DATA DA PUBLICAÇÃO 25/02/2011 | Geral
Contra apagão, privatização de energia
Com medo de que os apagões se tornem cada vez mais recorrentes, a Secretaria de Energia do Estado de São Paulo quer estimular os grandes centros comerciais e residenciais a gerarem a própria energia no horário de pico, das 17h às 22h. A privatização de parte do consumo se sustenta, de acordo com a secretaria, porque o estimulo é para que os empresários utilizem geradores movidos a etanol e gás natural, ambos com baixos índices de emissão do CO2 (dióxido de carbono), altamente poluente.
No ABCD, a preocupação da secretaria em diminuir os apagões é válida, já que a Região está no mapa dos blecautes da Eletropaulo, empresa responsável pelo abastecimento de energia. A concessionária alega que o ABCD e a Zona Leste foram as áreas que mais sofreram cortes no abastecimento este ano. A justificativa para os cortes são os temporais, que no verão respondem por mais da metade das interrupções. Apenas as quedas de árvores e galhos na rede elétrica somam 52% dessa responsabilidade.
Mesmo com o problema diagnosticado, a Eletropaulo afirma que distribuição na Região atende o tamanho da demanda e, por isso, não há sobrecarga. Hoje, as sete cidades são atendidas por 20 subestações. Já a Secretaria de Energia do Estado alega que a Cesp (Central de Energia de São Paulo) produz sozinha 10% de toda a energia do Brasil, mas que há fragilidades no sistema de transmissão, cuja responsabilidade de fiscalizar é da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Para debater o impasse e propor aos empresários a cogeração de energia (uso de geradores privados), a secretaria promove nesta quinta-feira (24/02) um simpósio sobre o assunto, na Capital, financiado pela Comgás e Cogen. O incentivo está apenas em fase inicial, e por enquanto a intenção é disseminar a ideia, mas o Estado não descarta a possibilidade futura de dar incentivos fiscais e subsídios às empresas que adotarem os geradores movidos a etanol e gás natural. O projeto do Estado também usa como argumento para a racionalidade da energia através dos geradores o fato de que nos horários de pico a tarifa é mais alta. A Eletropaulo afirma que não há tabela de preço diferenciada por horário.
A diretora administrativa da construtora MBigucci, Roberta Bigucci, que coordena o setor de sustentabilidade da empresa, afirma que ainda é cedo para dizer se um ou outro tipo de abastecimento é mais vantajoso para o setor, e que não há certeza se os geradores à base de etanol e gás natural apresentam ganho ambiental. “Quando executamos os projetos, pensamos na racionalidade de energia, é claro. Mas são medidas que visam um aproveitamento melhor de energia, como paredes de vidro e aquecimento solar da água. Ainda achamos que o melhor caminho é esse, mas vamos ouvir as novas alternativas que surgirem”, disse Roberta.
No simpósio, o Estado pretender reafirmar que a cogeração é uma maneira de preservar o usuário residencial de energia, justamente aquele que depende 100% da distribuição pública.
Especialistas divergem - Ambientalistas e engenheiros elétricos divergem sobre a eficiência da racionalidade que o Estado propõe através da cogeração de energia. De acordo com o professor de engenharia elétrica da FEI, Reinaldo Lopes, na iniciativa de usar geradores a óleo diesel – a própria universidade conta com um – , o ganho é de cerca de 50% do que era gasto com a tarifa energética no horário de pico.
“Como sabíamos que a queima do diesel seria muito poluente, fizemos um sistema de filtros. Na época não se falava muito desses geradores movidos a etanol. Há um ganho financeiro, isso para nós já está provado, mas isso para o gerador a diesel. A concessionária de energia não está alcançando a demanda, e a tendência é cada um encontrar uma maneira de não ficar desassistido”, afirmou.
