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DATA DA PUBLICAÇÃO 07/11/2010 | Saúde e Ciência
Criança que vê mais TV come mais besteira
Crianças que assistem mais à televisão consomem mais doces e guloseimas e têm maior risco de ficarem obesas, de acordo com a conclusão de um estudo feito pela nutricionista Renata Alves Monteiro, da UnB (Universidade de Brasília).

A pesquisadora, do grupo de estudo do comportamento do consumidor da universidade, seguiu hábitos alimentares de 330 crianças de 9 a 12 anos de escolas públicas e particulares do Distrito Federal, em dois estudos.

No primeiro, fez um questionário sobre as preferências alimentares e o tempo médio de televisão de cada criança. No segundo, dividiu as crianças em três grupos e as submeteu a programas de TV com ou sem comerciais. Depois, repetiu o questionário e cruzou os dados.

A conclusão é que duas horas de televisão são suficientes para interferir nas escolhas das crianças. "Aquelas que assistiam mais televisão tiveram uma preferência maior por guloseimas", diz.

Monteiro é uma das autoras de outra pesquisa, feita em 11 países, que avaliou 12.618 comerciais. Desses, 67% eram de produtos com muita gordura, muito sal ou muito açúcar.

O estudo foi publicado no periódico "American Journal of Public Health" e coordenado pelo Conselho de Câncer da Austrália.

"No Brasil, 95% das propagandas para crianças são de alimentos não saudáveis. Isso tem uma relação direta com o aumento da obesidade", diz Monteiro.

Para a psicóloga Patricia Spada, da Universidade Federal de São Paulo, as crianças até sabem diferenciar o que é saudável do que não é. Mas, na hora de escolher, elas são seduzidas pelas estratégias de marketing.

"A comida vira um brinquedo. Se a bolacha dá risada e é divertida, isso encanta a criança", afirma.

Regulamentação

Segundo os autores do estudo, a conclusão chama a atenção para a necessidade de uma regulamentação mais rigorosa de publicidade infantil em todo o mundo.

Em alguns países, já existem proibições. Por aqui, não há qualquer restrição para a publicidade voltada a menores de 12 anos.

O assunto já foi discutido na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e até chegou a ser incluído no texto inicial de uma resolução, mas depois foi retirado.

"É um problema de saúde pública. Toda propaganda para crianças com menos de 12 anos é abusiva. A criança não tem capacidade de fazer uma leitura crítica e escolher outros alimentos", diz Isabella Herinques, coordenadora do projeto Criança e Consumo do Instituto Alana.

Por Juliana Vines - Folha Online, São Paulo
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