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DATA DA PUBLICAÇÃO 26/01/2015 | Economia
Comércio enfrenta dificuldade para disponibilizar troco
É cultural dos brasileiros. Carregar moeda nunca agradou aos consumidores. Isso por causa do peso, ou devido ao barulho que elas fazem batendo uma na outra e, principalmente, pelo baixo valor que representam. Soma-se ainda a massificação dos meios de pagamento eletrônicos, caso dos cartões, que são utilizados para quitar aproximadamente 40% das despesas das famílias. O resultado, como esperado, é que algumas empresas acabam enfrentando dificuldades para dar troco por falta das metálicas.

Dados da Fecomercio-SP, cruzados com informações do BC (Banco Central), apontam que em 2010, 90% dos estabelecimentos comerciais tinham dificuldade em obter troco no País. Esse percentual reduziu em 2013, mas continua em maioria, tendo em vista que 84% continuavam com dificuldades.

Esse é um problema, principalmente, aos comerciantes. Muitas vezes eles acabam deixando de lado o faturamento integral de uma compra por causa dos centavos. Isso porque, de acordo com o CDC (Código de Defesa do Consumidor), o estabelecimento é obrigado a dar o troco correto ao cliente.

Na padaria Maria Eugênia, em Santo André, essa situação tem ocorrido frequentemente nas últimas semanas e gerado preocupação. Para tentar contorná-la, o comércio colocou um aviso no caixa para que a clientela, “por gentileza”, facilite o troco por “falta de moedas no mercado.”

Segundo a gerente da padaria, Cida Pires, moedas e cédulas de valores menores estão difíceis de serem encontradas. “Não ficamos sem troco porque a gente dá um jeito”, diz, ao explicar que pede a ajuda de clientes e funcionários. A outra saída para conseguir troco é buscar o banco em que é correntista, mas Cida revela que tem enfrentado dificuldades.

De acordo com o BC, porém, o estabelecimento deve, neste caso, buscar a central de atendimento ao cliente da instituição financeira informando o problema. Caso não resolva, é necessário contatar a associação representante do segmento, para que esta solicite ao BC “uma solução para a comunidade.” Por fim, é importante comunicar a autoridade monetária, pelo telefone 0800-9792345, pelo site www.bcb.gov.br, “informando o banco e a agência que deixou de atendê-lo”.

Há, ainda, outra alternativa. O Banco do Brasil mantém guichês de fornecimento de troco no País inteiro para atendimento ao público. A agência mais próxima ao Grande ABC está na Capital, na Rua São Bento, 483, no Centro. Porém, destaca o BC, “cada operação estará limitada ao fornecimento de 100 unidades de cada denominação (moeda) solicitada.”

CULTURA - O presidente da Acisbec (Associação Comercial e Empresarial de São Bernardo), Valter Moura, que também é vice-presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), entende que o problema é cultural. “As pessoas não dão valor aos poucos centavos.”

Para o assessor econômico da Fecomercio-SP, Vitor Augusto, o mix de meios de pagamento contribui cada vez mais para a redução da utilização das moedas. “Principalmente nas regiões metropolitanas.”

Segundo o BC, o número de moedas em circulação subiu 5,7% em um ano até sexta-feira, atingindo 17,4 bilhões de unidades apenas da segunda família, ou seja, as metálicas coloridas. As moedas de R$ 0,01 ainda são aceitas. Atualmente há 1,2 bilhão delas circulando.

O BC informa que notas e moedas totalmente prateadas de R$ 1 saíram de circulação.

Segmentos variados têm problemas com as metálicas

A falta de troco é problema para vários segmentos, tanto de serviços como do comércio. Na companhia de ônibus metropolitana Vipe, que atende a região, o fiscal Lenilson Serafim Ribeiro revela que “quando não tem (troco)”, o passageiro paga menos pelo transporte.

“Temos um funcionário que conhece um cobrador de ônibus. Como o ponto final fica próximo à loja, acabamos recorrendo a ele”, conta o gerente da farmácia Nova Gerty, em São Caetano, Rogério Bandeira. Por outro lado, o proprietário da sorveteria Volevar, em São Caetano, Ronaldo Tampellin, contribui com os colegas comerciantes trocando as notas, tendo em vista que seus produtos são pagos, geralmente, com as metálicas.

Por Pedro Souza e Marina Teodoro - Especial para o Diário
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