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DATA DA PUBLICAÇÃO 08/06/2016 | Setecidades
Chuva deixa áreas de risco sob alerta
 Chuva deixa áreas de risco sob alerta Foto: Nario Barbosa/DGABC
Foto: Nario Barbosa/DGABC
“Quando ouvi o estrondo, só pensei em pegar meu filho e sair de casa”, relata a atendente Maiara Santiago dos Santos, 22 anos, moradora da Rua Alberto Zirlis, na Vila Lutécia, em Santo André, a respeito de deslizamento de terra que atingiu casa vizinha à sua na noite de segunda-feira. As fortes e atípicas chuvas que atingiram a região nos últimos dias ampliaram as chances de desmoronamento e também o medo de moradores de áreas de risco.

Levantamento feito em novembro de 2015 pela Defesa Civil regional, pelo menos 630 imóveis espalhados por seis cidades (exceto São Caetano) apresentam risco iminente de queda. Pelo menos três cidades – Santo André, São Bernardo e Mauá – registraram ocorrências de desmoronamentos de muro, deslizamentos de terra na segunda-feira. Famílias estão em alerta.

A atendente revela que estava em casa com o filho de 7 meses quando deslizamento de terra derrubou passarela que fica defronte sua residência e tombou o imóvel vizinho, que já havia sido interditado pela Defesa Civil da cidade. Maiara diz que a única opção foi buscar abrigo na vizinha. “Foi um susto. Dá para ver que a casa (da vizinha) está ainda mais inclinada. Vou para a casa da minhã mãe e nem sei se poderei voltar para cá.”

A Prefeitura iniciou a construção de muro de arrimo no local, porém, a obra está incompleta. “Prometeram erguer (o muro), mas ainda nada. Faz anos que está parado e ninguém nos informa o motivo”, reclama Maiara.

A dona de casa Maria Hilda Sousa Costa, 53, abrigou Maiara durante a noite de segunda-feira. Moradora do local há 25 anos, ela conta que as vistorias da Defesa Civil andreense são raras. “Do tempo que eu moro aqui só os vi uma vez. Aqui não há muitos deslizamentos, mas com essas chuvas estamos todos preocupados. Não tenho para onde ir, caso aconteça alguma tragédia.”

O medo vivido pelos residentes da Vila Lutécia é compartilhado pela população do bairro Golden Park, em São Bernardo. Desde fevereiro, pelo menos seis famílias que vivem na Rua Seis estão em área de risco para deslizamentos.

Proprietária de uma das casas que estão sob risco, a dona de casa Maria do Socorro Soares Santos, 42, lamenta. “Estou pedindo socorro. Não é por causa dos bens materiais, mas por causa das vidas que podem ser perdidas aqui. Tem mulheres grávidas e crianças no local, não podemos deixar do jeito que está. Meu marido já deixou o carro estacionado na rua, por medo de a garagem desabar e ontem (segunda-feira) nem dormimos por causa do medo.”

A família da administradora Cristina Martins, 30, também foi vítima da chuva. O muro que fica próximo à residência dela, situada na Rua Jesus de Nazareth, na Vila São José, em São Bernardo, cedeu e foi contido por dois carros. A queda, porém, já comprometeu parte da estrutura do imóvel. “Nós fomos obrigados a deixar nossa casa. Só almoçamos e fomos ao banheiro graças à solidariedade dos vizinhos. A Defesa Civil só fará nova vistoria amanhã (hoje). Até lá não podemos entrar em casa. Só estamos com os documentos.”

Outro município onde o som das chuvas representa perigo é Mauá. No bairro Boa Esperança, desde fevereiro a vida da família da auxiliar administrativa Raquel de Sousa Coelho Mattos Gois, 31, foi alterada por conta das más condições climáticas. Na época, as precipitações originaram desbarrancamento que atingiu o muro de trás de sua residência situada na Rua Pompeu Buzitto. Apesar de a edificação ter contido o barro, as chuvas dos últimos dias têm causado rachaduras na massa de lama. “Dá para notar que (o muro) vai cair a qualquer momento. Estou dormindo com meus filhos na sala para evitar uma tragédia.”

No Jardim Esperança, também na cidade mauaense, quatro casas foram parcialmente interditadas pela Defesa Civil após a queda do muro de um campo de futebol localizado na Rua José Domiciano Silva, situado no bairro Quarto Centenário, e que estava em obras. O fato, que aconteceu por volta das 19h de segunda-feira,provocou deslizamento de terra. Vizinhos temem que novo acidente aconteça, caso volte a chover forte. “Passamos a noite sem dormir, em vigília da chuva. E continuamos sem conseguir dormir, pois estamos com muito medo de que a terra ceda mais”, falou a aposentada Denise Moreira de Souza, 48 anos, que teve dois quartos e o quintal parcialmente interditados.

Na ocasião, dois cães de um vizinho ficaram soterrados. Por conta da chuva que persistiu por toda a noite e o risco de novos deslizamentos, homens do Corpo de Bombeiros só conseguiram fazer o resgate na tarde de ontem. Os animais não apresentavam ferimentos, mas foram encaminhados ao veterinário.

(colaborou Vanessa de Oliveira)

Prefeituras alegam monitorar locais problemáticos como forma de prevenção

As administrações das sete cidades informaram que as defesas civis realizam monitoramento constante nas áreas de risco já mapeadas.

Em Santo André, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) informou que desde 1º de junho, seis moradias foram interditado no Núcleo Vista Alegre. Em relação ao muro de arrimo, a administração destacou que foi realizada “obra pontual da região mais crítica e que a viabilidade de continuação da construção se dará no processo de urbanização da área, que ainda será elaborado”.

São Bernardo destacou que houve uma interdição parcial do quintal de imóvel localizado no bairro Ferrazópolis devido a desabamento de muro após as fortes chuvas.

Mauá interditou 22 casas parcialmente nos últimos dias, sem a necessidade de remoção. Em outros três imóveis que tiveram a estrutura comprometida, as famílias foram removidas e encaminhadas à Secretaria de Habitação para serem inseridas em auxílio social. Todas estão na casa de parentes. A Prefeitura destacou ter implantado estação robotizada e 100 sensores, que passaram a integrar o Plano Preventivo de Defesa Civil 2015/2016. A estação envia os sinais a serem refletidos pelos sensores distribuídos em áreas de risco do morro do Macuco/Chafik.

Diadema e Ribeirão Pires observaram que não houve necessidade de interdição de imóvel nem de remoção de nenhuma família recentemente.


Por Nelson Donato - Especial para o Diário
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