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DATA DA PUBLICAÇÃO 13/10/2010 | Cultura
Com Avenged e Linkin Park, metal abafa o indie na última noite do SWU
Os shows ensurdecedores de Avenged Sevenfold, Linkin Park e Cavalera Conspiracy abafaram, nesta segunda-feira (11), o som de heróis indies como Pixies e Yo La Tengo e deram o tom do último dia do SWU: Music + Arts Festival, que reuniu público de cerca de 45 mil.

Espremidos contra as grades de proteção desde o início da tarde para ver os ídolos, fãs do Avenged Sevenfold transformaram expectativa em histeria instantânea tão logo os californianos pisaram no palco, abrindo o show com "Nightmare", faixa-título de seu último álbum.

De óculos escuros e pulando de um lado para o outro com trejeitos de Axl Rose, o vocalista M. Shadows comandou a multidão de cima de uma plataforma que atravessava todo o palco."Vocês estão com frio?", perguntou à certa altura, só para receber a resposta negativa dos fãs apesar da gélida noite ituana.

Com o baterista Mike Portnoy, recém-saído da banda Dream Theater, entre os seus integrantes, a banda de metalcore e hard rock incluiu no repertório hits de toda a carreira, incluindo "Unholy confessions", do álbum "Waking the fallen" (2003), "Afterlife", de "Avenged Sevenfold" (2007) e "Buried alive", do mais recente, "Nightmare" (2010).

Se fosse possível contabilizar o sucesso do grupo em número de atendimentos nos postos médicos do festival, o Avenged seria o principal nome de todos os três dias do evento. Apenas na primeira meia hora do show, a reportagem do G1 contou pelo menos 20 pessoas sendo atendidas em três postos médicos diferentes no festival, por desmaios e mal-estar sofridos com o empurra-empurra dos fãs.

Linkin Park renovado
Dividindo a preferência da maior parte dos frequentadores do SWU nesta segunda com o Avenged e com o mesmo potencial para botar abaixo a Fazenda Maeda com hits de FM como "Crawling" e "Numb", o Linkin Park esfriou um pouco o ânimo do público ao alternar sucessos de seus três discos com faixas do novo álbum, "A thousand suns", lançado no mês passado e aparentemente ainda pouco conhecido da maioria.

Distantes do nu metal que tornou o Linkin Park adorado entre os fãs no início da década, as novas músicas vão de baladas ao violão ("The messenger") e ao piano ("Iridescent") até o eletrônico industrial de "When they come for me", que teve o vocalista Chester Benington e o guitarrista Brad Delson assumindo a percussão.

Sempre reverente, o público, formado principalmente por adolescentes e até crianças acompanhadas de seus pais, acompanhou tudo com atenção e batendo palminhas, mas não se empolgou tanto quanto nas faixas mais populares, como "What I've done" e "Bleed it out", que, de tão altas, chegaram a disparar alarmes de alguns carros estacionados na área do backstage do show.

A 'tribo' Cavalera
Em termos de barulho, no entanto, ninguém superou os irmãos Max e Iggor Cavalera. Padrinhos - mesmo que indiretos - das duas bandas acima, os fundadores e ex-Sepultura não dividiam um palco no Brasil desde 1996, quando Max deixou a banda após brigas internas e passou os próximos dez anos sem falar com o irmão.

Reatados desde o final de 2007, quando se reuniram para criar o projeto Cavalera Conspiracy, Max e Iggor deram aos fãs brasileiros do Sepultura um presentão, incluindo no repertório faixas de sua antiga banda, como "Refuse, resist", do "Chaos A.D.", "Roots bloody roots" e "Attitude", de "Roots", e a clássica "Troops of doom", do disco "Morbid visions".

Tão empolgado por estar de volta ao Brasil quanto seus fãs, Max, agora mais gordo, despenteado e com os dentes mal cuidados, comandou os velhos metaleiros como um maestro politicamente incorreto, fazendo com que os marmanjos urrassem palavrões e armassem enormes rodas, levantando poeira por toda a fazenda onde ocorreu o festival.

Apesar da cara de mau, o show terminou totalmente em família, com Max abraçando o irmão no palco e apresentando os sobrinhos como sendo "a tribo do Iggor".

Sofrimento indie
Enquanto velhos e novos metaleiros dominaram a noite, a ala indie desta segunda-feira foi bem menos eficiente. O aguardado Pixies, que veio pela segunda vez ao país depois de uma apresentação em Curitiba em 2004, mostrou um repertório repleto de sucessos do rock alternativo, de “Debaser”a “Here comes your man”, mas sofreu com o som baixo dos alto-falantes e com uma aparente má vontade dos integrantes, especialmente do vocalista e guitarrista Frank Black, que entrou mudo e saiu calado, como já havia feito em Curitiba.

Já a baixista Kim Deal, especialmente simpática, falou português (“esta é a nossa primeira vez em São Paulo”) e fez piadas no final da apresentação. O público, com a maior média de idade da noite, não quis saber dos problemas, cantou todos os refrões e ainda conseguiu exigir que a banda não deixasse o palco sem tocar a balada “Where is my mind”, que foi executada com um certo desdém por Black.

Com apenas 40 minutos para se apresentar e o dia ainda claro, o Yo La Tengo teve destino mais trágico. Estava claro que o trio norte-americano se esforçava para realizar uma boa apresentação, mas as caixas voltadas para a plateia também estavam com o volume especialmente baixo, o que tornava praticamente impossível de se ouvir as longas sequências de barulho e microfonias produzidas pelo guitarrista Ira Kaplan.

Confrontar as melodias do grupo com as centenas de fãs do Linkin Park espremidos na frente do palco também não foi fácil, mas apesar da leve hostilidade, o grupo não se intimidou e tocou um belo set, com direito a clássicos underground como “Autumn sweater”, “Sugarcube” e “Tom Courtenay”.

Mais peso
Na fronteira entre o indie e o metal, o único pecado do Queens of the Stone Age, penúltima banda do Palco Ar, foi seu atraso de quase uma hora. Ainda assim, a espera valeu, e o grupo liderado pelo guitarrista Josh Homme fez uma das melhores apresentações de todo o festival.

Abrindo com a polêmica “Feel good (Hit of the summer)”, a banda não deixou muito espaço para os fãs respirarem, soterrando o público com um setlist pesado, que passou por “Go with the flow”, “3s & 7s”, “Little sister” e uma versão alongada de “No one knows”, culminando com a barulheira final de “A song for the dead”.

Por G1, em Itu (SP)
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