NOTÍCIA ANTERIOR
Salário mínimo pode ser ''congelado''
PRÓXIMA NOTÍCIA
Seguro de veículos sobe 10% em um ano
DATA DA PUBLICAÇÃO 20/02/2016 | Economia
Comércio elimina 2.907 vagas em 2015
Comércio elimina 2.907 vagas em 2015 Foto: Celso Luiz/DGABC
Foto: Celso Luiz/DGABC
Para confirmar o que todos os empresários e comerciantes já previam, a região fechou o ano de 2015 com queda na geração de empregos formais no comércio das sete cidades. Ao subtrair do número de admissões o volume de desligamentos ocorridos no ano passado, o Grande ABC fica com saldo negativo de 2.907 vagas. Isso representa recuo de 2,5% na comparação com 2014 e estoque total de 113.720 trabalhadores no setor da região.

Essas informações são da Pesp (Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo), realizada pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) com base nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego. Portanto, os postos considerados referem-se apenas ao emprego com carteira assinada.

Para o assessor econômico da FecomercioSP Jaime Vasconcellos, o resultado negativo da região é reflexo da crise, e acompanha o que ocorreu em todo o Estado.

Segundo ele, a redução de 2.907 vagas no emprego é consequência da situação econômica, que gera efeito em cadeia. “Com a turbulência na economia, o aumento do desemprego, a inflação alta e o endividamento crescente as vendas no comércio diminuíram. O faturamento bruto do varejo apresentou queda de 7,3% em 2015 e, por isso, muitos comerciantes acabam se vendo obrigados a reduzir o quadro de funcionários”, analisa.

IMPACTO - A crise que atinge o comércio decorre das dificuldades que, em um primeiro momento, assolaram outros setores, a exemplo da indústria, fortemente presente no Grande ABC. De acordo com o Caged, foram eliminados 43.614 postos com registro em carteira no ano passado. Desses, 24,5 mil no ramo industrial e 12,1 mil em serviços.

Conforme o levantamento, houve 3.430 desligamentos no comércio. Entretanto, é preciso pontuar que a pesquisa considera não somente as vagas do varejo – como a FecomercioSP –, como também as do atacado.

O diretor do Sindicato dos Comerciários do ABC Jonas José dos Santos cita as demissões nas montadoras e em autopeças como mola propulsora desse saldo negativo. “Com a recessão do setor automotivo na região, muitos trabalhadores acabam sendo demitidos, e isso afeta no comércio, já que esses são consumidores, e deixam de comprar como antes. Algumas lojas chegaram a fechar, inclusive, em consequência disso”, exemplificou.

Em dezembro, quando o comércio tradicionalmente estaria a pleno vapor devido às festas de Natal e Ano-Novo, foram encerrados 628 postos de trabalho, de acordo com a FecomercioSP. Se forem incluídas as vagas no atacado, esse número sobe para 776 desligamentos em um mês.

PROJEÇÃO - Para 2016, a previsão é de cenário nada otimista, com resultados semelhantes aos do ano passado. “Será mais um ano de retração econômica e de recuo nas oportunidades de emprego. Seguindo o raciocínio do efeito em cadeia, com PIB (Produto Interno Bruto), que deve cair 3%, a renda das famílias também será enxugada e as vendas devem seguir na mesma linha”, analisa Vasconcellos.

O economista ainda considera que o período atual, entre fevereiro e março, será de poucas perspectivas para o mercado de trabalho. “Não temos nenhuma data comemorativa para aquecer o comércio e, além disso, muitas famílias ainda não conseguiram se organizar financeiramente, já que muitas ainda precisam pagar IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), material escolar e outros.”

Supermercado é o único setor a fechar o ano com saldo positivo

Das nove atividades analisadas pela FecomercioSP, apenas o ramo de supermercados apresentou variação positiva no ano passado. O setor fechou 2015 com alta de 3,2% na geração de emprego, quando comparado com 2014. No ano passado foram criados 1.166 postos, sendo que só em dezembro o saldo de oportunidades foi ampliado em 96 postos. “Por ser uma atividade que lida com produtos essenciais, o consumo tem mais resistência em diminuir”, analisa o assessor econômico da FecomercioSP Jaime Vasconcellos.

O especialista comenta que, para os outros oito setores avaliados, houve mais desligamentos do que admissões, por não se tratar de itens que sejam de primeira necessidade.

Os maiores recuos na ocupação formal foram vistos nos segmentos de lojas de vestuário, tecidos e calçados, com 1.476 demissões no ano, queda de 9,6% ante o estoque de 2014. Os estabelecimentos de eletrodomésticos e eletroeletrônicos ocupam a segunda posição, com 595 cortes no ano, recuo de 4,9%. Comércios de móveis e decorações diminuíram os postos em 9,1%, o que significa 312 vagas a menos.

“Além dessas áreas, na região também foi possível perceber que muitas concessionárias de veículos acabaram demitindo ou até fechando as portas”, comenta o diretor do Sindicato dos Comerciários do ABC, Jonas José dos Santos.

Por Marina Teodoro - Especial para o Diário
Assine nosso Feed RSS
Últimas Notícias Gerais - Clique Aqui
As últimas | Economia
25/09/2018 | Operação mira sonegação de R$ 100 mi de grupos cervejeiros e cerca Proibida
25/09/2018 | Greve na Argentina cancela voos no Brasil nesta terça-feira
25/09/2018 | Demanda por GNV aumenta até 350% após alta na gasolina
As mais lidas de Economia
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda
Mauá Virtual
O Guia Virtual da Cidade

Todos os direitos reservados - 2024 - Desde 2003 à 7719 dias no ar.