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DATA DA PUBLICAÇÃO 05/07/2009 | Cidade
Coletores de lixo sofrem com humilhações e preconceito
"Todos somos lixeiros, porque nós todos produzimos lixo. Eu sou coletor." A afirmação é de Josimar Abdias Feitosa, 40 anos, que trabalha há 12 anos recolhendo lixo nas ruas de Mauá e se sente, assim como toda a classe, invisível para a sociedade. Ele faz parte desse exército que trabalha silenciosamente e ganha em média R$ 750, mais 40% de insalubridade.

Apesar de ter orgulho de sua profissão, o piauense Feitosa afirma que sofre porque as pessoas não o tratam como deveriam. "Só somos percebidos na sociedade quando fazemos greve", disse. Ele lembra que o perfil dos profissionais têm mudado e, por conta disso, voltou à sala de aula e concluiu o Ensino Fundamental.

Com a esperança de melhorar as condições da categoria, ele entrou para o sindicalismo e está há três mandatos como diretor do Siemaco (Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do ABC).

Ao contrário de outros profissionais, além de ser ignorado pelas pessoas, muitas vezes os coletores são maltratados sem motivo aparente. Eles correm vários quilômetros por dia e, às vezes, não conseguem matar a sede.

"Uma vez pedi água e, ao devolver o copo, a moradora mandou eu jogá-lo no caminhão. Isso quando não negam ou mandam a gente beber a água da torneira, quente, o que é mais comum", afirmou Daniel Xavier da Silva, 44 anos, sendo 15 de profissão. "Ninguém olha para a gente como trabalhadores e sim como lixo", lamentou o profissional.

A falta de respeito também é notada na maneira como as pessoas armazenam o lixo. Muitos não põem os sacos no alto, outros os colocam um dia antes da coleta, dando chance a animais destruir e espalhar o material pela calçada. Outro descuido é que muitos não embalam como deveriam o vidro quebrado, o espetinho de churrasco ou até mesmo a agulha de seringa usada, dando chance para que os trabalhadores se acidentem.

O final de ano é muito esperado pelos profissionais que chegam a ganhar até R$ 2.000 em caixinhas de Natal.

O cearense Dernival Silva Souza, 31 anos, disse que antes de ser coletor trabalhou como boia-fria e cortador de cana, mas que a função atual é melhor. "Não tenho vergonha de trabalhar com lixo, ao contrário, tenho orgulho porque é um serviço digno como outro qualquer e fundamental para a sociedade", finalizou.

Por Vivian Costa - Diário do Grande ABC
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