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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/06/2013 | Cultura
Circo Stankovich mistura tradição e modernidade
Circo Stankovich mistura tradição e modernidade Globo da morte é uma das atrações do Stankovich. Foto de Caio Luiz
Globo da morte é uma das atrações do Stankovich. Foto de Caio Luiz
Picadeiro com mais de um século de história finca sua lona e seus trailers em Santo André

Cheirinho de pipoca doce no ar, letreiros luminosos, chão de serragem, música e lona colorida armada. O circo chegou. O circo Stankovich está sob o comando da sétima geração da família de mesmo nome e aportou em Santo André, onde ficará até agosto e seis vezes por semana apresenta um espetáculo com elementos que vivem no imaginário de muita gente.

Quem ainda tem aquela ideia de circo com macacos amestrados, domadores de elefante e leões sem dente, deve saber que os circos, mesmo os mais tradicionais, precisaram se modernizar e se adequar às novas legislações e também aos novos públicos. Com o Stankowich não foi diferente. Kamila Stankowich, tatatara... (olha o eco!) neta dos fundadores, sente falta do circo nos moldes antigos. “Aos seis anos eu era domadora de elefante, os animais não eram maltratados e eu sinto muita falta, tanto que vivo em zoológicos”, disse ela, que aos 30 anos já morou em uma porção de cidades e estados, vivendo em trailers nômades por conta do circo.

Kamila bem que tentou seguir um caminho convencional, estabeleceu residência em São Paulo e cursou faculdade de propaganda e marketing. Mas, por amor, e também por vocação, resolveu aplicar no circo o que aprendeu e hoje é responsável pela divulgação do Stankowich.

E não é só isso. Kamila Stankowich também é magica e às vezes trapezista. Ao lado de uma trupe de cerca de 40 artistas (fora a equipe técnica), a mágica faz parte do espetáculo Celebration, que conta com números de malabaristas, palhaços, equilibristas, contorcionistas, motoqueiros no globo da morte, trapezistas e dançarinos.

Para Stankowich, Soleil não deveria se chamar circo
No transporte do Stankowich são utilizados 23 carretas, 35 trailers-moradia dos artistas, oito cavalos mecânicos (caminhões) que viajam por todas as estradas carregando cerca de 800 toneladas de equipamentos. Ao chegar no destino final, a equipe leva cerca de 10 horas para se instalar e levantar a lona. Para acomodar tal estrutura é preciso área de cerca de 20 mil metros quadrados, que chega a custar R$ 70 mil de aluguel.

É importante ressaltar que às vezes o circo tem apoio da prefeitura local, mas na maior parte das vezes conta com a bilheteria. Os artistas que atuam nos espetáculos também ficam na bilheteria, nas barracas de comida, vendem brinquedos, e, ao final do espetáculo, recolhem tudo e fazem até a limpeza. Porque essa é a natureza do circo, e basicamente é ela que mantém a lona em pé. Por isso, Kamila Stankowich considera que circos modernos como o Soleil não deveriam levar o nome “circo”. “Uma companhia gigante que recebe tanto incentivo não deveria ser chamada de circo, pois não segue suas tradições e nem deve saber das dificuldades do picadeiro.”

Mais de cem anos de histórias para contar
De origem romena, o Circo Stankowich mantém uma tradição de mais de um século de arte circense transmitida de geração para geração. Nos anos de 1850, Pedro Stankowich e sua família chegaram na América do Sul, fugindo de guerra que acontecia naquele momento na Europa. Em 1856, Pedro Stankowich chegou ao Brasil somente com os animais amestrados, pois tinha perdido o circo que já existia na Romênia, juntamente com várias famílias circenses que vieram para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. De lá pra cá, sete gerações da família cuidam para que as tradições circenses sejam preservadas.

Em tantos anos de estrada, o circo tem muitas histórias para contar e lembranças que revelam um pouco de cada povo. “Nas viagens não levamos apenas uma gigantesca lona, toneladas de equipamentos e muitas pessoas que vivem pela arte, mas carregamos principalmente muitos sonhos, ideais e um desmedido amor pelo nosso trabalho”, afirmou Kamila, acrescentando que a melhor parte de viver viajando é que, quando uma situação é ruim, sabe-se que em pouco tempo tudo vai mudar. Em compensação, pelo caminho ficam amigos, amores e momentos simples, como descobrir o nome do dono do mercadinho da esquina, já que para o circo a esquina é sempre diferente.

Serviço
O circo Stankowich está na avenida Ramiro Coleone (continuação da av. Pereira Barreto), Santo André. Os espetáculos são de terça a sexta-feira às 20h30 e aos sábados, domingos e feriados, às 15h30, 18h e 20h30. Os ingressos custam R$ 20 para crianças e R$ 40 para adultos.

Por Marina Bastos - ABCD Maior
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