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DATA DA PUBLICAÇÃO 20/06/2013 | Esportes
Com multidão contra 11, Brasil vence, tem show de Neymar e se classifica
Empolgada por show da torcida no Hino Nacional, Seleção garante 2 a 0 sobre México e garante vaga nas semifinais da Copa das Confederações

De Neymar para José. De José para Fred. De Fred para Antônio. De Antônio para Oscar. De Oscar para João... O Brasil apelou. Burlou as regras. Usou mais de 50 mil pessoas para vencer apenas 11 mexicanos, por 2 a 0. Uma vitória garantida antes de a bola rolar, quando o povo ignorou o protocolo que só toca 50 segundos do Hino Nacional, e, na garganta, de peito aberto e orgulhoso, entoou palavra por palavra até o “Pátria amada, Brasil”. Um golaço inesquecível. De quebra, classificação antecipada para a semifinal da Copa das Confederações.

A Seleção derrotou o México com gols de Neymar e Jô numa interação poucas vezes vista, principalmente na história recente. Uma manifestação. Por um ataque mais rápido, por uma defesa mais segura, por um time mais apaixonado. Uma manifestação de amor que encantou e fez brilhar os olhos dos jogadores.

O gol de Neymar, aos nove minutos, assim como o passeio do começo do jogo, foi embalado pela torcida. Ricos, pobres, turistas, cearenses, apaixonados ou os famosos “coxinhas”, termo bem atual. Não importa. Eles apoiaram, tabelaram, deram o gás necessário a uma equipe que ainda comete falhas. No fim, ainda festejaram com o gol de Jô, aos 48 do segundo tempo, em nova jogada genial do camisa 10 da Seleção, que, exultante após a partida, correu para abraçar a mãe, que estava presente na arquibancada.

Felipão havia pedido para o torcedor cantar o hino com fervor e, assim, assustar o rival. Missão dada, missão cumprida. O sistema de som silenciou, abreviou o hino, e foi ignorado pelos brasileiros. Mas o técnico também tinha razão quando disse que a Seleção precisa melhorar.

Quando o clima baixou um pouco, o México, refeito do pavor inicial de enfrentar uma multidão, equilibrou o jogo. Não foi o suficiente para empatar, assim como os donos da casa não apresentaram futebol suficiente para derrotar seleções maiores.

A seleção brasileira voltará a campo no próximo sábado, em Salvador, contra a Itália, também já classificada. A Azzurra venceu o Japão por 4 a 3, na Arena Pernambuco, e empatou com o Brasil na liderança, somando seis pontos. Na Fonte Nova, os times de Felipão e Cesare Prandelli vão decidir o primeiro lugar e, provavelmente, quem fugirá da Espanha na semifinal (o líder enfrenta o segundo colocado do Grupo B). México e Japão, sem pontos, estão eliminados e jogam sábado em Belo Horizonte.

O pé de Neymar, o nariz de David e o grito da galera

O Brasil se garantiu em campo com um início arrasador. O acorde do coro do Castelão ainda ecoava, e os jogadores queriam mais e mais. Neymar pediu o canto da arquibancada. Marcelo também. E todos obedeceram. Houve até ensaio para o grito de gol quando Oscar marcou, mas o assistente já assinalara impedimento de Fred.

O camisa 10 da Seleção dissera pela manhã, em rede social, que entraria em campo inspirado pelos protestos que circularam todo o país nos últimos dias. Azar dos adversários. Não foi fácil conter o ímpeto de sua manifestação de habilidade, inteligência, senso de posicionamento...

Ele estava no lugar certo quando Rodríguez cortou cruzamento de Daniel Alves. A bola sobrou para seu pé esquerdo. Ué, mas o golaço contra o Japão não havia sido de direita? Sim. E desde quando esse detalhe é problema para o craque? Mais um golaço, de primeira, agora de canhota.

O atacante ainda recebeu belo lançamento de Fred, deu chapéu com o peito em Mier, mas, talvez para manter a sintonia com a galera, bateu por cima do gol, e a jogou no colo de um brasileiro feliz com a atuação. Daniel Alves tentou encobrir Corona, que espalmou. Hulk, depois de um cruzamento de bicicleta, um carrinho e muita raça, também levantou o público. Os companheiros de fora do campo.

Foram só dois sustos. Um quando Chicharito aproveitou vacilo de Marcelo e carimbou Thiago Silva, que se jogou na frente dele como se fosse milhares. Talvez fosse mesmo. Depois, quando David Luiz se chocou com o parceiro de zaga e o nariz sangrou tanto que ele precisou se trocar na beira do campo. Ficou de cueca e fez surgir algumas Davizetes. Fim de primeiro tempo e aplausos. Muitos aplausos.

Humildade e raça rumo à semifinal

O Brasil não voltou acomodado. Teve disposição e humildade para marcar o México. E precisava mesmo. David Luiz esticou a longa perna e salvou gol certo de Chicharito. Uma vitória do Brasil sobre o México, e do Chelsea sobre o Manchester United, clubes onde jogam.

Neymar, José, Fred, João... Estava faltando alguém. Um tal Lucas. Nem mesmo todo o apoio impediu os pedidos pela presença do carismático atacante, algo que se repete em todos os jogos no Brasil desde 2011. Uma manifestação geral.

Os gritos ganharam força quando Hulk tabelou com Neymar e bateu para fora de maneira quase bisonha. Bancado por Felipão, ele precisa de um gol. Ainda não foi dessa vez. Antes, Thiago Silva havia marcado, mas estava impedido.

Hernanes substituiu Oscar e o meio ficou mais consistente. Houve até espaço para arrancada impressionante de Paulinho. Empurrado pelos torcedores, ele foi deixando os mexicanos para trás até rolar para Neymar e ser atingido sem bola. Uma resposta dos rivais, irritados porque Giovani dos Santos estava caído, e o Brasil não jogou a bola para fora. Fair-play? O público cantou foi o nome de Paulinho. Em coro.

Daí em diante, vaias para o México, que manteve a tradição dos últimos anos e incomodou. Cruzou, correu, driblou, mas parou em Julio César, David Luiz, Thiago Silva, José, Antônio, João... E em Lucas, que entrou e foi ovacionado: “Olelê, olalá, o Lucas vem aí e o bicho vai pegar!”.

E pegou mesmo! Graças a Neymar, que fez uma jogada maravilhosa para Jô, aos 48 minutos do segundo tempo, assim como contra o Japão, marcar e aliviar o sufoco. Um desfecho merecido para jogadores e torcedores. Se a Seleção ainda não joga o bastante para ser favorita ao título, tem de se apoiar nessa união. O próximo desafio é a Itália. Desafio para a torcida de Salvador repetir a de Fortaleza.

Por Alexandre Lozetti - G1
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