DATA DA PUBLICAÇÃO 08/10/2015 | Setecidades
Demora na entrega de encomendas ainda é reflexo da greve dos Correios
Centro de Distribuição dos Correios no Bairro Jardim, em Santo André: filas e demora que chegou a 10 horas para retirar produto comprado um mês antes. Foto: Andris Bovo
No Centro de Distribuição de Santo André, espera para pegar um objeto chega a dez horas
Após uma semana e meia do encerramento da greve dos Correios, as encomendas ainda estão sendo entregues com lentidão no ABCD. Consumidores que não receberam os pedidos em casa e foram retirá-los em centros de distribuição têm enfrentado filas e espera que chega a dez horas.
Foi o que aconteceu com o veterinário Felipe Bruno Espada, 27 anos, que desmarcou uma cirurgia na clínica onde trabalha e ficou sem almoço para poder retirar uma encomenda em Santo André. “Eu fui três vezes até os Correios e a espera estava em cerca de seis horas. Tive de separar um dia só para isso, cheguei às 9h e peguei a encomenda às 19h”, disse Felipe, que havia feito a compra há mais de 30 dias.
O grande problema enfrentado por Felipe é que o veterinário não podia sair do centro de distribuição, localizado no Bairro Jardim, após entregar o número do pedido, pois seria chamado pelo nome e perderia a vez. Além disso, quem deixasse o local depois das 14h não poderia mais entrar, por conta do horário de funcionamento.
SEM INFORMAÇÃO
Em São Bernardo, além da demora, quem foi buscar um objeto deparou-se com a falta de informação. A auxiliar de administração Nicelena Oliveira, 40 anos, contou que quando chegou ao centro de distribuição localizado na região central os funcionários não sabiam do paradeiro de sua encomenda.
Mesmo Nicelena tendo verificado o código de rastreamento antes de buscar o produto, os funcionários forneceram informações desencontradas. “Liguei e falaram que estava aqui [nos Correios]. Cheguei e falaram que iam ver se estava lá dentro ou se tinha sido mandado para entregar em casa”, contou. Apesar disso, a auxiliar de administração conseguiu retirar o produto após cerca de duas horas.
O que não aconteceu com o vendedor Adelino Domenech, 49 anos, que chegou às 13h e saiu com a encomenda nas mãos depois das 17h. “Além de muito cheio, achei desorganizado para entregar as coisas. Eles ficam procurando muito”, observou.
Funcionários estão sob pressão, diz sindicalista
A demora nas entregas é um reflexo inevitável dos 13 dias de paralisação, de acordo com um dos representantes do sindicato dos Correios no ABCD, Ricardo Adriane Rodrigues de Sousa, o Peixe. “Foi uma consequência da própria direção da empresa que não deu alternativas para a gente, apresentou uma proposta ruim e levou 20 sindicatos a deflagrar a greve”, avaliou.
Ainda assim, Peixe conta que os funcionários estão sendo pressionados a “limpar a casa”, ou seja, entregar rapidamente as encomendas. Porém, de acordo com o sindicalista, a normalização dos trabalhos será feita no mínimo até o fim do mês, apesar do prazo de 90 dias para que a greve seja compensada.
Com relação à logística do trabalho, as encomendas são encontradas por um código do objeto, o que, conforme Peixe, deixa as mercadorias ordenadas por CEP, o que pode dificultar a triagem. O número de funcionários para a demanda de trabalho é outro agravante da situação. No centro de São Bernardo, por exemplo, 71 funcionários estão trabalhando e o montante acumulado é de cerca de 7 mil itens.
Procurada, a assessoria de imprensa dos Correios não respondeu aos questionamentos da reportagem, se limitando a dizer que o caso será “apurado pela área técnica responsável”.
Após uma semana e meia do encerramento da greve dos Correios, as encomendas ainda estão sendo entregues com lentidão no ABCD. Consumidores que não receberam os pedidos em casa e foram retirá-los em centros de distribuição têm enfrentado filas e espera que chega a dez horas.
Foi o que aconteceu com o veterinário Felipe Bruno Espada, 27 anos, que desmarcou uma cirurgia na clínica onde trabalha e ficou sem almoço para poder retirar uma encomenda em Santo André. “Eu fui três vezes até os Correios e a espera estava em cerca de seis horas. Tive de separar um dia só para isso, cheguei às 9h e peguei a encomenda às 19h”, disse Felipe, que havia feito a compra há mais de 30 dias.
O grande problema enfrentado por Felipe é que o veterinário não podia sair do centro de distribuição, localizado no Bairro Jardim, após entregar o número do pedido, pois seria chamado pelo nome e perderia a vez. Além disso, quem deixasse o local depois das 14h não poderia mais entrar, por conta do horário de funcionamento.
SEM INFORMAÇÃO
Em São Bernardo, além da demora, quem foi buscar um objeto deparou-se com a falta de informação. A auxiliar de administração Nicelena Oliveira, 40 anos, contou que quando chegou ao centro de distribuição localizado na região central os funcionários não sabiam do paradeiro de sua encomenda.
Mesmo Nicelena tendo verificado o código de rastreamento antes de buscar o produto, os funcionários forneceram informações desencontradas. “Liguei e falaram que estava aqui [nos Correios]. Cheguei e falaram que iam ver se estava lá dentro ou se tinha sido mandado para entregar em casa”, contou. Apesar disso, a auxiliar de administração conseguiu retirar o produto após cerca de duas horas.
O que não aconteceu com o vendedor Adelino Domenech, 49 anos, que chegou às 13h e saiu com a encomenda nas mãos depois das 17h. “Além de muito cheio, achei desorganizado para entregar as coisas. Eles ficam procurando muito”, observou.
Funcionários estão sob pressão, diz sindicalista
A demora nas entregas é um reflexo inevitável dos 13 dias de paralisação, de acordo com um dos representantes do sindicato dos Correios no ABCD, Ricardo Adriane Rodrigues de Sousa, o Peixe. “Foi uma consequência da própria direção da empresa que não deu alternativas para a gente, apresentou uma proposta ruim e levou 20 sindicatos a deflagrar a greve”, avaliou.
Ainda assim, Peixe conta que os funcionários estão sendo pressionados a “limpar a casa”, ou seja, entregar rapidamente as encomendas. Porém, de acordo com o sindicalista, a normalização dos trabalhos será feita no mínimo até o fim do mês, apesar do prazo de 90 dias para que a greve seja compensada.
Com relação à logística do trabalho, as encomendas são encontradas por um código do objeto, o que, conforme Peixe, deixa as mercadorias ordenadas por CEP, o que pode dificultar a triagem. O número de funcionários para a demanda de trabalho é outro agravante da situação. No centro de São Bernardo, por exemplo, 71 funcionários estão trabalhando e o montante acumulado é de cerca de 7 mil itens.
Procurada, a assessoria de imprensa dos Correios não respondeu aos questionamentos da reportagem, se limitando a dizer que o caso será “apurado pela área técnica responsável”.
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