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DATA DA PUBLICAÇÃO 29/05/2014 | Veículos
Demora para apurar falha em carro fez mulher levar culpa por morte
'NY Times' contou histórias de acidentes ligados a defeito em carros da GM.

Antes de problema se tornar público, jovem foi condenada nos EUA.


Além do recall de 1,3 milhão de veículos, multa milionária e processos judiciais contra a montadora, um defeito em carros da General Motors, nos Estados Unidos, resultou em dramas vividos por sobreviventes dos acidentes relacionados. Uma dessas pessoas, Candice Anderson, contou ao jornal "The New York Times" que durante 10 anos levou a culpa pela morte de namorado, sem saber que o carro que ela dirigia tinha um problema que impediu a abertura do airbag.

Trezes mortes, ocorridas entre 2004 e 2013, estão associadas à falha nos veículos da GM segundo o órgão que regula os transportes nos EUA. Somente no início deste ano, a montadora convocou um primeiro recall, reconhecendo que um defeito na ignição dos carros fazia alguns modelos desligarem "do nada" e, consequentemente, o airbag poderia não funcionar. Na Justiça, a montadora é questionada pela demora em fazer o chamado, uma vez que relatos do problema teriam surgido ainda em 2001.

Condenada
Candice Anderson tinha 21 anos quando aconteceu o acidente que matou seu namorado, Gene Mikale Erickson, de 25. Ela contou ao jornal que o casal seguia por uma estrada tranquila no Texas, pouco antes do meio-dia, quando ela perdeu o controle do carro em uma curva e bateu em uma árvore. Segundo Candice, eles estavam sem cinto de segurança.

Quando um policial estadual chegou ao local, notou a falta de marcas de derrapagem na estrada como um sinal de que "nenhuma ação evasiva foi feita pelo motorista", de acordo com o seu relatório, e colocou a culpa em Candice.

"Eu acredito que Candice estava embriagada no momento do acidente", escreveu ele. A análise da amostra de sangue da jovem, que mostrou uma quantidade de um medicamento usado para tratar ansiedade pouco acima do limite permitido, ainda não tinha sido concluída quando ela foi acusada de homicídio culposo (sem intenção de matar).

Na cena, o policial escreveu: "Ela era incoerente e parecia delirante, com um olhar vazio em seu rosto". Candice foi multada e condenada a cinco anos de liberdade condicional.

Somente na semana passada, ela teve certeza de que não havia causado o acidente. O governo enviou uma mensagem à mãe de Erickson, confirmando que ele foi uma das 13 vítimas da falha de ignição.

Adolescente que saía de festa
Outro acidente hoje relacionado ao defeito parecia uma típica tragédia adolescente, segundo relatou o "New York Times". No dia 29 de julho de 2005, Amber Marie Rose, de 16 anos, foi a uma festa e, depois de uma discussão com o namorado, decidiu ir para casa. Ela estava alcoolizada, em alta velocidade e não usava cinto de segurança. O carro bateu em uma árvore na Dentsville, em Maryland.

Dias após o acidente, um policial aconselhou a mãe adotiva de Amber, Terry DiBattista, a investigar melhor o caso. A família descobriu que, apesar do impacto, o airbag não tinha sido acionado e Amber acabou fraturando a coluna. A mãe entrou com uma ação contra a GM e, em fevereiro de 2006, a montadora pagou uma indenização à família.

Mãe de 5 filhos
A morte de Shara Lynn Towne, de 37 anos e mãe de 5 filhos, também resultou em ação contra a montadora. Ela estava dirigindo em Visalia, na Califórnia, no dia 4 de julho de 2004, quando seu carro saiu da estrada e bateu em um poste.

Shara usava o cinto de segurança, mas o airbag não abriu. Segundo o “New York Times”, os investigadores não foram capazes de determinar o que causou o acidente na época. Ela pode ter sido a primeira vítima fatal relacionada ao defeito nos carros da GM.

Familiares de Shara processaram a montadora em março 2006. Em 2007, foi feito um acordo judicial.

Entenda o caso
O megarrecall da GM envolve modelos vendidos nos EUA e no Canadá, fabricados entre 2003 e 2007. Nenhum dos modelos chegou a ser comercializado no Brasil -apesar de um deles ser chamado Cobalt, o carro não é o mesmo vendido com esse nome no mercado nacional.

Os primeiros relatos de problemas surgiram em 2001, segundo a agência France Presse, mas a montadora só convocou um recall no início deste ano. Há 13 mortes relacionadas ao caso. O jornal britânico "The Times" identificou 12 pessoas que morreram em 10 acidentes separados em nove estados dos Estados Unidos e no Canadá. A primeira morte foi em 4 de julho de 2004 e a última, a menos de um ano atrás, em 22 de junho de 2013.

Segundo a publicação, as vítimas tinham entre 13 e 81 anos. Ainda de acordo com o jornal, com exceção de um dos acidentes, todos foram colisões de carros em que o motorista perdeu o controle e bateu de frente com um obstáculo. Em todos os casos, os airbags não abriram.

O caso resultou em uma investigação criminal e civil, um inquérito interno da GM e em audiências no Congresso. A montadora se desculpou: "Sentimos muito e estamos trabalhando para resolver esse problema o mais rápido possível", disse Alan Batey, presidente da GM na América do Norte, em comunicado divulgado em fevereiro passado.

Pela demora na convocação do recall, a GM levou uma multa recorde de US$ 35 milhões do governo americano.

Por G1, em São Paulo
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