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DATA DA PUBLICAÇÃO 04/11/2010 | Veículos
Com metas ambiciosas, nove marcas chinesas estão no Salão de SP
O Salão de São Paulo nunca recebeu tantos carros chineses como nesta 26ª edição do evento, que segue até o próximo domingo (7). Ao todo, nove marcas estão em exposição: Lifan, Haima, Brilliance, Chana, Chery, Lifan, JAC Motors, Hafei e Effa Motors. A ideia dos importadores é atrair clientes das marcas já consolidadas no país para carros que unem baixos preços e maior número de itens de série.

Por enquanto, a fórmula ainda não afetou a produção brasileira de veículos, mas, de acordo com especialistas, a velocidade de desenvolvimento dos carros chineses será muito mais rápida do que foi com japoneses e sul-coreanos.

Para o diretor da consultoria Roland Berger, Stephan Keese, entre 2015 e 2020 os chineses, atualmente vistos com certo receio, vão ter o respeito do mercado. O que é considerado muito rápido, já que a indústria automobilística daquele país começou a exportar em 2000. A japonesa, por exemplo, precisou de 40 anos — ela começou a despontar em 1950 e atingiu o reconhecimento em 1990. Já a sul-coreana levou 30 anos e se consolidou em 2000.

Keese ressalta que o ritmo acelerado das chinesas é justificado pela capacidade de seus fornecedores e por tudo o que aprenderam tecnologicamente com as cópias que, ironicamente, as estereotiparam. “Os chineses aprendem muito rápido. Hoje em dia, eles desenvolvem o próprio design e a própria tecnologia”, ressalta o consultor.

O que facilita, e muito, esse processo é o fato de muitas fabricantes estarem em joint ventures com companhias estrangeiras, como Volkswagen, General Motors, Honda, Ford, entre outras. Tudo por exigência do governo chinês, que não permite a abertura de montadoras estrangeiras sem parceria com as locais.

“As montadoras menores, que não possuem joint ventures, ainda mantêm a baixa qualidade em seus carros, porque são menos cuidadosas ao escolher materiais e fornecedores. Elas estão muito focadas em preço. Mas isso também está mudando aos poucos”, ressalta Keese.

Para o presidente do Grupo SHC, Sérgio Habib, o “respeito” será alcançado em dois anos. O empresário é o responsável pela chegada da JAC Motors ao Brasil. As primeiras lojas da marca serão abertas a partir de março do ano que vem. “Os chineses vão levar de cinco a sete anos para serem reconhecidos, mas nós já estamos no quinto ano. Os carros da JAC são mais resistentes que os carros brasileiros e têm mais tecnologia”, defende Habib.

Mesmo com o avanço tecnológico, o foco das chinesas continua no preço. Por isso, as montadoras com fábricas no Brasil correm atrás do tempo perdido e buscam competitividade. “Os chineses já estão aqui. E eles vêm com uma posição muito clara: mudar o patamar de preço e de competitividade. Então, eles impõem um padrão de competitividade que nós nunca imaginamos que deveríamos ter”, afirma o diretor de assuntos corporativos e governamentais da Ford Brasil, Rogélio Golfarb.

Segundo ele, entre as cartas na manga da Ford está o trabalho com produtos globais, que nascem para o mundo, mas que têm todos os dados e influências da engenharia local. Outro ponto, no caso específico do Brasil, é o investimento pesado em inovação e em engenharia. O resultado é a nova geração da EcoSport, que será exportada de Camaçari, na Bahia, para diversos mercados. “O EcoSport do futuro será global e desenhado por brasileiros”, destaca.

China está com carros elétricos nas mãos
Enquanto os japoneses viraram referência em tecnologia e modo de produção, e os sul-coreanos, em SUVs, a China deverá se consolidar nos segmentos de compactos, vans e elétricos/híbridos.

A JAC Motors expõe no salão o modelo J5 Hybrid, equipado com um motor a combustão e um elétrico. De acordo com Habib, na China, a empresa já desenvolve veículos elétricos e aposta como realidade no país em poucos anos. Mas esse privilégio não é exclusivo da JAC. As grandes fabricantes de veículos locais apostam na tecnologia híbrida e elétrica porque o país é o maior fabricante de baterias de íon-lítio do mundo.

Desenvolver carros elétricos significa ainda ganhar mais espaço no mercado global futuramente. De acordo com Stephan Keese o apelo “preço” vai se perder ao longo dos anos. “Hoje, os carros produzidos na China custam a metade do preço de um brasileiro. Mas eu acho que o segmento de carros de baixo custos vai passar para as mãos das fabricantes indianas”, analisa o diretor da Roland Berger.

Antes disso, a Chery pretende esquentar a briga na disputa pelo carro mais barato do Brasil. Anunciou no Salão que lançará, até março de 2011, o compacto QQ por R$ 22.900.

Cópia no Salão
Apesar de a indústria automobilística chinesa começar a deixar as cópias de lado, ainda há quem invista em “réplicas mais baratas”. É o caso da Lifan, que estreia no Salão de São Paulo com o modelo 320 declaradamente inspirado no Mini Cooper. O carro tem preços a partir de R$ 29.890 e chega como uma opção mais em conta de um supercompacto, já que os carros da Mini não saem por menos de R$ 92 mil.

Dotado de motor 1.3 a gasolina, para atrair seus clientes, a Lifan aposta na extensa lista de itens de série do 320, que inclui ar-condicionado, vidros e travas elétricos, faróis de milha e de neblina, duplo airbag, aerofólio, freios ABS, entre outros.

Para divulgar o "sósia" do Mini no evento, a Lifan colocou até um sósia do Mr.Bean ao lado do 320, para fazer alusão ao personagem inglês que tinha um antigo Mini Cooper. De acordo com a Lifan, o carro será acompanhado do sedã 620, do hatch médio 520 e do utilitário esportivo SUV.

Foco no Nordeste
Ambição não falta para os novos concorrentes. A expectativa da Lifan é vender 2,5 mil veículos até o fim de 2010. Para 2011, quer atingir 20 mil unidades comercializadas. Já a Chery quer alcançar 150 mil unidades no mercado nacional em 2013, quando a fábrica de Jacareí, no interior de São Paulo, começará a operar.

Já a JAC Motors projeta vender 35 mil carros em 2011 e atingir 1% de participação no mercado nacional. O foco serão as vendas na região nordeste do país. “Um terço das 46 concessionárias que vamos abrir inicialmente está no Nordeste”, destaca Sergio Habib.

Por Priscila Dal Poggetto - G1, em São Paulo
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