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Após carteiro se acorrentar, faculdade oferece bolsa
DATA DA PUBLICAÇÃO 04/03/2008 | Educação
Correspondência atrasada faz carteiro perder bolsa de estudos no RS
Um carteiro se acorrentou ao prédio dos Correios onde trabalha, na cidade de Rio Grande (RS), para protestar contra o atraso de uma carta.

O destinatário da correspondência era ele mesmo e a demora na entrega, segundo o carteiro, fez com que perdesse a bolsa de estudos oferecida pelo ProUni (Programa Universidade para Todos) para cursar uma faculdade particular de direito.

"Sou carteiro, mas estou aqui como cliente", disse Rudimar Cruz Machado, 34, carteiro há um ano e meio. Na última sexta (29), ele recebeu uma carta do Ministério da Educação, com data do dia 13 de fevereiro, comunicando que estava entre os 42.557 estudantes selecionados na segunda chamada do programa.

A correspondência chegou, no entanto, dois dias após o final das inscrições, encerradas em 27 de fevereiro. A carta foi entregue a Machado por um colega, na própria sede dos Correios. A faculdade se recusou a matriculá-lo. "Não sei quem foi o culpado. Mas a gente vive em um país democrático e estou aqui como cidadão", afirmou Machado.

No sábado (1) pela manhã, ele decidiu acorrentar uma das pernas e usou um cadeado para prender as correntes no portão de entrada do CDD (Centro de Distribuição Domiciliar) dos Correios. Ficou acorrentado por 46 horas até a manhã desta segunda-feira, quando saiu para entregar cartas, como faz todos os dias. Ele deve voltar a se acorrentar até que haja uma solução.

"Só vou protestar no finais de semana e nos horários fora de expediente para mostrar que não é o profissional que está aqui", disse Machado. Como carteiro, ele afirmou saber o que causou o atraso, mas que não podia se pronunciar.

"Como profissional, a gente sabe o que acontece. Mas não posso falar. Várias pessoas devem ter passado por isso, mas se calaram", disse o carteiro.

Casado, pai de uma menina de um ano e meio, Machado foi reprovado quatro vezes na Furg (Fundação Universidade Federal de Rio Grande). Sem a bolsa, que representa 50% do valor da mensalidade, Machado gastaria quase todo o salário líquido de R$ 550 parar pagar a faculdade. "Estão jogando meu sonho na lixeira. Só vou parar quando conseguir minha bolsa de estudos."

A assessoria de imprensa dos Correios em Porto Alegre informou que a entrega de correspondências está em dia em Rio Grande e que a empresa está tomando as providências administrativas para apurar se houve atraso na entrega da carta destinada a Machado.

O Ministério da Educação disse que o regulamento do ProUni estabelece que o acompanhamento de prazos é de responsabilidade do estudante e que, para isso, coloca os dados na internet e mantém um telefone 0800. A carta, segundo o ministério, tem "caráter meramente complementar".

Por Gilmar Penteado - Agência Folha (Porto Alegre)
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