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DATA DA PUBLICAÇÃO 16/06/2012 | Setecidades
Correios ainda estão no século passado em bairros da Região
Correios ainda estão no século passado em bairros da Região Mario Luiz da Silva, que recebe e entrega cartas sem cobrar nada por isso. Foto: Amanda Perobelli
Mario Luiz da Silva, que recebe e entrega cartas sem cobrar nada por isso. Foto: Amanda Perobelli
Em alguns locais considerados de risco, como o Bairro Montanhão, em São Bernardo, carteiros não entram; em outros, entrega da correspondência é centralizada em associações de bairros

Telefonar do orelhão, pagar contas na agência bancária, buscar correspondência nas agências dos Correios são algumas das atividades do cotidiano já consideradas ultrapassadas na era do celular e da internet. Mas, em muitos locais, alguns desses serviços continuam no século passado. E não é preciso ir muito longe. Em comunidades de São Bernardo, município dos mais desenvolvidos do País, famílias não recebem cartas, contas e outras correspondências em suas casas.

Nesses casos, os moradores têm de buscar a correspondência nas associações de bairro. É nas associações que o carteiro deixa todas as cartas e contas, mas, para isso, o morador tem de ser um associado. Se não for, não recebe.

No Bairro Montanhão, a mensalidade da associação do Núcleo dos Cafezais é de R$ 5, e existem cerca de 400 associados. A moradora e associada Regina Aparecida, 40 anos, afirma que o serviço passou a ser feito pela associação há pouco mais de três anos, e que antes disso as famílias tinham de ir até a agência dos Correios localizada na rua Marechal Deodoro, no Centro.

“Sempre tivemos problemas aqui com os carteiros. Agora o pessoal vem na associação, mas não é o ideal. Algumas correspondências, como cartas do banco com cartão de crédito, é exigida assinatura. Aí temos problemas. A carta volta para a agência, depois volta para cá, e fica aquela confusão”, conta Regina, que também trabalha na associação.

Alternativas

Quem não quer ou não pode pagar a mensalidade da associação, tem de recorrer a outras saídas, criadas pelos próprios moradores informalmente com os carteiros. No próprio Montanhão algumas famílias buscam as correspondências no bar do Mário, estrategicamente instalado na avenida José Fornari, principal via de acesso às vielas do bairro.

Lá, o proprietário do bar, Mário Luiz da Silva, recebe e entrega as cartas sem cobrar nada, assina os envelopes especiais que necessitam de autorização, e avisa os moradores quando chegam as correspondências. “Por mim não tem problema, pode deixar aí. Se entregasse nas casas seria melhor para o pessoal, mas não me custa nada ajudar. Já até peguei amizade com essas cartas, viu”, brinca.

Há oito anos Mário faz o trabalho voluntário, e afirma que muito raramente acontece alguma confusão. “Todo mundo conhece todo mundo aqui. Não tem erro. Já aconteceu de pegarem o envelope errado, mas é muito difícil.”

Procurados, os Correios afirmaram que irão apurar os problemas das comunidades em São Bernardo. Disseram ainda que existe uma portaria do Ministério das Comunicações que determina que em locais que, por exemplo, apresentem risco aos carteiros, as correspondências sejam deixadas em locais definidos pela comunidade e assim redistribuídos.

Sedex com remédios não chegam em Diadema

No Jardim Maria Tereza, em Diadema, o problema dos moradores é com as entregas do Sedex, serviço que pertence aos Correios e que faz entregas de produtos especiais, de maneira mais rápida.

A aposentada Maria Tsunai, 63 anos, costuma comprar remédios em site que faz a entrega dos produtos através do Sedex. No começo deste ano, as compras feitas por dona Maria passaram a não ser entregues, e a alegação dos Correios é que não havia ninguém na residência para receber.

“Eles diziam que não vinham porque não tinha ninguém em casa, mas é mentira, porque eu fico em casa o dia inteiro. Depois descobrimos que aqui começou a ser considerado um local de risco. Alguns carteiros foram assaltados, e agora eles só entregam com escolta. Mas eu tenho que agendar, demora muito. Ficou bem complicado. Geralmente vou na agência buscar.”

Por Carol Scorce - ABCD Maior
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