DATA DA PUBLICAÇÃO 19/05/2010 | Geral
Demolição do Minhocão deve valorizar imóveis vizinhos em até 54%
Uma possível demolição do elevado Presidente Costa e Silva, mais conhecido como Minhocão, deve aumentar em até 54% o valor do metro quadrado dos imóveis ao longo da via, na região central de São Paulo. O índice considera somente a retirada do elevado, sem contar o aquecimento do setor imobiliário em São Paulo. A reportagem do R7 se baseou em estimativa da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos e Patrimônio) e em preços de imóveis à venda na região.
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) defendeu neste mês a demolição da pista elevada. A proposta está em fase de consulta pública, sem estimativas de execução. Para substituir o Minhocão, que faz a ligação Leste-Oeste, a prefeitura sugere a criação de uma avenida sobre linha férrea da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) - o trem passaria a transitar em um túnel subterrâneo.
O diretor da Embraesp, Luiz Paulo Pompéia, estima que, caso o Minhocão seja demolido, os imóveis vizinhos passariam a ter o preço médio dos apartamentos de Santa Cecília que não ficam de cara para o elevado. Atualmente, o valor dos imóveis ao longo do Minhocão é menor.
– Com a construção do Minhocão, a desvalorização foi tão grande que eles [os proprietários] não conseguiam vender. Não tinha procura.
O R7 comparou o preço de imóveis vizinhos ao Minhocão com outros com características similares localizados a duas ou três quadras do elevado – nenhum deles afetado pela poluição visual ou sonora do Minhocão – vendidos pela Lello Imóveis.
De acordo com Virgínia Carvalho, gerente de vendas da imobiliária para a região, o metro quadrado de um imóvel vizinho ao elevado custa entre R$ 2.600 a R$ 3.000 (apartamentos com um ou dois dormitórios sem vaga de garagem). Um imóvel com as mesmas características a algumas quadras do Minhocão sai por R$ 4.000 o metro quadrado – uma valorização de até 54%.
Usando o mesmo método, o preço do aluguel aumentaria até 30%, se o Minhocão fosse demolido. Eunice Meire do Nascimento, gerente de locação da Lello, explica que o mercado de aluguel tem valorização diferente da venda porque leva conta outros fatores, como mudanças mais constantes dos locatários.
A diretora da Lello Imóveis, Roseli Hernandes, ressalva que os preços dos imóveis em São Paulo estão subindo, independentemente da queda do Minhocão. O preço do metro quadrado dos imóveis novos na cidade superou a inflação oficial dos últimos cinco anos. Entre janeiro de 2005 e março de 2010, o valor da metragem das moradias aumentou 30,6%, enquanto que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 28,4% no mesmo intervalo de tempo. Os dados foram divulgados pelo Secovi-SP (sindicado da habitação de São Paulo) na última segunda-feira (17).
Apesar de a prefeitura dizer que o projeto da demolição do Minhocão não tem prazo para se tornar realidade, a comerciária Eliene Saulo da Silva Marques avisa que sairá da região se nenhuma benfeitoria for feita. Ela, que mora com o marido, comprou um apartamento na avenida General Olímpio da Silveira, no 11º andar, no começo deste ano. Eliene diz ter dificuldade para dormir em razão do barulho.
– Espero um ano, no máximo. Se eles não fizerem nada, eu não fico lá.
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) defendeu neste mês a demolição da pista elevada. A proposta está em fase de consulta pública, sem estimativas de execução. Para substituir o Minhocão, que faz a ligação Leste-Oeste, a prefeitura sugere a criação de uma avenida sobre linha férrea da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) - o trem passaria a transitar em um túnel subterrâneo.
O diretor da Embraesp, Luiz Paulo Pompéia, estima que, caso o Minhocão seja demolido, os imóveis vizinhos passariam a ter o preço médio dos apartamentos de Santa Cecília que não ficam de cara para o elevado. Atualmente, o valor dos imóveis ao longo do Minhocão é menor.
– Com a construção do Minhocão, a desvalorização foi tão grande que eles [os proprietários] não conseguiam vender. Não tinha procura.
O R7 comparou o preço de imóveis vizinhos ao Minhocão com outros com características similares localizados a duas ou três quadras do elevado – nenhum deles afetado pela poluição visual ou sonora do Minhocão – vendidos pela Lello Imóveis.
De acordo com Virgínia Carvalho, gerente de vendas da imobiliária para a região, o metro quadrado de um imóvel vizinho ao elevado custa entre R$ 2.600 a R$ 3.000 (apartamentos com um ou dois dormitórios sem vaga de garagem). Um imóvel com as mesmas características a algumas quadras do Minhocão sai por R$ 4.000 o metro quadrado – uma valorização de até 54%.
Usando o mesmo método, o preço do aluguel aumentaria até 30%, se o Minhocão fosse demolido. Eunice Meire do Nascimento, gerente de locação da Lello, explica que o mercado de aluguel tem valorização diferente da venda porque leva conta outros fatores, como mudanças mais constantes dos locatários.
A diretora da Lello Imóveis, Roseli Hernandes, ressalva que os preços dos imóveis em São Paulo estão subindo, independentemente da queda do Minhocão. O preço do metro quadrado dos imóveis novos na cidade superou a inflação oficial dos últimos cinco anos. Entre janeiro de 2005 e março de 2010, o valor da metragem das moradias aumentou 30,6%, enquanto que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 28,4% no mesmo intervalo de tempo. Os dados foram divulgados pelo Secovi-SP (sindicado da habitação de São Paulo) na última segunda-feira (17).
Apesar de a prefeitura dizer que o projeto da demolição do Minhocão não tem prazo para se tornar realidade, a comerciária Eliene Saulo da Silva Marques avisa que sairá da região se nenhuma benfeitoria for feita. Ela, que mora com o marido, comprou um apartamento na avenida General Olímpio da Silveira, no 11º andar, no começo deste ano. Eliene diz ter dificuldade para dormir em razão do barulho.
– Espero um ano, no máximo. Se eles não fizerem nada, eu não fico lá.
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