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DATA DA PUBLICAÇÃO 24/08/2012 | Saúde e Ciência
Cientistas criam teste rápido para identificar medicamentos falsos
Cartão tem substâncias que reagem com o remédio e mudam de cor.

Teste foi feito para o paracetamol e deve ser adaptado para antibióticos.

Cientistas norte-americanos anunciaram nesta segunda-feira (20) a criação de um novo teste capaz de detectar rapidamente se um medicamento é falsificado ou legítimo.

O teste recebeu o nome de PAD, sigla em inglês para “dispositivo de análise em papel”, e foi apresentado durante o encontro anual da Sociedade Química Americana. Ele foi feito para comprovar a autenticidade de pílulas de paracetamol, uma substância usada para aliviar febre e as dores no corpo.

No entanto, os especialistas já têm planos para adaptá-lo a antibióticos e remédios contra a malária, o que seria de grande utilidade para a medicina. Organização Mundial da Saúde estima que, no mínimo, 10% dos medicamentos usados nos países em desenvolvimento sejam falsificados. Países como Quênia, Nigéria, Índia, Vietnã e Panamá já registraram mortes causadas por esse problema.

O teste criado pela equipe de Toni Barstis, da Faculdade Saint Mary, nos Estados Unidos, consiste em um cartão de papel com substâncias químicas que reagem com o medicamento. Quando a reação acontece, o cartão muda de cor e indica qual é a substância contida no medicamento.

Para fazer o teste, a pílula deve ser partida ao meio e esfregada no cartão. Em seguida, o cartão deve ser mergulhado em água, para que as substâncias presentes no comprimido penetrem e reajam com as do cartão. Quando isso acontece, o cartão muda de cor.

O processo leva menos de dez minutos e poderia ser usado por hospitais, clínicas e agências reguladoras. Por enquanto, os criadores estimam que o custo de produção vá ficar abaixo de US$ 1,50 – cerca de R$ 3. “Esses preços devem cair significativamente com a produção em escala e melhorias nos métodos de fabricação”, afirmou Barstis.

Os testes disponíveis para a identificação de remédios falsificados geralmente são feitos em laboratórios de países industrializados. Um lote suspeito encontrado na África precisa ser enviado para a Europa ou para os Estados Unidos, e o processo leva, ao todo, entre três e seis meses.
É uma ferramenta de classificação, e não um método de detecção completa"
Toni Barstis, criadora do PAD

“Nossa invenção não é analiticamente comparável aos métodos de alta tecnologia instrumental. É uma ferramenta de classificação, e não um método de detecção completa. Mas dada a grande falta de métodos instrumentais e cientistas treinados nos países em desenvolvimento, um teste rápido como o PAD é desesperadamente necessário”, completou Barstis.

Segundo a pesquisadora, o teste já poderá ser produzido em pequena escala dentro de um ano. O principal desafio dos produtores no momento é prolongar a validade do PAD e melhorar as condições de armazenamento. As primeiras remessas foram enviadas a colaboradores do projeto no Quênia.

'Para áreas remotas'
Para Anil Kumar Singh, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de São Paulo (USP) que não participou do projeto, a técnica pode ser comparada a um teste de gravidez de farmácia, que possibilitou a descoberta da gestação sem a necessidade de marcar uma consulta médica e agendar exames laboratoriais.

“Facilita principalmente para países onde não há tecnologia de ponta”, apontou o professor. Segundo ele, a ideia pode levar a uma identificação mais rápida e barata dos remédios falsificados, mas ainda precisa passar por mais exames para comprovar sua eficácia.

Só depois disso, os órgãos reguladores – no caso do Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – devem aprovar o uso do PAD ou de outras ferramentas semelhantes.

Singh, que é indiano, afirmou que a falsificação de medicamentos era mais comum antes da globalização, mas ainda existe, inclusive no Brasil. “É válido principalmente para as áreas mais remotas”, resumiu, sobre o teste.

Por Tadeu Meniconi Do G1, em São Paulo
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