esta data, os estabelecimentos serão passíveis de multas e autuações.

Além da preocupação em garantir qualidade de vida às pessoas com deficiência, números mostram que investimentos no setor tendem a ser lucrativos.

Segundo informações da Abeta (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura), o mercado de produtos e serviços destinados ao segmento movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano. Só a venda de cadeiras de rodas faz girar R$ 100 milhões. E o comércio de automóveis com isenção de impostos e adaptações veiculares, outros R$ 400 milhões.

Quanto ao turismo, ainda não há levantamentos precisos de cifras nem do perfil dos viajantes especiais. Mas uma coisa já se sabe: eles podem incrementar a venda de pacotes domésticos em, pelo menos, 40%, considerando-se que um turista com deficiência leva, em média, dois acompanhantes, e recomenda o destino a outros turistas especiais sempre que se sente bem acolhido na viagem.

"A maioria viaja com quatro ou cinco pessoas da família", observa José Fernandes Franco, proprietário do Parque dos Sonhos e do Campo dos Sonhos, em Socorro, dois dos três primeiros estabelecimentos do Brasil escolhidos para servir de piloto do projeto Aventureiros Especiais sob o aval do Ministério do Turismo.

Por Heloísa Cestari - Diário do Grande ABC
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