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DATA DA PUBLICAÇÃO 25/12/2012 | Economia
Clientes trocam loja de rua por shopping
Clientes trocam loja de rua por shopping Imagem Ilustrativa. Foto: curitiba.olx.com.br
Imagem Ilustrativa. Foto: curitiba.olx.com.br
O consumidor é atraído pelo novo. E o setor de shoppings no Grande ABC tem oferecido isso aos moradores desde 2011. O problema é que a novidade impacta negativamente aos comerciantes de rua, que se queixam de serem deixados de lado nas principais datas comemorativas, mesmo com preços mais baixos, na média, do que a concorrência instalada nos shoppings.

Desde setembro de 2011 o Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo realiza pesquisas de intenção de compra dos consumidores em datas como Dia das Mães, Dia dos Pais e Natal. De lá para cá já foram publicados sete estudos, que mostram queda intensa no interesse dos consumidores por comprar os presentes no comércio de rua.

Na pesquisa referente ao Dia das Crianças de 2011, em setembro daquele ano, 42% dos consumidores com renda mensal entre cinco e dez salários-mínimos pretendiam comprar presentes no comércio de rua. Outros 41% estavam planejando ir aos shoppings que, na época, eram apenas cinco no Grande. Este grupo, com base na Pesquisa Socioeconômica da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), representa a maioria da população do Grande ABC. E, 13 meses depois, apenas 20% pretendiam comprar presentes para este Natal no comércio de rua, enquanto 59% mostraram a intenção de ir aos shoppings.

Neste período de um ano e um mês, o comércio de rua pouco mudou, mas São Caetano e São Bernardo ganharam um shopping cada, outros dois tiveram inícios de obras para entrega de novos centros de compras em 2013, e mais dois passaram por reformas para ampliar o espaço de atendimento aos clientes.

MAIS ESTRUTURA - Além da novidade, vários outros fatores acabam pesando na opinião do consumidor quando ele escolhe onde fazer compras, destaca o professor de Economia da Metodista e da USCS, também coordenador da pesquisa, Sandro Maskio. "Um grande diferencial é o conforto", justifica.

Enquanto os shoppings são amparados com estruturas com ar-condicionado, as ruas são abertas e sujeitas aos raios solares e às chuvas. Sem contar os seguranças, as áreas de lazer, os setores para os pais deixarem as crianças enquanto fazem as compras, as praças de alimentação e os cinemas. Os comerciantes de rua não conseguem oferecer tanta comodidade aos clientes desta maneira, diz Maskio.

Ele explica que, individualmente, os lojistas não têm forças para ampliar sua atratividade. A solução para essa disputa desigual só é possível por meio da administração pública com a reestruturação, ou a reurbanização, das áreas em que está instalada a maioria dos comércios nas cidades.

Cabem aos comerciantes, e associações comerciais se organizarem e cobrar das autoridades ações que melhorem as condições em que estão instalados. Pois, caso contrário, o cenário vai continuar mudando, com a migração para os shoppings aumentando cada vez mais.

RENDA - Outro fator apresentado por Maskio como estímulo para que as famílias se interessem mais pelos shoppings é a melhora das condições financeiras.

"Temos que considerar a ampliação da renda das famílias, o que gera aumento no poder de compra. Sem contar os baixos índices de desemprego. Isso tudo faz com que as pessoas se sintam confortáveis para buscar os shoppings", explica Maskio.

Os consumidores com o orçamento mais apertado também estão vendo o poder de compra aumentar, tendo em vista que o salário-mínimo teve acréscimo de 14% entre 2011 e 2012, passando de R$ 545 para R$ 622, incremento bem acima da inflação que, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), acumulou 6,5% no período.

A pesquisa Metodista espelha a migração das famílias menos abastadas para os shoppings também. No Natal de 2011, apenas 11% buscavam o setor. Neste ano, o percentual atinge 16% das famílias com remuneração mensal de até um salário-mínimo.

Maskio destaca ainda que esse cenário de mudança não é exclusivo do Grande ABC. Tanto que grandes redes varejistas que antes atendiam apenas nas calçadas estão entrando com força nos shoppings.

Por Pedro Souza - Diário do Grande ABC
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