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DATA DA PUBLICAÇÃO 03/03/2017 | Educação
Com filho de 1 ano, mãe retoma estudos e passa em primeiro na UFABC
 Com filho de 1 ano, mãe retoma estudos e passa em primeiro na UFABC Nathalia e o filho Abel comemoram vaga na Federal do ABC (Foto: Divulgação/ Maximize/Divulgação)
Nathalia e o filho Abel comemoram vaga na Federal do ABC (Foto: Divulgação/ Maximize/Divulgação)
Nathalia Gastaldo, de 24 anos, chegou a abandonar a escola para trabalhar. Depois que filho nasceu, ela voltou a estudar para entrar na faculdade.

Antes de fazer 18 anos, Nathalia Gastaldo abandonou os estudos para investir no seu negócio de produção de doces. Hoje, aos 24, mãe de Abel, de 1 ano e 8 meses, ela comemora a retomada da vida estudantil: foi aprovada em primeiro lugar no curso de humanidades da Universidade Federal do ABC (UFABC), como cotista por ser aluna da rede pública, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Nathalia conseguiu a certificação do ensino médio via Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2011, e em 2012 entrou na faculdade, com bolsa do Prouni, para estudar comunicação. No ano seguinte, desistiu do curso porque não gostou e foi estudar teatro. Aí veio o filho, Abel, e ela decidiu entrar na faculdade.

“Estava fazendo curso de teatro livre e engravidei. A maternidade solo foi muito complicada, e decidi que precisava de uma profissão para dar o melhor para o meu filho.”

No ano passado, Nathalia se matriculou no cursinho. Antes de ir para as aulas, deixava o filho na creche, em São Bernardo, no ABC que ficava bem perto do cursinho Maximize. O fato de não ter concluído o ensino médio dificultou na preparação. “Tinha coisas que nunca ouviu falar na vida, principalmente em exatas, tinha de me dedicar muito.”

À medida que o filho foi crescendo e exigindo mais atenção, Nathalia passou a envolvê-lo em seus estudos. Faltar às aulas era raro. “Cheguei a levá-lo para o cursinho, amamentar na aula, levava em museus de ciências, passeios culturais. Ele é apaixonado por dinossauros. Quis trazê-lo para o meu mundo e queria aproveitar meus momentos com ele.”

A jovem lembra que conciliar todos os papéis foi muito complicado, mas quando queria desistir, pensava no filho, e estudava mais e mais. “Conciliar a vida com trabalho, estudo e filho não foi fácil. Foi um ano de semeadura, muitas vezes não foi legal, mas sabia que ia ser difícil e o ano seguinte seria melhor. Toda vez que me frustrava, estudava. Pegava exercícios e fazia.”

A luta de Nathalia agora é brigar por vaga em uma creche pública e por auxílio do governo que garantam sua permanência na universidade. Ela sabe que o esforço para conseguir passar no vestibular foi só o começo da luta que terá de travar para conseguir se formar.

“Luto contra várias estatísticas: ser aluna de escola pública, ser mãe na universidade. Quando o governo não cede uma vaga na creche pública, exclui a mulher da faculdade. Conseguir passar em uma federal foi mais que persistência, foi teimosia.”

Ela pretende seguir carreira na área da pesquisa, já que não considera o mercado de trabalho justo para as mães.

Para quem vai prestar vestibular neste ano, Nathalia sugere a criação de um calendário de estudo. “Estabelecer horários, definir o quê e em quais horários estudar de segunda a sexta, aos fins de semana. Mas o mais importante é: seja gentil com você mesmo em todo o processo. Ansiedade e medo podem atrapalhar.”


Por Vanessa Fajardo, G1
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