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DATA DA PUBLICAÇÃO 24/10/2014 | Setecidades
Crise da água: braço da Billings pode secar em menos de um ano
Crise da água: braço da Billings pode secar em menos de um ano Recuo da represa Billings é visível e margens apresentam faixa de terra que antes ficava coberta pela água. Foto: Andris Bovo
Recuo da represa Billings é visível e margens apresentam faixa de terra que antes ficava coberta pela água. Foto: Andris Bovo
Sintaema diz que efeito cascata pode chegar nos próximos meses se Sabesp não mudar gestão

O Sistema Rio Grande é o próximo da lista a secar e chegar à crise vivenciada pelo Cantareira. Com a falência do maior produtor de água da Grande São Paulo, também foi afetado o sistema Alto Tietê, e agora a ameaça chega ao braço da represa Billings, que abastece não somente a Região mas também a Capital. A análise foi feita pelo presidente do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo), Rene Vicente dos Santos.

Santos critica a forma como os recursos hídricos foram administrados nos últimos anos. Para ele, o investimento do governo estadual se concentrou na expansão da rede, deixando de lado a ampliação dos reservatórios. “Como a Sabesp possui ações na Bolsa, a preocupação é com a arrecadação. Dessa forma, não houve planejamento para enfrentar a seca atual”, disse. O que deve acontecer, para o sindicalista, é o aumento da retirada de água na parte de captação da Billings para evitar que casas paulistas fiquem sem abastecimento.

O menor - O problema, conforme Santos, é que o braço Rio Grande é o menor dos reservatórios do Estado e não tem capacidade para atender a demanda da grande metrópole. “Efeito dominó. Com Cantareira e Alto Tietê secando, será uma questão de meses para que não tenha mais água no Rio Grande. A situação não vai ser diferente se não mudarem a política da Sabesp”, citou. Para o presidente, o governo estadual deveria anunciar racionamento, antes que a situação fique pior. “Mas, por uma questão eleitoreira, o rodízio foi evitado”, criticou.

O Rio Grande opera atualmente com 71,2% da capacidade – no mesmo período do ano passado, a represa estava com 96,3% –, sendo o único com reserva acima dos 50%. A compreensão dos dados fica prejudicada porque a Sabesp não revela o volume, em metros cúbicos, dos reservatórios. O Cantareira está com reserva de 3% (volume morto) e o Alto Tietê com 8,2%, mesmo volume da Cantareira quando a companhia estatal iniciou a captação do volume morto, em maio.

“Agora, qualquer solução só pode ser feita a longo prazo. O problema é que a falta d’água já está instalada”, sustentou Santos. Em junho deste ano, a Sabesp fez com que 150 mil residências de Santo André passassem a receber água do Rio Grande. A cidade agora é abastecida pelo manancial da Billings e pelo Alto Tietê. Neste mês, a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ampliou em 500 metros cúbicos por segundo a retirada de água no reservatório.

Recuo do Rio Grande assusta moradores
Severino Barbosa tem 58 anos e há 26 costuma pescar no braço Rio Grande da Billings. A brincadeira virou tradição para o pedreiro. Em horários vagos, corre para a rodovia Índio Tibiriçá e dali mesmo joga a linha de pesca para dentro do reservatório. Este ano, o “pescador de rodovia” adentrou as margens secas do Rio Grande e aproveitou o recuo da água para continuar a distração. “É de assustar a gente. Antes eu ficava lá na rodovia de braço esticado, agora está tudo terra aqui”, falou.

As bordas da represa, antes verdejantes, agora estão tomadas por areia e lixo. Pneus, latas e garrafas se engancham nas linhas do pescador, que lamenta o tamanho dos peixes. “Até o ano passado eu pegava umas tilápias grandes. Hoje só dá para pegar uns peixinhos para uma pequena fritada”, descreveu.

Quem passa todos os dias perto da represa também fica surpreso com o recuo. “Fico assustada todos os dias. Ainda não falta água em casa, mas me preocupo porque a represa está muito feia”, disse a auxiliar de limpeza Janeide Gomes de Melo, 42 anos.

Por Renan Fonseca - ABCD Maior
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