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Comércio pela internet cresce na contramão da crise
DATA DA PUBLICAÇÃO 27/12/2016 | Economia
Consumidores fazem troca de presentes no pós-Natal
 Consumidores fazem troca de presentes no pós-Natal Foto: Ari Paleta/DGABC
Foto: Ari Paleta/DGABC
Engana-se quem pensa que passado o Natal os centros de compras ficam vazios. Ontem, por exemplo, muitas pessoas aproveitaram para trocar seus presentes, movimentando as lojas. É importante ressaltar que os estabelecimentos não são obrigados pelo Código de Defesa do Consumidor a fazer a substituição do produto, e que muitos exigem o cupom fiscal para a troca. No entanto, em tempos de crise, os comércios aproveitam a presença de novos consumidores para ampliar os valores das vendas.

Instalada no Golden Square Shopping, de São Bernardo, a loja de sapatos e acessórios femininos Santa Lolla, por exemplo, realizou cerca de 30 trocas até o fim da tarde de ontem. “De tudo o que a gente vende no mês de dezembro, cerca de 25% são trocados”, conta o supervisor da unidade, Renan Piaia, 32 anos. Segundo ele, normalmente os clientes não se importam em pagar a diferença, caso o produto escolhido seja de maior valor. “Geralmente, acabam precisando acrescentar entre R$ 50 e R$ 100”, detalha. Algumas vezes a loja ganha muito com a troca, caso de uma cliente que ganhou carteira de R$ 99 e levou bolsa de R$ 399 no lugar. Neste Natal as comercializações tiveram alta de 130% em comparação com a mesma data em 2015. “Foi muito melhor do que esperávamos.”

Na loja de roupas femininas Simulassão, trocas são sinônimo de novos clientes. “Vejo com bons olhos. Temos clientes que vieram apenas para fazer troca e passaram a comprar com a gente desde então. Na hora da troca, o cliente precisa ser muito bem atendido, isso faz a diferença”, conta a gerente do estabelecimento Luciana dos Passos Souza Bispo, 32. Segundo ela, a substituição do presente é mais comum nesta época por conta dos amigos-secretos, e que na maior parte das vezes o problema é o tamanho. “Neste fim de ano as pessoas gastaram, em média, entre R$ 119 e R$ 149.” Para continuar com as vendas aquecidas, a unidade já oferece desconto de 50% na compra da segunda peça de roupa.

Também instalada no complexo de compras, a Levi’s, especializada em peças jeans para homens e mulheres, também teve dia agitado de trocas, e a projeção é de que siga assim nesta semana, principalmente. “As pessoas buscam trocar os presentes que não serviram ou que não ficaram bons no corpo por outra peça de valor semelhante. Dá para dizer que, a cada dez presentes comprados, dois são trocados”, assinala o gerente Daniel Augusto Mazete, 26. Em alguns casos, o cliente volta. “Roupa é uma necessidade, e mesmo com a crise econômica, nós vendemos. Pode ser que em vez de a pessoa levar três calças, ela leve uma, mas não deixa de comprar.” Segundo Mazete, neste fim de ano o tíquete médio gasto na unidade foi de R$ 300. “Foi um período bom.”

A contadora Tais de Castro, 33, de Santo André, é uma das pessoas que precisaram trocar os presentes que ganharam: uma calça e um chinelo. “Se não é meu tamanho ou não ficou bom não tenho problema nenhum em voltar à loja. Se gosto de outra peça também não ligo em pagar a diferença, o importante é usar o presente.” Caso seja preciso pagar a diferença, Tais é rápida na forma de pagamento: prefere desembolsar à vista.

Quem opta pela substituição dos presentes do Natal nos dias seguintes à data, no entanto, corre o risco de encontrar as lojas com poucas peças disponíveis, como foi o caso do administrador de empresas Manoel Costa, 47, de São Bernardo. Junto com as filhas e a mulher, eles não conseguiram trocar o sapato por outro de numeração maior, nem o creme para a mulher. “Pagamos a diferença de R$ 5 e levamos um demaquilante (produto para tirar a maquiagem), o último disponível, inclusive. Para o sapato, teremos de ir em outra unidade da rede para ver se encontramos.”

Vale lembrar o consumidor que as trocas devem ser realizadas em até 30 dias, na maioria dos casos. É preciso ter em mãos a nota fiscal (que para presentes costuma vir sem valor), além de o produto estar em excelente estado.

