DATA DA PUBLICAÇÃO 07/12/2015 | Cidade
Criança também sabe
Foto: Anderson Silva/DGABC
Olhos atentos, análise criteriosa e conselhos que podem salvar vidas. Essa foi a missão dada e que está sendo cumprida por 40 crianças e adolescentes que integram a primeira turma da Defesa Civil Mirim de Mauá, que se formou ontem, em cerimônia realizada na Escola Municipal Professora Terezinha Leardini Branco, no Jardim Zaíra. O papel dos pequenos é identificar fatores que possam ocasionar graves problemas nas áreas de risco em que vivem, alertando a comunidade e fazendo encaminhamentos à Defesa Civil, sempre que necessário.
A iniciativa, pioneira na região, teve início em abril e envolveu a faixa etária de 13 a 16 anos – o que não impediu a participação de um garoto de 9. Uma vez por semana o grupo, dividido nos períodos matutino e vespertino, se reuniu na sede da própria Defesa Civil, no Jardim Zaíra, para aprender noções de geologia, geografia, planejamento urbano, além de aulas sobre cidadania, Saúde, biologia e cultura de paz.
A maior parte das crianças vive no entorno do Chafic Macuco, onde em 2011, quatro pessoas morreram após serem atingidas por deslizamentos no morro. “Em 2012, quando o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) mapeou o Chafic, fez várias imagens da área, entre elas, das crianças brincando. Havia a necessidade de fazer um projeto social na localidade e pensamos em nesse trabalho, porque elas assimilam as informações mais rápido e são agentes multiplicadores do conhecimento”, contou o agente da Defesa Civil Jovanildo Lopes Soares, 60, acrescentando que a ideia é continuar a ação no próximo ano.
Com seu conhecimento, Beatriz Lopes Soares, 12, conseguiu intervir para que a mãe de uma amiga interrompesse uma obra arriscada. “Ela estava aumentando a casa para cima e colocando pneus para segurar o barranco. Expliquei que isso era pior, por causa do peso que pode provocar deslizamento de terra e ela não continuou”, relatou. “Me senti muito feliz, porque ajudei a evitar uma tragédia”, orgulhou-se.
Já Kleiton Cristo da Silva, 13, lamentou que a família de um amigo não tenha dado ouvidos ao seu alerta. “Tem muita rachadura na parede e um buraco bem próximo à casa. Avisei do perigo de desmoronamento, mas não deram muita importância. Os adultos são difíceis de entender. Pensam que, só porque somos crianças, não podemos saber das coisas”, desabafou.
“Estamos tentando fazer uma nova geração, para que não aconteça mais tanta tragédia”, disse Emerson Alves Carneiro Cavalcante, 13. “Estamos aqui para ajudar”, finalizou.
Municípios levam trabalho de conscientização às escolas
Em algumas cidades do Grande ABC, a Defesa Civil aproxima as crianças de seu trabalho por meio das instituições de ensino. No município andreense, de acordo com o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), é promovida a campanha Escola Amiga da Defesa Civil, nas escolas municipais, estaduais e particulares durante os Jogos Escolares. Este ano, 19 unidades aderiram à ação, coletando mais de 1.700 itens de higiene pessoal e doando para a assistência humanitária.
“Os itens são importantes quando a Defesa Civil necessita atender moradores atingidos por eventos climáticos ou tecnológicos”, ressalta a autarquia. Ao participarem da campanha, as escolas recebem uma caixa contendo várias publicações sobre prevenção de riscos, mudanças climáticas, educação ambiental, entre outros temas, além de um certificado de Escola Amiga da Defesa Civil. A unidade de ensino participante também pode agendar para os alunos palestra, simulado e visita a áreas suscetíveis a riscos.
Em Ribeirão Pires, também nas escolas, o órgão desenvolve trabalho de conscientização e divulgação das noções de Defesa Civil e já atingiu perto de nove mil estudantes, segundo a Prefeitura. Palestras sobre o trabalho preventivo são feitas ainda em igrejas, nas comunidades e empresas.
Os demais municípios não retornaram as informações.
A iniciativa, pioneira na região, teve início em abril e envolveu a faixa etária de 13 a 16 anos – o que não impediu a participação de um garoto de 9. Uma vez por semana o grupo, dividido nos períodos matutino e vespertino, se reuniu na sede da própria Defesa Civil, no Jardim Zaíra, para aprender noções de geologia, geografia, planejamento urbano, além de aulas sobre cidadania, Saúde, biologia e cultura de paz.
A maior parte das crianças vive no entorno do Chafic Macuco, onde em 2011, quatro pessoas morreram após serem atingidas por deslizamentos no morro. “Em 2012, quando o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) mapeou o Chafic, fez várias imagens da área, entre elas, das crianças brincando. Havia a necessidade de fazer um projeto social na localidade e pensamos em nesse trabalho, porque elas assimilam as informações mais rápido e são agentes multiplicadores do conhecimento”, contou o agente da Defesa Civil Jovanildo Lopes Soares, 60, acrescentando que a ideia é continuar a ação no próximo ano.
Com seu conhecimento, Beatriz Lopes Soares, 12, conseguiu intervir para que a mãe de uma amiga interrompesse uma obra arriscada. “Ela estava aumentando a casa para cima e colocando pneus para segurar o barranco. Expliquei que isso era pior, por causa do peso que pode provocar deslizamento de terra e ela não continuou”, relatou. “Me senti muito feliz, porque ajudei a evitar uma tragédia”, orgulhou-se.
Já Kleiton Cristo da Silva, 13, lamentou que a família de um amigo não tenha dado ouvidos ao seu alerta. “Tem muita rachadura na parede e um buraco bem próximo à casa. Avisei do perigo de desmoronamento, mas não deram muita importância. Os adultos são difíceis de entender. Pensam que, só porque somos crianças, não podemos saber das coisas”, desabafou.
“Estamos tentando fazer uma nova geração, para que não aconteça mais tanta tragédia”, disse Emerson Alves Carneiro Cavalcante, 13. “Estamos aqui para ajudar”, finalizou.
Municípios levam trabalho de conscientização às escolas
Em algumas cidades do Grande ABC, a Defesa Civil aproxima as crianças de seu trabalho por meio das instituições de ensino. No município andreense, de acordo com o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), é promovida a campanha Escola Amiga da Defesa Civil, nas escolas municipais, estaduais e particulares durante os Jogos Escolares. Este ano, 19 unidades aderiram à ação, coletando mais de 1.700 itens de higiene pessoal e doando para a assistência humanitária.
“Os itens são importantes quando a Defesa Civil necessita atender moradores atingidos por eventos climáticos ou tecnológicos”, ressalta a autarquia. Ao participarem da campanha, as escolas recebem uma caixa contendo várias publicações sobre prevenção de riscos, mudanças climáticas, educação ambiental, entre outros temas, além de um certificado de Escola Amiga da Defesa Civil. A unidade de ensino participante também pode agendar para os alunos palestra, simulado e visita a áreas suscetíveis a riscos.
Em Ribeirão Pires, também nas escolas, o órgão desenvolve trabalho de conscientização e divulgação das noções de Defesa Civil e já atingiu perto de nove mil estudantes, segundo a Prefeitura. Palestras sobre o trabalho preventivo são feitas ainda em igrejas, nas comunidades e empresas.
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