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DATA DA PUBLICAÇÃO 11/02/2010 | Saúde e Ciência
Com imunidade alta, Brasil arrisca exportar novos tipos de gripe
A análise de dez anos de dados sobre a gripe no Brasil traz, ao mesmo tempo, uma boa notícia e uma nota de cautela. A doença parece se propagar de modo mais lento por aqui do que em outros países, graças a um nível relativamente alto de imunidade entre a população.

Por outro lado, isso significa que a diversidade genética dos vírus no país é alta, com potencial de produzir e "exportar" novas variantes da moléstia.

O mexicano Gerardo Chowell, da Universidade do Estado do Arizona (EUA), assina o estudo sobre o tema no periódico "Proceedings of the Royal Society B", junto com o brasileiro Wladimir Alonso, dos NIH (Institutos Nacionais de Saúde americanos), e colegas.

O trabalho tenta montar o quebra-cabeça da gripe de trás para a frente, por assim dizer. A equipe usou como base os dados do Ministério da Saúde sobre mortes por "pneumonia e influenza" entre 1996 e 2006 por Estado.

É claro que as mortes correspondem apenas aos casos mais severos, e nem todas as pessoas que morrem de pneumonia chegaram a essa situação por causa da gripe. Mas as estatísticas, compiladas semanalmente, são suficientes para saber como as ondas de gripe sazonal caminham.

"Pode ser que a qualidade dos dados varie de regiões mais pobres para mais ricas, mas achamos que a variação não é significativa, porque os médicos reconhecem com facilidade uma morte por infecção respiratória", explica Alonso.

Estação de gripe

"Nós também vimos que, ao contrário do que se vê no hemisfério Norte, não há uma estação de gripe muito bem marcada. A situação lembra mais um cenário no qual os vírus estão circulando o tempo todo. E isso explicaria o desenvolvimento de uma imunidade mais elevada a eles", diz o pesquisador mexicano.

Para Chowell, os dados indicam que a população brasileira funciona como um grande reservatório de muitas variantes relativamente benignas de vírus da gripe.

Por isso mesmo, diz ele, embora cepas surgidas aqui tendam a ser menos agressivas, é bem possível que o reservatório brasileiro de vírus acabe exportando novas variedades da gripe comum para outros locais do planeta.

Tal exportação, por sua vez, poderia aumentar o repertório de truques genéticos de variedades potencialmente perigosas de influenza geradas na Ásia, por exemplo.

"Acho que a grande mensagem desse resultado é a necessidade de melhorar os sistemas de vigilância que acompanham as variantes da gripe, em especial em países tropicais como o Brasil, sobre os quais ainda há poucos dados", disse Chowell.

Por Reinaldo José Liopes - Folha de São Paulo
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