NOTÍCIA ANTERIOR
Ultrapassar pelo acostamento custará R$ 957
PRÓXIMA NOTÍCIA
Chuva interrompe sequência de queda no nível do Cantareira
DATA DA PUBLICAÇÃO 03/11/2014 | Geral
Clínica de aborto desarticulada no RS oferecia serviços por rede social
Operação da Polícia Civil terminou com oito presos em Porto Alegre.

Grupo contava com agenciadores e esquema de segurança.


Uma das principais clínicas de abortos clandestinos do Rio Grande do Sul foi descoberta e desarticulada na última semana, em uma operação que teve oito pessoas presas e equipamentos usados em operações apreendidos – entre eles agulhas de tricô. A quadrilha contava com agenciadores, atravessadores e um esquema de segurança, e as negociações começavam em grupos de uma rede social da internet, como mostra reportagem do Teledomingo, da RBS TV.

A quadrilha oferecia o aborto através de uma página rede social. A oferta incluía o envio de medicamentos abortivos para outros estados como São Paulo. Na própria página, uma mulher que se apresentava com o falso nome de Eva Duarte conversava com os interessados. Ela garantia que a realização do procedimento seria feito por médicos de primeiro mundo em uma clínica de luxo.

"Isso nos chama bem a atenção, a audácia dessa quadrilha em ter essa página na rede social. Estamos convencidos de que estamos diante de uma organização criminosa bem estruturada", afirma o delegado Cleber Ferreira.

A lei brasileira proíbe o aborto, exceto em casos específicos em que a vida da mãe corre perigo, se ela for vítima de estupro ou se o feto não tiver cérebro (anencefalia). Por isso, o anúncio na rede social surpreendeu o delegado, que também relatou a falta de preparo no local. "Ali também se notou durante a nossa incursão que não tinha nada que pudesse salvar uma vida se qualquer coisa que desse errado naquela intervenção cirúrgica que eles estavam praticando", disse Ferreira.

Encontro marcado

Uma produtora da RBS TV marcou um encontro com Eva numa casa na Zona Sul de Porto Alegre. Neste local, ela vendia os medicamentos abortivos e passava informações aos clientes. "Eu atendi de maio para cá, umas 60 mulheres. Cinco falharam na medicação, só que todas foram para a clínica depois. Vamos supor que a medicação não deu, o que é raro. Tu vais ter o desconto de todo o valor na clínica", garantia.

Caso a cliente quisesse fazer o aborto na clínica, fazia contato através de um homem apresentado como Jean, o atravessador. Com ele, Eva ainda conseguia um pedido para a realização de uma ecografia. "Tem que ter um encaminhamento. Não tem o que eu não consiga. O submundo é assim", revela.

A produtora recebe uma requisição falsa do SUS do Hospital Conceição em nome de uma médica. A polícia investiga a origem do documento. Com a certeza de que a ecografia estava feita, Jean confirma o agendamento.

Jean: É bom que tu venha com a grana já, pra fazer lá. É pagou e fez, entendeu?
Produtora: É limpo, tudo. Não preciso ficar preocupada?
Jean: Não. É um lugar de verdade mesmo. Uma clínica de verdade.

Quadrilha desarticulada
O atravessador buscava os clientes em uma parada de ônibus em frente ao um shopping na Avenida Cristóvão Colombo, Zona Norte de Porto Alegre. Juntos, seguiam a pé por duas quadras, mas só podiam entrar na clínica acompanhados do integrante da quadrilha. Dessa vez, eles não sabiam que os clientes, na verdade, eram policiais disfarçados.

Os policiais entram na clínica, que tem grades e portas reforçadas. Em segundos, a quadrilha é desmontada. Sete pessoas foram presas. Uma jovem de 21 anos que estava pronta para ser operada foi ouvida pela polícia e liberada. Um perito confirmou que os instrumentos recolhidos eram usados na prática do aborto. Entre eles, agulhas de tricô. Eva, a oitava integrante do grupo foi presa em casa.

O obstetra Antonio Celso Ayub, diretor da maternidade da Santa Casa de Porto Alegre, alerta para o perigo que as mulheres submetidas a aborto clandestino correm. "Os riscos existem, de acidentes próprios do ato, como perfuração uterina, rupturas de vísceras e, particularmente, o grande risco é de infecção. Além de que não existe anestesista competente para fazer o processo anestésico", explica.

Por G1 RS
Assine nosso Feed RSS
Últimas Notícias Gerais - Clique Aqui
As últimas | Geral
25/09/2018 | Golpe do ''motoboy'' é o crime da moda
25/09/2018 | Há quatro meses faltam medicamentos no SUS
25/09/2018 | Redução de pressão de água é eficaz, mas exige medidas, diz professor
As mais lidas de Geral
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda
Mauá Virtual
O Guia Virtual da Cidade

Todos os direitos reservados - 2024 - Desde 2003 à 7717 dias no ar.