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No rastro dos pincéis de Picasso
DATA DA PUBLICAÇÃO 07/04/2009 | Turismo
De Málaga para o mundo
Enquanto a França testemunhou o amadurecimento da obra de Picasso e o próprio advento do cubismo em parceria com Georges Braque (1882-1963), a Espanha reivindica para si os louros de berço e palco das primeiras pinceladas do artista, que já revelava na infância um talento incomum para a sua idade.

Orientado por seu pai, José Ruiz Blasco (1838-1913), Pablo começa a desenhar pombas - o motivo pictórico favorito de dom José - e temas taurinos que remetem às tradicionais touradas espanholas.

A casa onde o futuro vanguardista da pintura passou os primeiros anos de vida, em Málaga, abriga hoje a Fundação Picasso. Alguns esboços da infância podem ser conferidos no Museu de Belas Artes e no próprio Museu Picasso de Málaga, instalado em um palácio renascentista do século 16.

Acervos semelhantes também são encontrados em Barcelona, onde Pablo cursou a Escola de Belas Artes La Llotja mesmo sem contar com idade mínima para ingressar. Dom José teria insistido para que a academia abrisse um exame de admissão ao filho e Pablo concluiu a prova em um dia, quando o prazo normal era de um mês. O resultado desconcertou a bancada examinadora e sua admissão foi unânime.

Hoje, os amantes das artes plásticas podem acompanhar o amadurecimento do gênio com uma visita ao Museu Picasso de Barcelona, cuja coleção reúne obras do início da carreira do pintor e alguns de seus trabalhos principais, caso da série As Meninas.

As passagens por Madri e Horta de San Joan foram igualmente essenciais na vida de Picasso, que pôde reforçar sua independência pessoal e artística longe da pressão paterna e do convencionalismo acadêmico, retornando a Barcelona ainda mais desafiante e seguro de si mesmo.

Mas foi em Paris, considerada a Meca da Arte, que o jovem Pablo ampliou efetivamente os horizontes de sua pintura sob a influência dos trabalhos de Ingres, Delacroix, Degas, Van Gogh, Toulouse-Lautrec e Gauguin. Também foi na Cidade Luz que suas obras passaram a ser assinadas unicamente com o sobrenome materno: Picasso.

Só depois, o maior ícone da arte do século 20 rendeu-se de vez aos encantos do Sul francês. A obra A Odalisca (1951), por exemplo, teve a badalada Saint-Tropez como fonte de inspiração. Já Vallauris levou Picasso a explorar outras técnicas artísticas, como Vallauris e cerâmica, além de servir de motivo para a aclamada tela Guerra e Paz. A região também o aproximou do cinema: em Cannes, o pintor colabora com Clouzot para a elaboração do longa-metragem O Mistério de Picasso, e em Les Baux de Provence interpreta um pintor no filme O Testamento de Orfeu, de Cocteau.

Obras-primas à mesa

Além da vocação para ganhar as telas de mestres da pintura, a região da Provença é pródiga em receitas que fazem da culinária no Sul francês uma verdadeira obra-prima da gastronomia internacional, meca de gourmets de todo o mundo. Para o povo provençal, a comida é motivo de devoção. Não à toa, as famosas feiras de rua estrelam sempre entre as atividades de lazer preferidas. Caracterizada pelo uso constante de ervas aromáticas, hortaliças frescas e azeites de oliva, a chamada Cuisine du Soleil (Cozinha do Sol) da Provença costuma variar o seu menu de especialidades conforme os ingredientes típicos de cada estação. Tudo para que sejam sempre utilizados os legumes mais frescos, as frutas mais maduras e os queijos mais saborosos do mercado. Resultado: uma mistura de cores, aromas e sabores sem-igual.

Entre os pratos que mais marcam presença nas mesas provençais estão o aioli (espécie de maionese feita com gema de ovo, alho e, como não poderia deixar de ser, azeite de oliva); o ratatouille (cozido à base de cebola, berinjela, tomate e pimentão) e o popular pão fougasse, recheado com anchovas, cebola, azeitonas pretas e especiarias.

Já no litoral, o carro-chefe fica por conta do tradicional bouillabaisse, espécie de sopa feita com diversos tipos de peixes e frutos do mar.

Os turistas mais requintados e que reservarem maior quantia aos prazeres da boa mesa também podem aventurar o paladar na degustação de iguarias tão exóticas quanto típicas dos mercados provençais, como trufas com ovos mexidos, pastis (aperitivo à base de anis) e os melhores queijos de leite de cabra do mundo.

Finesses à parte, visitar as feiras e restaurantes do Sul francês rende sempre lembranças de sabores inesquecíveis na memória e alguns quilinhos a mais na bagagem corpórea. Tudo, é claro, regado ao mais autêntico vinho provençal, para brindar sem culpas a arte de bem viver.

Por Heloísa Cestari - Diário do Grande ABC
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