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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/12/2012 | Economia
Crise econômica afeta famosa rua comercial de Buenos Aires
Restrição a importações e dólar alto prejudicam lojistas da Rua Florida.

Número de turistas estrangeiros caiu 10,9% em relação a 2011, diz estudo.


Antes um paraíso de compras, a Rua Florida, uma das mais famosas de Buenos Aires, sofre nos últimos meses com a crise econômica – negada pelo governo – que afeta a Argentina, e já não atrai tantos turistas. Lojas fechadas, pontos comerciais vazios e liquidações pré-fechamento estão por toda parte ao longo da rua de pedestres.

A principal reclamação de lojistas é a diminuição do fluxo de turistas. Após ter imposto controles estritos sobre o mercado de câmbio, o que limitou a circulação de moeda estrangeira, e ter restringido as importações, o país deixou de ser um destino atrativo para muitos turistas. "Não achei em conta. Só comidas e bebidas que ainda compensam", comenta o militar carioca César Meira Araújo, em viagem de uma semana com a esposa na cidade.

Segundo uma pesquisa do Instituto Nacional de Estatística e Censos, divulgada no jornal local "La Nación" nesta sexta-feira (7), o número de turistas estrangeiros em outubro foi 10,9% menor que no mesmo mês do ano passado, e o montante gasto por eles no país caiu ainda mais: 25,5%. Ainda segundo o estudo, nos primeiros dez meses do ano, a quantidade de turistas que chegaram ao país decresceu oito vezes. Isso indica que a baixa acumulada até outubro chegou a 3,7% - e as divisas geradas pelo turismo caíram 11,4%. Em montante, o país deixou de receber US$ 331 milhões.

"Consideramos que a presidente Cristina [Kirchner] não está trazendo o turismo, e essa região só trabalha com turismo internacional. Se não há turismo, não há vendas. O dólar teria que estar mais alto, os preços aumentaram... O aluguel se baseia nas vendas, então por isso há muitas lojas fechando", diz Marcelo Keisman, funcionário de uma loja de artigos em couro que anuncia o próprio fechamento "em poucos meses".

Em 2011, a Argentina declarou ter uma inflação a 9,5%, mas os institutos privados a estimam em 23% ou 25%. Desde fevereiro deste ano, o país é alertado pelo Fundo Monetário Internacional para que tome medidas concretas para melhorar a qualidade da apuração de seus dados de inflação e de seu Produto Interno Bruto (PIB), para alinhá-los a critérios internacionais. Mas, até agora, nada mudou.

"A maioria está pensando nisso [em fechar] porque os custos estão altíssimos. [No nosso caso] há problema com o couro, porque vinha da China. Os taninos para curtir o couro também são importados. Com a restrição, não importamos mais. Estamos vendendo o que temos", conta Alejandra Estatoet, há 35 anos vendedora na Florida, e agora em uma loja prestes a fechar as portas. "Um aluguel pelo que ano passado se pagava US$ 15 mil, hoje custa US$ 25 mil, US$ 30 mil. Por isso tudo, a Florida não é mais o que era. Vi um montão de lojas fecharem", conta ela.

Há quem se aproveite da crise e anuncie o fechamento como estratégia de venda. Mas são minoria, segundo apurou o G1, em toda a rua. "Não vamos fechar. Usamos como estratégia. Estamos há 10 anos na Florida. Os lugares que estão fechando são os que não conseguiram acordo no aluguel", diz Raúl Torrielli, funcionário de uma loja de roupas masculinas que anuncia o fechamento na porta.

Propina
A restrição às importações no país gera falta de alguns produtos, mas ainda é possível ver muitos importados na Rua Florida. "No geral, as marcas [importadas] que seguem na Argentina são as que aceitam pagar propinas. Mas para muitas não é interessante pagar", conta a vendedora Jesica Zachozy, que trabalha com as últimas peças de uma loja de roupas importadas. "Não temos a mesma quantidade de turistas. Eles preferem ir aos Estados Unidos."

"O que acontece é que estão aparecendo tentativas de corrupção. Não está faltando nada, porque de uma forma ou de outra entram as coisas", conta o sócio de uma loja de tecidos Carlos Duek.

Por Giovana Sanchez - G1, em Buenos Aires
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