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DATA DA PUBLICAÇÃO 20/09/2010 | Veículos
Com novo fôlego pós-crise, GM e Ford retomam disputa nos EUA
Nas ruas das cidades Detroit e Dearborn - onde estão as matrizes da General Motors e da Ford, respectivamente- ainda é possível observar os danos causados da crise econômica nos Estados Unidos: lojas com promoções sem data para terminar, alto preço da gasolina, estacionamentos de shoppings vazios e muitas casas mal conservadas. Mas nada que tire o sorriso de concessionários e executivos de montadoras, que apostam na recuperação das vendas de veículos já neste ano. Com o novo fôlego da indústria local, uma velha disputa de mercado volta à tona: a “briga” entre Ford e GM.

A General Motors fechou os oito meses deste ano com 1.462.308 automóveis e comerciais leves vendidos, o que lhe garantiu a liderança das vendas nos EUA. O volume foi 6% superior ao registrado no mesmo período de 2009, durante a crise. Encostada, a Ford somou 1.308.887 unidades vendidas no país, ficando em segundo lugar. O crescimento é de 17% sobre os resultados de janeiro a agosto de 2009. O mercado total somou 7.662.850 unidades de automóveis e comerciais leves comercializadas.

Venda de veículos na China aumenta 56% em agosto em relação a 2009 Ford receberá ajuda do governo dos EUA para exportações GM diz que poderá levar anos para devolver empréstimos aos EUA A tendência é de mais alta, de acordo com especialistas, mesmo com o fim de incentivos do governo para renovação de frota. Como vantagens em relação a concorrentes como a japonesa Toyota, a terceira em vendas nos EUA, as duas companhias têm ao lado o sentimento nacionalista do consumidor norte-americano e o aprendizado deixado pelas próprias dívidas que, aliás, superaram de forma rápida.

“GM e Ford saíram rapidamente de todo o processo de dívida. Elas caminham com as próprias pernas agora. A primeira previsão era a de que a GM levaria de três a quatro anos para sair da crise, e não ocorreu isso”, afirma o diretor superintendente da Jato Dynamics Brasil, Luiz Carlos Augusto.

Essa rapidez só foi possível devido à força do mercado norte-americano. De acordo com dados do anuário da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, somente o mercado de veículos dos Estados Unidos somou 10,6 milhões de unidades vendidas em 2009, no ápice da crise. Desse total, 5,45 milhões foram automóveis. Já o mercado brasileiro fechou o ano com 3,14 milhões de veículos vendidos.

Para este ano, a previsão de consultorias como a Jato Dynamics é de que o país chegue bem perto da China, que encerrou 2009 com 13,62 milhões de unidades licenciadas. Para 2011, a expectativa é de que passe e retome o primeiro lugar.

Assim, vantagem no mercado norte-americano também significa volume para chegar à liderança global. Na disputa entre as marcas, a japonesa Toyota encabeça o ranking mundial de vendas de automóveis no primeiro semestre, de acordo com levantamento da Jato Dynamics. Já a Ford está na segunda colocação, seguida da Volkswagen (10,73%) e da Chevrolet (da GM).

No entanto, a consultoria já aposta para o fim do ano que a Chevrolet atinja o segundo lugar e passe a Ford e a Volkswagen . A Ford deve ficar na terceira colocação, de acordo com a avaliação de Luiz Carlos Augusto.

“Enquanto íamos de carro ao Congresso [dos Estados Unidos], no meio do caminho, Allan Mullaly disse: ‘marquem uma reunião para amanhã. Não vamos aceitar esse dinheiro’”. Assim lembra o diretor mundial de vendas da Ford, Jim Farley, do dia em que CEO da empresa optou por não aceitar a ajuda financeira do governo norte-americano, em 2009. Eles foram de carro para a reunião, porque o Congresso havia criticado o uso de jatinhos pelos executivos das montadoras que beiravam a falência – Ford, GM e Chrysler.

Diante da postura dos congressistas, Mullaly marcou a reunião que mudou a história da companhia e a reergueu de uma profunda crise sem ajuda governamental e, muito menos, de bancos. Assim, a Ford passou a investir fortemente na qualidade dos produtos e no conceito “One Ford”, que busca plataformas globais que permitem a produção de veículos semelhantes em diversos mercados, tudo para reduzir custos.

De acordo com Farley, outros dois aspectos importantes para a companhia foram investir na divulgação dos motores Ecoboost, com menor consumo, e no design dos produtos – seja externo ou interno. “Design é o que mais vai pesar em um projeto daqui para a frente. E é um grande desafio, porque é difícil encontrar um designer com uma ideia inovadora. Normalmente, eles fazem uma grande criação e o resto apenas é derivado desta nova ideia”, ressalta o executivo.

Em julho, o modelo mais vendido nos Estados Unidos pela companhia foi o Ford F-Series. Entre os 30 carros mais comprados no país ficaram também o Fusion (9º), Escape (10º), Focus (13º), Edge (25º) e Econoline (26º).

A General Motors também investiu em motores, especialmente para a marca Chevrolet. A diferença entre as duas foram as ações de marketing, de acordo com o diretor superintendente da Jato Dynamics Brasil. “As duas, na verdade, melhoraram os motores que já tinham. A diferença é que a Ford investiu em um marketing muito bem feito. Tiro o chapéu para eles”, diz o consultor.

Enquanto isso, a GM correu atrás de fidelizar seus clientes por meio de diversas ações na rede de concessionárias e colocar a Chevrolet em destaque com o lançamento do modelo Volt, definido como um híbrido invertido, por ter como motor principal o elétrico em vez do motor a combustão. “Há 20 anos era bonito falar da questão ambiental, agora é fundamental “, destaca Augusto.

De acordo com a atual presidente da GM do Brasil, Denise Johnson, o foco da companhia em todo o mundo é a qualidade dos produtos. Antes de chegar ao Brasil, a engenheira já havia ocupado a vice-presidência para relações Trabalhistas da GM América do Norte e a diretoria da linha de veículos no segmento de compactos.

“Nossas principais apostas para a América do Norte são o Buick Regal, o Chevrolet Volt, o Chevrolet Cruze e o Cadillac CTS Coupe”, afirma. Em julho, o Chevrolet Silverado foi o segundo modelo mais vendido no país. Na lista dos 30 mais também estão os Chevrolet Malibu (8º), Impala (15º), Cobalt (17º) e Equinox (19º).

Por Priscila Dal Poggetto - G1, em São Paulo
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