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DATA DA PUBLICAÇÃO 16/12/2012 | Setecidades
Creches abrem para 15% das crianças
Creches abrem para 15% das crianças Imagem Ilustrativa. Foto: oradarsindical.com.br
Imagem Ilustrativa. Foto: oradarsindical.com.br
Durante as férias escolares iniciadas neste mês, apenas Santo André e Mauá abrem as escolas para receber estudantes com idade entre zero e 4 anos. Serão 5.882 crianças beneficiadas, número que corresponde a cerca de 15% dos pequenos nesta faixa etária matriculados nas creches do Grande ABC. A medida, além de trazer benefícios para a garotada, com atividades recreativas, é comemorada pelos pais que trabalham e não têm com quem deixar os filhos neste período.

Em Santo André, 31 creches ficarão abertas entre os dias 21 de janeiro e 8 de fevereiro, das 7h às 18h. A expectativa é atender 1.615 crianças até 4 anos. A administração realizou pesquisa para saber o interesse de cada família por este atendimento. A rede municipal conta com 13.868 crianças na Educação Infantil, sendo 6.638 em creches e 7.230 em Emeiefs (Escolas Municipais de Ensino Infantil e Fundamental).

Já Mauá passou a abrir as creches em junho de 2011, quando a Defensoria Pública de Santo André, responsável também pela cidade, conquistou vitória em ação conjunta de 2.300 mães que pediam a abertura das unidades em janeiro, julho e dezembro. Em caso de desobediência, a multa diária é de R$ 10 mil. Ao todo, 4.267 alunos de 36 creches são beneficiados.

Neste ano as famílias de 1.300 crianças de São Caetano com até 4 anos ficarão desamparadas durante os meses de dezembro e janeiro. Isso porque a Prefeitura não deu prosseguimento à ação de manter pelo menos 12 unidades abertas em período integral, como aconteceu em 2011 pela primeira vez. A administração também não explicou o motivo da mudança.

São Bernardo, Diadema e Ribeirão Pires não aderem à medida. Ribeirão Pires não respondeu.

No recesso escolar de meio de ano a situação é diferente. Mais crianças são beneficiadas com atividades recreativas em Santo André, São Caetano, Diadema e Mauá. Neste ano, 11 mil alunos da Educação Infantil, sendo 8.600 das creches, frequentaram a escola em julho.

Planejamento

Na visão da professora de Psicologia da Educação da Fundação Santo André Ivete Pellegrino, é preciso lembrar que as creches foram criadas na década de 1940 para amparar os filhos das mulheres operárias com missão de dar assistência às crianças.

No entanto, a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases), de 1996, enquadra as unidades de ensino destinadas aos pequenos com idade entre zero e 3 anos no campo da Educação, onde as férias são necessárias para os profissionais e estudantes. "Acredito que um plano de trabalho seja ideal, onde a criança desfrute das brincadeiras, possa se socializar e, claro, esteja sempre aprendendo. As crianças têm necessidades, por isso, o tempo que passam na creche não pode ser diante da televisão, dormindo, ou sem nada planejado", diz.

Sem opção, mãe leva filha para o trabalho

A alternativa encontrada pela empregada doméstica Márcia dos Reis Bento, 46 anos, para cuidar da filha de 3 durante as férias escolares foi carregá-la para o trabalho. A ação se fez necessária devido à falta de familiares, vizinhos ou amigos para deixar a pequena Gabriele em dezembro e janeiro. Ela também não pode arcar com as despesas de uma babá.

"É bem mais cansativo porque, além de dar conta do trabalho, não posso descuidar dela", revela a moradora da Vila São José, em São Bernardo. Para distrair a filha, a opção é papel e giz de cera, além de desenhos animados.

Márcia precisou fazer acordo com a dona da casa onde trabalha antes mesmo de aceitar o emprego. "Expliquei para minha patroa que ela só tinha duas opções: deixar eu levar minha filha para o trabalho ou me dar um mês de folga", brinca.

A rotina de acordar cedo e utilizar dois ônibus diariamente traz consequências, segundo Márcia. "A Gabriele vive doente", diz.

No caso da cabeleireira Denise da Silva Lima, 23, a saída é pagar R$ 250 para uma vizinha olhar os dois filhos de terça a domingo. "A gente fica sem opção. Seria ótimo se a Prefeitura seguisse o exemplo das outras cidades e abrisse a creche nas férias", lamenta a moradora da Vila São Pedro, em São Bernardo, e mãe de crianças de seis meses e 4 anos. Outra que é obrigada a comprometer boa parte do salário é a cabeleireira Luciana de Souza, 34. "Além de pagar para uma pessoa olhar as crianças, a gente tem que levar a alimentação", destaca a mãe de menino de três anos.

Por Natália Fernandjes - Diário do Grande ABC
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