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MP investiga falhas em mutirão
DATA DA PUBLICAÇÃO 05/02/2016 | Setecidades
Cirurgia de catarata deixa seis cegos
Cirurgia de catarata deixa seis cegos Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Uma simples cirurgia de correção de catarata transformou-se em pesadelo para 21 moradores de São Bernardo. Os pacientes integram grupo de 27 pessoas que foram submetidas ao procedimento no dia 30 de janeiro, em mutirão realizado no Hospital de Clínicas do município, e adquiriram infecção ocular por bactéria. Pelo menos seis deles já perderam a visão operada, sendo que dois tiveram de remover o globo ocular.

As reações adversas começaram um dia após a operação, comandada pelo oftalmologista Paulo Barição, data em que os pacientes procuraram atendimento no PS (Pronto-Socorro) Central de São Bernardo. Os moradores foram encaminhados para novas análises e procedimentos cirúrgicos, como a dona de casa Elza Pereira Souza, 64 anos, internada no Hospital das Clínicas da Capital. “Ela já perdeu a visão esquerda e agora estamos na expectativa de saber se a infecção cessa para não ter de remover o olho”, explica o filho, o autônomo Ricardo Pereira Souza, 36.

Sem opção, a dona de casa Maria da Glória Batista Almeida, 72, teve de retirar o olho esquerdo ontem. “Ela ainda não está acreditando. Foi a única alternativa, já que a infecção poderia chegar até o cérebro e ela vir a óbito”, revela a filha, a vendedora Evani dos Santos Almeida, 35.

Para o aposentado Expedito Batista, 66, estar sem a visão do olho direito “é a morte”. O morador do bairro Baeta Neves está desolado com o fato de não poder mais dirigir. “Gosto muito de viajar para Minas (Gerais) com a minha mulher”, lamenta.

Indignadas, as famílias já se organizam para procurar a Justiça. Caso da dona de casa Genesil da Silva Koga, 65. Diagnóstico obtido na rede particular indica a necessidade de transplante da córnea comprometida pela bactéria Pseudomonas aeruginosa. “Ela já é míope de um olho e quase não enxerga. Agora perdeu a visão do outro”, revolta-se a filha, a advogada Letícia Koga.

Estudo feito por grupo de pesquisadores do Instituto de Química da USP (Universidade de São Paulo) indica que o micro-organismo em questão “é comumente encontrado em infecções hospitalares, sendo capaz de contaminar catéteres, ventiladores, próteses e lentes de contato”, por exemplo. Por causa da alta resistência a antibióticos, as infecções causadas pela Pseudomonas aeruginosa são de difícil controle.

Por meio de nota, a Prefeitura destacou que os procedimentos cirúrgicos foram realizados por médico de empresa terceirizada. A administração ressaltou que “vem tomando todas as medidas de cuidado e assistência aos pacientes, registrou notificação na Vigilância em Saúde e instituiu comissão de sindicância para apurar as causas do ocorrido.” Conforme o Paço, em 2015, 946 cirurgias de catarata foram feitas sem complicação.

Caso semelhante aconteceu no ano passado em clínica particular do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, onde 13 pessoas perderam a visão após cirurgia de catarata. O problema motiva investigação por parte do MP (Ministério Público) local. A Vigilância Sanitária concluiu que houve falhas nos processos de trabalho e esterilização de materiais e interditou parcialmente o local em dezembro.

Por Natália Fernandjes - Diário do Grande ABC
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