NOTÍCIA ANTERIOR
Três dias após terremoto, haitianos estão sem comida e sem água
PRÓXIMA NOTÍCIA
Exército anuncia morte do 16º militar brasileiro no Haiti; brasileiros mortos são 18
DATA DA PUBLICAÇÃO 17/01/2010 | Internacional
Cinco dias após tremor, equipes enfrentam caos e violência para distribuir ajuda
Cinco dias após o terremoto de magnitude 7 que devastou o Haiti e com chances cada vez menores de encontrar sobreviventes nos escombros, as equipes de ajuda humanitária enviadas por diversos países enfrentam o caos, o aumento da violência e até mesmo a ação de gangues para tentar levar aos desabrigados suprimentos e mantimentos que chegam em toneladas ao aeroporto de Porto Príncipe.

Muitos haitianos, principalmente aqueles em áreas de colinas, de mais difícil acesso, ainda não viram a ajuda humanitária chegar. O desespero por água potável e comida é notável e os relatos de saques e de violência aumentam, principalmente à noite.

O mundo respondeu com um esforço em massa para ajudar os haitianos e aviões carregados de suprimentos e equipes de resgate chegam em intervalos de minutos no aeroporto danificado de Porto Príncipe. Mas, na cidade em que o presidente governa de uma delegacia, sem casa ou sede de governo, os haitianos simplesmente não têm infraestrutura para usar da melhor maneira esta ajuda.

Mesmo cinco dias após a tragédia, a coordenação da ajuda ainda é um desafio. O aeroporto não tem torre de controle, o porto está tão destruído que não pode receber barcos, as estradas estão bloqueadas por destroços e haitianos que temem ficar sob um telhado que pode vir abaixo e, mesmo para quem consegue passar, não há combustível.

Alguns membros das equipes de ajuda, afirma o jornal americano "New York Times", reclamam da prioridade imposta pela ONU (Organização das Nações Unidas), que focaria em retirar seus funcionários do país, resgatar possíveis sobreviventes de suas instalações e instalar suas tropas.

Reclamam também que os EUA atrasaram a chegada de aviões do Programa Mundial de Alimentos com comida, remédios e água por dois dias para a chegada de suas tropas e equipamentos e para repatriar americanos.

Mesmo quando os alimentos chegam ao aeroporto, os problemas persistem. Os americanos, que controlam o aeroporto desde quinta-feira (14), dizem que cerca de 180 toneladas de suprimentos foram entregues no aeroporto, e a maioria ainda espera ser entregue.

No gramado do que era o Palácio Presidencial, relata o jornal, cerca de 1.700 pessoas estão acampadas a espera de comida e água potável distribuídas pelas equipes de ajuda humanitária.

"Bem-vindos marines dos EUA. Nós precisamos de ajuda. Corpos aqui dentro", dizia uma placa em um prédio de Nazon, relata o jornal.

O último número do governo haitiano indicava que 25 mil corpos foram enterrados, pouco perto dos cerca de 140 mil que podem ter morrido na tragédia, segundo o próprio governo. As imagens de televisão mostram corpos visíveis sob os escombros e corpos mal cobertos nas calçadas. Mostram também a corrida desesperada quando vêem a ajuda se aproximar.

Hillary

Em meio ao aumento da tensão, o país caribenho recebeu a visita a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, a primeira autoridade do primeiro escalão do governo americano a ir ao Haiti.

Ela afirmou que seu país é "amigo e sócio" do Haiti e prometeu continuar ajudando nas tarefas de resgate e reconstrução do país, em coordenação com o governo local. Hillary também garantiu que as forças americanas ficarão no local "hoje, amanhã e previsivelmente no futuro."

A secretária destacou ainda que havia conversado com o presidente haitiano, Rene Préval, sobre a necessidade de restabelecer as comunicações, assim como os serviços de eletricidade e transporte. Estados Unidos e Haiti emitirão neste domingo um comunicado conjunto que delineará as tarefas básicas para a reconstrução do país.

Já o presidente americano, Barack Obama, disse que o terremoto no Haiti originou "uma das maiores operações de socorro" da história dos EUA. Hoje ele se reuniu com os ex-presidentes George W. Bush e Bill Clinton e anunciou a criação do "Fundo Clinton-Bush", que será comandado pelos dois e terá a missão de arrecadar doações para os haitianos.

Tragédia

O terremoto aconteceu às 16h53 desta terça-feira (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país.

Ainda não há um dado preciso sobre o número de mortos. A Organização Pan-americana de Saúde, ligada à ONU, diz que pode ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já o Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. Nesta sexta-feira, governo do Haiti afirmou estimar em 140 mil o total de vítimas.

Mais de 25 mil corpos de vítimas já foram enterrados, declarou neste sábado o primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive. "Vinte mil corpos foram oficialmente retirados pelo Estado, sem contar aqueles retirados pela Minustah [missão de paz da ONU no Haiti], pelas ONGs e pelos voluntários, que somam por volta de 5.000 a 6.000", declarou.

Segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, 17 brasileiros morreram no país --14 militares e mais três civis, entre eles a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa. O corpo de Costa foi encontrado neste sábado.

Mais 16 militares brasileiros ficaram feridos no terremoto. Eles chegaram ao Brasil nesta sexta-feira, e desde então estão internados no Hospital Geral do Exército, em São Paulo, para um período de quarentena.

Por Folha Online
Assine nosso Feed RSS
Últimas Notícias Gerais - Clique Aqui
As últimas | Internacional
20/09/2018 | Buscas por desaparecidos continuam nas Filipinas após passagem do tufão Mangkhut
19/09/2018 | Noiva morre após acidente com trator durante despedida de solteira na Áustria
18/09/2018 | Justiça da África do Sul legaliza o consumo privado de maconha
As mais lidas de Internacional
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda
Mauá Virtual
O Guia Virtual da Cidade

Todos os direitos reservados - 2024 - Desde 2003 à 7710 dias no ar.