NOTÍCIA ANTERIOR
Em vídeo, diretores dedicam o curta ''Frozen: Febre congelante'' aos fãs
PRÓXIMA NOTÍCIA
''50 Tons de Cinza'' mostra cuidado de não chocar público-alvo
DATA DA PUBLICAÇÃO 12/02/2015 | Cultura
Cinquenta tons de sedução
Cinquenta tons de sedução Foto de divulgação
Foto de divulgação
Assim como acontece com a maioria das adaptações de livros para os cinemas, há duas maneiras de analisar o filme: pela ótica de quem leu as obras e conhece melhor os personagens e a história, e pelo olhar de quem terá o primeiro contato com os protagonistas e seus dramas. Cinquenta Tons de Cinza, em cartaz na maioria das salas do País, não é diferente. Quem leu, sabe que a trilogia da britânica E.L.James é, antes de tudo, uma história de amor que se resume muito mais em um envolvente jogo de sedução entre o empresário bilionário Christian Grey e a estudante virgem Anastasia Steele do que sexo explícito. Claro que as cenas regadas a técnicas sadomasoquistas e de dominação e submissão são essenciais, mas o filme, assim como o livro, nunca teve a intenção de ser pornográfico. Justamente por isso ganhou classificação etária de 16 anos no Brasil, mas já foi banido da Malásia e Indonésia.

A versão cinematográfica tem sim nudez e sexo – logicamente com a câmera posicionada estrategicamente para não mostrar os órgãos sexuais dos atores – mas explora mais a química entre os personagens de Dakota Johnson e Jamie Dornan. Para muitas espectadoras, a cena do primeiro beijo entre os dois no elevador ou ainda a reunião de negócios para discutir os termos do contrato entre dominador e submissa podem ser muito mais excitantes do que a tão esperada transa no Quarto Vermelho da Dor. O que faltou mesmo para apimentar essa relação foram os termos mais ‘pesados’ usados nos diálogos do livro. ‘Não faço amor, f... com força’ é o mais picante que apareceu. Ninguém vai precisar ‘tirar os demônios do corpo’ depois de ver o filme – como sugeriu o bispo Edir Macedo – mas que a temperatura sobe é inegável.

Respondida a primeira grande questão polêmica da obra, dirigida por Sam Taylor-Johnson, o que resta é um filme comum, com uma trilha sonora bacana (que vai de Beyoncé, passa por Rolling Stones e Frank Sinatra e chega nas Bachianas Brasileiras nº 5 de Villa-Lobos) e uma surpreendente interpretação, especialmente, de Dakota Johnson, que apareceu na lista de apostas como o possível fracasso da saga, mas encarou bem o papel que lhe foi proposto: o de estudante inexperiente e destrambelhada que fica fascinada com o jovem rico dono de gostos singulares. Ela convence também na cena em que topa aguentar as fortes cintadas de Grey para tentar entender melhor o quão profundo é o trauma vivido pelo moço na infância. Já para Jamie Dornan, dotado de abençoado físico, não foi muito difícil entrar no sedutor sádico.

A participação dos outros personagens da trama, como a amiga Kate, os pais de Grey, a mãe de Anastasia e o colega José, passa despercebida, pelo menos no primeiro filme. Lembrando que as gravações do segundo Cinquenta Tons Mais Escuros devem começar em junho. As do terceiro, Cinquenta Tons de Liberdade, ainda não têm nem previsão.

Entre ‘9 1/2 Semanas de Amor’ e ‘Ninfomaníaca’ - Não é de hoje que dramas eróticos causam polêmica e despertam a atenção do público e da mídia. Cinquenta Tons de Cinza, que foi classificado como soft pornô pela crítica norte-americana, é apenas o assunto da vez em época que demora segundos para ter acesso a qualquer vídeo de sexo na internet.

Pode-se dizer que a primeira adaptação do livro de E.L. James para os cinemas tem ‘pegada mais forte’ se comparado ao clássico 9 1/2 Semanas de Amor (1986), especialmente nas cenas sadomasoquistas – embora a tomada em que Christian Grey diverte-se escorregando uma pedra de gelo pelo corpo e boca de Anastasia Steele seja muito parecida com a feita por Elizabeth e John, personagens de Mickey Rourke e Kim Basinger – e é bem menos impactante do que as duas partes do longa-metragem Ninfomaníaca (2013), de Lars von Trier, com Charlotte Gainsbourg no papel de uma viciada em sexo.

Não dá para esquecer outras centenas de títulos que também mexeram com o imaginário do telespectador, cada um na sua época. Para citar alguns, Último Tango em Paris (1972), Emmanuelle (original de 1974), Atração Fatal (1987), Lua de Fel (1992), Instinto Selvagem (1992), Proposta Indecente (1993), Invasão de Privacidade (1993), Assédio Sexual (1994), Garotas Selvagens (1997), De Olhos bem Fechados (1999), Segundas Intenções (1999) e Contos Proibidos do Marquês de Sade (2000).

Por Marcela Munhoz - Diário Online
Assine nosso Feed RSS
Últimas Notícias Gerais - Clique Aqui
As últimas | Cultura
25/09/2018 | Encontro com o passado
21/09/2018 | ''Sou muito feminino, isso é uma grande qualidade'', diz Chay Suede a Pedro Bial
20/09/2018 | Avril Lavigne lança Head Above Water, música sobre a doença a qual sofre
As mais lidas de Cultura
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda
Mauá Virtual
O Guia Virtual da Cidade

Todos os direitos reservados - 2024 - Desde 2003 à 7680 dias no ar.