Já para o consultor ambiental Márcio Akermann, primeiro deveria vir uma política de consumo eficiente de energia, onde o governo identificasse onde há desperdício e realizasse campanhas de uso racional da energia, como já é feito com a água. “É muito cedo para dizer que um jeito ou outro é melhor do ponto de vista ambiental. De uma maneira ou de outra, esses geradores terão um gasto, então, é mais eficiente se ter um detalhamento do uso da energia e melhor sistema de distribuição. Me parece tapar o sol com a peneira”, avaliou Akermann.
No ABCD, a preocupação da secretaria em diminuir os apagões é válida, já que a Região está no mapa dos blecautes da Eletropaulo, empresa responsável pelo abastecimento de energia. A concessionária alega que o ABCD e a Zona Leste foram as áreas que mais sofreram cortes no abastecimento este ano. A justificativa para os cortes são os temporais, que no verão respondem por mais da metade das interrupções. Apenas as quedas de árvores e galhos na rede elétrica somam 52% dessa responsabilidade.
Mesmo com o problema diagnosticado, a Eletropaulo afirma que distribuição na Região atende o tamanho da demanda e, por isso, não há sobrecarga. Hoje, as sete cidades são atendidas por 20 subestações. Já a Secretaria de Energia do Estado alega que a Cesp (Central de Energia de São Paulo) produz sozinha 10% de toda a energia do Brasil, mas que há fragilidades no sistema de transmissão, cuja responsabilidade de fiscalizar é da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Para debater o impasse e propor aos empresários a cogeração de energia (uso de geradores privados), a secretaria promove nesta quinta-feira (24/02) um simpósio sobre o assunto, na Capital, financiado pela Comgás e Cogen. O incentivo está apenas em fase inicial, e por enquanto a intenção é disseminar a ideia, mas o Estado não descarta a possibilidade futura de dar incentivos fiscais e subsídios às empresas que adotarem os geradores movidos a etanol e gás natural. O projeto do Estado também usa como argumento para a racionalidade da energia através dos geradores o fato de que nos horários de pico a tarifa é mais alta. A Eletropaulo afirma que não há tabela de preço diferenciada por horário.
A diretora administrativa da construtora MBigucci, Roberta Bigucci, que coordena o setor de sustentabilidade da empresa, afirma que ainda é cedo para dizer se um ou outro tipo de abastecimento é mais vantajoso para o setor, e que não há certeza se os geradores à base de etanol e gás natural apresentam ganho ambiental. “Quando executamos os projetos, pensamos na racionalidade de energia, é claro. Mas são medidas que visam um aproveitamento melhor de energia, como paredes de vidro e aquecimento solar da água. Ainda achamos que o melhor caminho é esse, mas vamos ouvir as novas alternativas que surgirem”, disse Roberta.
No simpósio, o Estado pretender reafirmar que a cogeração é uma maneira de preservar o usuário residencial de energia, justamente aquele que depende 100% da distribuição pública.
Especialistas divergem - Ambientalistas e engenheiros elétricos divergem sobre a eficiência da racionalidade que o Estado propõe através da cogeração de energia. De acordo com o professor de engenharia elétrica da FEI, Reinaldo Lopes, na iniciativa de usar geradores a óleo diesel – a própria universidade conta com um – , o ganho é de cerca de 50% do que era gasto com a tarifa energética no horário de pico.
“Como sabíamos que a queima do diesel seria muito poluente, fizemos um sistema de filtros. Na época não se falava muito desses geradores movidos a etanol. Há um ganho financeiro, isso para nós já está provado, mas isso para o gerador a diesel. A concessionária de energia não está alcançando a demanda, e a tendência é cada um encontrar uma maneira de não ficar desassistido”, afirmou.
Já para o consultor ambiental Márcio Akermann, primeiro deveria vir uma política de consumo eficiente de energia, onde o governo identificasse onde há desperdício e realizasse campanhas de uso racional da energia, como já é feito com a água. “É muito cedo para dizer que um jeito ou outro é melhor do ponto de vista ambiental. De uma maneira ou de outra, esses geradores terão um gasto, então, é mais eficiente se ter um detalhamento do uso da energia e melhor sistema de distribuição. Me parece tapar o sol com a peneira”, avaliou Akermann.
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