Itens que estavam na promoção, geralmente, não podem ser trocados – vale ressaltar a quem presenteia e àquele que recebe. Em situações do tipo, não há o que fazer. Se não serviu, na maioria dos casos não tem negociação.

Compra on-line cresce 3,8% neste ano

As vendas de Natal totalizaram R$ 7,7 bilhões no e-commerce em 2016, representando crescimento nominal de 3,8% ante o mesmo período do ano passado, aponta o monitoramento da Ebit – empresa referência em informações sobre o comércio eletrônico nacional.

Mesmo com crescimento, o CEO da consultoria, Pedro Guasti, conta que o índice ficou aquém, diante do potencial que possui. “Para 2017, projetamos alcançar dois dígitos em crescimento, já que a internet, hoje, oferece comodidade ao cliente, que não precisa sair de casa, preços competitivos e, em poucos minutos, disponibiliza todas as informações de que o comprador necessita.”

Neste ano, o tíquete médio também foi maior, fechando em R$ 463, alta de 10,3% na comparação com o mesmo período de 2015. O volume total de pedidos ficou abaixo do apurado no ano anterior (-5,9%), com 16,6 milhões de encomendas, o que não chegou a impactar no faturamento total.

O levantamento considera as vendas de bens de consumo realizadas em lojas virtuais no período de 15 de novembro a 24 de dezembro. As vendas da Black Friday, realizada em 25 de novembro, que totalizaram R$ 1,9 bilhão, estão, portanto, incluídas, e correspondem a 25% do faturamento total.

Ainda segundo a apuração da Ebit, as categorias mais vendidas em volume de pedidos na época do Natal foram eletrodomésticos; itens de moda e acessórios; telefonia /celulares; cosméticos e perfumaria/cuidados pessoais/saúde, e produtos para a casa e de decoração.

PRECAUÇÃO - Guasti aconselha os internautas que, antes de realizarem compras, verifiquem, na própria internet, a procedência das lojas virtuais. “É muito rápido consultar se a empresa é idônea, basta ir ao site da E-bit ou no próprio Procon e verificar a lista de companhias que são notificadas com reclamações, por exemplo”.

Mas, se mesmo assim o produto não chegar, vier com problemas ou quebrado, a primeira coisa a se fazer é comunicar a empresa pelos canais de acesso disponibilizados. “Enviar e-mail e ligar para a central de atendimento são algumas das medidas e, em casos extremos, o cliente deve procurar o Procon”, esclarece o CEO. As trocas on-line, caso a pessoa não goste, devem ser realizadas em até sete dias da data da compra.

Shoppings têm pior resultado desde 2004, afirma Alshop

Apesar de alguns lojistas, consultados pelo Diário, neste fim de ano, estarem satisfeitos com os resultados das vendas no Grande ABC, o balanço oficial da da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) mostra que o comércio foi bastante prejudicado por conta da crise econômica, apresentando queda de 3% no período do Natal. No ano anterior, na mesma época, o recuo já havia sido de 2,8%. Na comparação com os 12 meses do ano em relação ao mesmo período em 2015 o índice é ainda pior: queda de 3,2% (o que corresponde a perdas totais de R$ 140,5 bilhões). Os comparativos são nominais, ou seja, não descontam a inflação do período. O desempenho deste ano foi o pior desde que o levantamento vem sendo feito pela Alshop, em 2004.

Mesmo com esse cenário, o Natal continua sendo a principal data para o varejo brasileiro. Neste ano, por exemplo, 73% dos entrevistados informaram que presentearam alguma pessoa (parente ou amigo).

O volume de profissionais contratados nas lojas também reduziu. Para o período natalino, 96 mil pessoas foram admitidas, contra 138 mil em 2015, queda de 30%.

PROJEÇÃO - Mesmo com as quedas nas vendas, o presidente da associação, Nabil Sahyoun, expressou otimismo em relação às perspectivas para 2017. “A melhora do clima político, o fortalecimento econômico e a retomada do crescimento se mostrarão já a partir do primeiro trimestre, repercutindo nas vendas. E dificilmente haverá um ano tão agressivo como foi 2016”, disse.

Ao fim deste mês, segundo levantamento da Alshop e do Ibope, existem 42 shoppings em construção, que deverão entrar em operação nos próximos três meses. Só no Estado de São Paulo, na Capital e no Interior, serão dez centros de compra. O Grande ABC, que possui hoje nove shoppings, ganhou quatro deles nos últimos cinco anos.

Por Tauana Marin - Diário do Grande ABC
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