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DATA DA PUBLICAÇÃO 04/07/2012 | Setecidades
Comgás prevê 24 km de gasoduto na Billings
Comgás prevê 24 km de gasoduto na Billings Obras seguirão na parte central da represa, no Riacho Grande. Foto: Luciano Vicioni
Obras seguirão na parte central da represa, no Riacho Grande. Foto: Luciano Vicioni
Preocupação é que obra piore qualidade da água ao movimentar sedimentos no fundo da represa

Reforçar o sistema de distribuição de gás natural da Região Metropolitana de São Paulo é a justificativa da Comgás (Companhia de Gás de São Paulo) para instalar 24 quilômetros de gasodutos submersos na Billings, entre São Bernardo e a Capital. Apesar de a companhia garantir que a obra é segura ao meio ambiente, o histórico de poluição da represa depõe contra. O receio é que as obras movimentem sedimentos do manancial e deixem emergir metais pesados, mercúrio e poluentes orgânicos persistentes que repousam há anos no fundo da represa.

O projeto Reforço de Rede Tubular de Alta Pressão, orçado em R$ 83 milhões, está em planejamento. A expectativa é que as obras sejam iniciadas em 2013, após a emissão da licença da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Além dos 24 quilômetros submersos, o gasoduto terá 2 quilômetros em terra.

As obras seguirão na parte central da represa desde o km 34 da via Anchieta, no Riacho Grande, à Pedreira, na Capital. O objetivo é interligar São Bernardo à rede da Petrobras. O município ganhará um ponto de acesso que será alimentado pelo gasoduto Gasan 2, também instalado na Billings. Na outra ponta, a conexão será na Usina Termoelétrica Fernando Gasparian, na Capital. Com a obra, a Comgás aumentará a capacidade de distribuição em 40%, o que representa 6 milhões de metros cúbicos por dia.

De acordo com o superintendente de ativos da Comgás, Carlos César Zanardo, para instalar o gasoduto na Billings, a companhia utilizará flutuadores que depositarão as tubulações lentamente no fundo da represa, para evitar que sedimentos sejam revirados. Depois de instaladas, as tubulações serão soldadas para evitar interferências no manancial.

Segurança - Para Carlos Henrique Oliveira, arquiteto e professor de gestão ambiental da Universidade Metodista, a solução não garante a segurança da represa nos locais de instalação dos dutos. “Estudos demonstram que revolver os sedimentos gera impacto significativo na qualidade das águas.”

Zanardo assumiu que, nos cálculos apresentados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, a obra causará impacto restrito ao local de assentamento dos dutos. “O impacto ocorrerá enquanto as tubulações são assentadas, por 10 horas”, afirmou. A Comgás garante que a qualidade água será monitorada.

Em nota, a Prefeitura de São Bernardo informou que aguarda o projeto para analisar os impactos da obra na cidade. A Administração ainda esclareceu que, embora não exista obrigatoriedade, perante a lei, para a aprovação do projeto por parte do município, a Prefeitura manterá vigilância sobre a obra.

Represa é melhor opção, diz empresa
De acordo com a Comgás, instalar os 24 quilômetros de gasoduto pelo fundo da represa Billings é o traçado mais caro, mas também o menos impactante do ponto de vista ambiental e social.

“A Comgás estudou três possíveis rotas e a que se revelou menos impactante foi a que passa pela represa”, afirmou o superintendente de ativos da Comgás, Carlos César Zanardo. De acordo com ele, nos outros traçados, a empresa teria de desmatar parte do Parque Estadual da Serra do Mar e fazer desapropriações. “Tudo foi decidido mediante estudos de impacto social, da flora e da fauna”, disse.

Para o superintendente da Comgás, o beneficio da obra será a ampliação da disponibilidade do gás natural, fonte de energia limpa que pode ser usada nas indústrias em substituição aos combustíveis poluentes como carvão, lenha e óleo combustivel. “O gás natural não é poluidor, gera menos gás carbônico e contribui para a redução do efeito estufa”, comentou. A expectativa é que a obra tire das estradas a circulação de 600 caminhões por dia.


Vazamento deve ser considerado

Não é apenas a instalação do gasoduto da Comgás que causa preocupação. Para especialistas, o risco de vazamentos dos dutos também é uma variável a ser levada em consideração. Não apenas pela qualidade da água que será afetada em casos de acidente, mas também pelo revolvimento dos sedimentos que ocorrerá devido à pressão existente no interior das tubulações.

Para o arquiteto urbanista e professor de gestão ambiental da Universidade Metodista Carlos Henrique Oliveira, nestes casos, além dos impactos ambientais é preciso considerar os aspectos sociais e econômicos. “Se houver um vazamento, as atividades de pesca e de lazer serão comprometidas, assim como a saúde humana. Quem prevê ou paga por isso?”, questionou.

Neste quesito, a Comgás diz que está preparada. O monitoramento será feito via satélite e em tempo real. Em caso que falhas, a companhia assegura que a atuação será automática para cessar o fluxo dos dois lados da represa, estacando qualquer escape. “A Comgás já tem um gasoduto na represa há 20 anos e nunca tivemos problemas”, ressaltou o superintendente de ativos da companhia, Carlos César Zanardo.

Apesar dos sistemas de alarme e de identificação de vazamento que suspendem o funcionamento, Oliveira ressaltou que nestes casos o produto remanescente no trecho afetado continua vazando. “Se os impactos poderão ser significativos, não seria melhor adotar uma solução menos impactante?”, questionou o gestor ambiental.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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