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DATA DA PUBLICAÇÃO 06/05/2015 | Educação
Contra preconceito, estudantes usam gravatas cor de rosa em aulas na USP
Contra preconceito, estudantes usam gravatas cor de rosa em aulas na USP Alunos vestem gravata rosa contra preconceito na USP, em Ribeirão Preto, SP (Foto: Amanda Pioli/G1)
Alunos vestem gravata rosa contra preconceito na USP, em Ribeirão Preto, SP (Foto: Amanda Pioli/G1)
Campanha em Ribeirão Preto usa slogan 'Nossa faculdade também é gay'.

Segundo alunos e professores, há machismo e homofobia mascarados.


Alunos e professores da Faculdade de Economia e Administração (FEA), da Universidade de São Paulo (USP), passaram a usar gravatas cor de rosa durante as aulas no campus de Ribeirão Preto (SP) para protestar contra casos de preconceito envolvendo estudantes gays.

Segundo os idealizadores da campanha “Há cores por aqui”, existe machismo e homofobia dentro da faculdade.

Em nota enviada ao G1, a direção da FEA afirmou que apoia o movimento dentro da universidade e informou que nenhuma denúncia de homofobia envolvendo alunos foi formalmente prestada à instituição.

Segundo o estudante de economia Felipe Maia, o preconceito contra gays é presente dentro da faculdade. “Há um preconceito mascarado e a gente nota que na faculdade como um todo temos um ambiente conservador”, afirma o aluno que cursa o segundo ano do curso. “O preconceito se manifesta por um olhar torto ou um comentário atravessado”, diz.

Símbolo
A peça do vestuário masculino foi escolhida para ser usada durante a campanha por ser um dos símbolos do curso de economia. “É uma faculdade de negócios, majoritariamente composta por homens e que tem uma identidade machista e pouco aberta a mulheres”, comenta o aluno Lucas Henrique Ribeiro, um dos idealizadores da campanha. “Por meio de piadinhas as pessoas vão soltando a ideologia que elas resguardam”.

Leonardo Veras foi um dos 100 estudantes que já vestiram a gravata cor de rosa desde o início da campanha, na quinta-feira (30). Heterossexual, admite que sofreu resistência por parte de outros amigos, contrários à campanha em apoio à causa gay dentro da USP. “Vi um certo repúdio por parte dos meus amigos, vieram me perguntar se eu estava louco, e é possível sentir como os gays se sentem”, explica. “O que muda se eu fosse gay ou não?”, questiona Veras.

Alguns professores também começaram a usar a gravata para dar aulas. “Apoio a campanha porque a intolerância no Brasil vem crescendo. A gente vê intolerância com os gays, com a mulher, os negros, além disso é uma oportunidade interessante até para interagir com os alunos e interagir com a sociedade, porque a faculdade é um pedaço disso”, afirma o professor Jair Silvério dos Santos, do Departamento de Computação e Matemática da USP.

'Nossa faculdade também é gay'
Além da gravata, um selo em apoio à campanha também está sendo usado no Facebook e estudantes incluíram nas fotos do perfil na rede social o carimbo com a frase “nossa faculdade também é gay”. “Duas horas depois que lançamos a imagem tivemos a repercussão, em parte negativa e em outra parte positiva, e causou o que a gente queria, a discussão”, diz a aluna Eleonora de Oliveira.

É preciso entender que há executivos gays, lésbicas e transgêneros, e a proposta é causar essa aproximação, dizendo que o gay também está nesse ramo."
Lucas Henrique Ribeiro, estudante

Segundo os entusiastas da campanha, o próximo passo é abranger a discussão, para o mercado de trabalho. “É preciso entender que há executivos gays, lésbicas e transgêneros, e a proposta é causar essa aproximação, dizendo que o gay também está nesse ramo”, comenta Ribeiro. Cartazes estão espalhados pelo prédio da faculdade com fotos de executivos, artistas e intelectuais que também são gays.

FEA/USP
A direção da Faculdade de Economia e Administração da USP de Ribeirão afirmou em nota que também apoia a campanha iniciada pelos estudantes. “Toda forma de debate e troca de ideias sobre essa temática e realidade servem para desconstruir mitos e preconceitos que conduzem qualquer tipo de discriminação”, informa.

A direção afirmou também que nenhuma denúncia de homofobia foi formalmente prestada e que trabalha em um projeto de conscientização que abordará “todo o tipo de preconceito”, diz a nota. “Esse projeto envolverá alunos, professores e funcionários e deverá ser divulgado oportunamente”.

Por Amanda Pioli e Felipe Turioni - G1 Ribeirão e Franca
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