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DATA DA PUBLICAÇÃO 18/10/2013 | Turismo
Com forte tradição turística, Jordânia sofre com revoltas em países vizinhos
País do Oriente Médio tem diversas atrações e é preparado para visitantes.

Estabilidade local permite passeios com segurança a diversas paisagens.


Considerado um dos países mais estáveis do Oriente Médio, a Jordânia ainda é vista com olhos desconfiados por muitos turistas – principalmente nos últimos anos, com as revoltas que tomaram seus vizinhos próximos, como Egito e Síria. Não deveria. A monarquia de maioria islâmica é segura, tem belíssimas paisagens, uma história riquíssima e um povo muito gentil, tolerante e hábil na recepção aos turistas.

Com poucos recursos naturais, um território semi-desértico e poucas áreas onde é possível plantar alimentos, os jordanianos costumam dizer que o seu petróleo é o turismo. E ele tem sido escasso recentemente, segundo relatos de locais.

Cercada por Israel, Síria, Iraque, Arábia Saudita e Egito, a Jordânia tem sofrido nos últimos anos com a tensão em seus vizinhos - além de ter recebido milhares de refugiados (pelo menos 500 mil sírios se deslocaram para o território jordaniano). Atrações turísticas que costumavam atrair milhares de pessoas diariamente, como Petra, chegam a ter apenas centenas de visitantes diários em alguns dias atuais.

Profissionais do turismo, muitos deles com diversas graduações e muito entendedores da história e das relíquias do país, tentam mostrar a melhor face possível para os visitantes, esperando que tempos melhores cheguem. “Petra costumava receber 5 mil pessoas por dia na alta temporada. Agora há dias em que não passa de 100 visitantes. A crise mundial também atrapalha – o dinheiro para o trabalho dos arqueólogos diminuiu, e muitas equipes estrangeiras que vinham escavar aqui pararam de vir”, contou o guia Ahmed Arabiyat, que já trabalhou como arqueólogo em Petra e agora atua com turismo no local.

Outros prestadores de serviços também contaram sobre as dificuldades. O motorista Ahed Elayyan, que fala alemão e espanhol fluentemente, contou estava há dois meses sem ser chamado para um trabalho no setor.

Atrações mais vazias
As próprias atrações turísticas denunciam o esvaziamento. Em Ajloun, onde há uma fortaleza do século XIII encravada em uma montanha, uma das principais atrações do norte do país, a reportagem do G1 era a única a visitar o local em uma manhã de setembro deste ano (época considerada de alta temporada no país).

Em Petra, provavelmente a atração mais conhecida e certamente a mais visitada do país, era possível fazer fotografias que davam a impressão de que o turista estava sozinho no local - até mesmo no Tesouro, a fachada esculpida em pedra considerada a principal atração do local (e também a mais conhecida, por ter sido cenário do filme "Indiana Jones e a Última Cruzada").

A situação é ótima para o turista, que pode aproveitar um lugar incrível sem as multidões, tendo mais tempo para apreciar as diversas construções feitas na pedra, trilhas, paisagens e cânions, sem ser apressado. Para os locais, entretanto, representa perda de renda – em Petra, centenas de beduínos que vivem nos arredores dependem das vendas para os turistas.

O mesmo pode ser visto no Mar Morto – ponto mais baixo da terra, a 400 metros abaixo do nível do mar. Apesar de os hotéis da região não estarem vazios, a maior parte dos hóspedes era árabe.

Tolerância
O medo causado pelos vizinhos, entretanto, é praticamente infundado. Dentro das fronteiras da Jordânia, a situação é muito mais tranquila. Andar pelas ruas da capital Amã muitas vezes lembra bairros de São Paulo – com a diferença de que há poucos prédios altos e todas as construções são claras, da mesma cor.

Cerca de metade da população fala inglês, todos são gentis com estrangeiros e especialmente respeitosos. O islamismo é a religião oficial e mais de 90% da população ser muçulmana, mas as outras religiões são respeitadas. Os 6% da população que seguem o catolicismo são livres para expressar sua religião – o território da Jordânia abriga locais sagrados para o catolicismo.

Os estrangeiros também são bastante tolerados – apesar de a imensa maioria das mulheres andar com os corpos e cabelos totalmente cobertos, roupas ocidentais, desde que não muito escandalosas, podem ser usadas pelas mulheres.

Recomenda-se que joelhos e ombros sejam cobertos. Mas mesmo que eles estejam de fora (algo às vezes necessário no auge do verão jordaniano), ninguém é repreendido. Na maioria das vezes, as mulheres locais ficam mais curiosas e chegam a encarar as ocidentais sem vergonha. Já os homens costumam apenas desviar o olhar ao ver alguma roupa não condizente ao que eles estão acostumados.

Nos locais mais turísticos, como em Petra e no Mar Morto, roupas e trajes de banho ocidentais, como biquínis, shorts e blusas sem alça, são mais normais e podem ser usados sem muito questionamento.

Poucos brasileiros
Brasileiros são bem recebidos - mas mesmo quem trabalha com turismo costuma se espantar com a visita de turistas de um país tão distante. Entretanto, o número de brasileiros que visitam a Jordânia cresceu em 2013 em relação a 2012. Segundo o Jordan Tourism Board, órgão oficial de turismo no país, houve um aumento de 24% comparando o primeiro semestre dos dois anos. A representação do órgão no Brasil disse não ter dados sobre o turismo geral no país.

Em números absolutos, entretanto, os brasileiros ainda são poucos - apenas 5.797 estiveram na Jordânia entre janeiro e junho deste ano. Durante a visita ao país, que durou quatro dias, a reportagem do G1 só viu brasileiros em uma ocasião, durante visita ao Teatro Romano de Amã.

Por Juliana Cardilli - G1, na Jordânia
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