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DATA DA PUBLICAÇÃO 29/03/2011 | Economia
Com inflação e mercado maior, lojas de R$ 1,99 já têm itens de até R$ 99
A inflação chegou também às lojas de R$ 1,99. Esse tipo de comércio, que se multiplicou no país na esteira do Plano Real, vem mudando de perfil e agora oferece produtos de melhor qualidade e em diversas faixas de preço, de R$ 1 a R$ 99.

Hoje, são raríssimas as lojas que mantém apenas produtos a R$ 1,99. A inflação existe e elas tiveram que se adaptar a uma realidade de mercado. Se tornaram lojas de varejo popular com opções de R$ 1 a R$ 99”, afirma Eduardo Todres, diretor da Feira 1 a 99 Brasil, que abre nesta segunda-feira (28), no ExpoCenter Norte, na zona norte da capital paulista.

Segundo ele, os produtos a R$ 1,99 representam atualmente menos de 30% dos itens à venda nas lojas. “Hoje, temos muito produto a R$ 2,99, a R$ 4,99 e a R$ 9,99. Mas ainda são os produtos a R$ 1,99 que mantêm a alma do negócio”, afirma Todres.

Os organizadores da feira, que chega a sua 22ª edição e até o ano passado se chamava Feira R$ 1,99 Brasil, estimam que existam hoje mais de 40 mil estabelecimentos do gênero em todo o país.

Os efeitos do câmbio e do aumento de renda da população também influenciaram na evolução dos preços e dos objetos oferecidos aos clientes destes estabelecimentos. O empresário Nelson Dib Júnior, proprietário de cinco lojas do gênero, conta que começou a abandonar o preço único após a disparada do dólar no início dos anos 2000.

“Tivemos que passar a vender a R$ 2,99 e R$ 3,99. Por outro lado, começamos a perceber que com outras faixas de preço poderíamos vender também produtos de maior valor agregado e de melhor qualidade”, diz Júnior. Nas lojas dele, os itens a R$ 1,99 representam de 15% a 20% do catálogo.

Os importados ainda são a maioria do que chega nas prateleiras, mas hoje representam cerca de 55% do total. Os utensílios domésticos de plástico, por exemplo, são praticamente todos fabricados no Brasil. Todres destaca que o maior poder de compra das classes mais baixas impulsionou a produção da indústria nacional voltada par ao nicho de mercado popular.

“Esse consumidor não compra o que não pode pagar, mas está com mais dinheiro no bolso e não quer porcaria. Ele busca produtos de qualidade e não abre mão do melhor preço”, afirma.

A produção em maior escala passou a permitir, inclusive, a oferta de alguns produtos, como copo e garfo, a valores abaixo de R$ 1. Mas a inflação já começa a pressionar os preços de determinados itens.

Segundo Júnior, os fornecedores da linha de plástico acabam de anunciar um reajuste de 8%. “Como trabalhamos com uma margem de lucro bem apertada, vamos ter que repassar o aumento e fazer uma redistribuição de alguns preços”, diz. Ele explica, porém, que é comum os fornecedores diminuírem o tamanho dos produtos para poderem manter o mesmo preço unitário.

Brinquedinho cala-boca a R$ 9,90

O preço médio dos cerca de 4 mil itens vendidos nas lojas populares varia entre R$ 3 e R$ 4. O carro-chefe costuma ser a linha de plásticos, com sua infinidade de utensílios de lavanderia a banheiro e a cozinha. Na sequência, vêm os brinquedos, os presentes e o material escolar. Mas no modelo de negócio, cabe praticamente tudo: de material de limpeza e biscoito à cafeteira ou assento de privada.

O gasto médio de cada cliente costuma ficar em torno de R$ 15. "A gente vem atrás de uma coisa e leva sempre mais, até o que não precisa", admite a funcionária pública Suzete Regina, de 49 anos. Ela foi com a filha comprar em presente para o filho de um amigo e acabou levando, além de uma bola, utensílios para sua cozinha. “Tem sempre alguma coisa interessante e a gente gasta pouco”, diz a estudante Danielle Regina, de 19 anos.

De acordo com Júnior, a faixa de preço que mais ganha produtos é a de R$ 9,90. “Tem sempre um daqueles presentinhos cala-boca de criança por esse preço”, brinca.

Desde o final do ano passado, a rede do empresário passou a oferecer produtos de até R$ 99. “É a cifra limite que estabelecemos para que qualquer um que entre na loja possa se divertir e sair satisfeito”, afirma.

Tão importante quanto a variedade e o preço baixo, segundo Júnior, é a rotatividade de itens. Os estabelecimentos do setor não costumam trabalhar com depósito e os contatos com os fornecedores são diários. “A novidade é o que dá o tempero no negócio, uma vez que a loja muita vez costuma ser uma parada obrigatória e o cliente não costuma com a compra definida”, revela.

A Feira 1 a 99 Brasil, destinada aos profissionais do setor, reunirá até quinta-feira 180 expositores, que representam mais de 500 fabricantes, importadores e distribuidores.

Para montar uma loja popular, o investimento mínimo é de R$ 30 mil. A Associação Brasileira de Importadores de Produtos Populares (Abipp), estima que o setor movimente por ano cerca de R$ 11 bilhões com a circulação de 200 milhões de produtos e a geração de 250 mil empregos diretos.

Por Darlan Alvarenga - G1, em São Paulo
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