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DATA DA PUBLICAÇÃO 19/10/2007 | Setecidades
Choque retira estudantes da Fundação
A Tropa de Choque da Polícia Militar cumpriu na madrugada de ontem um mandado de reintegração de posse dos prédios da Fundação Santo André. O prédio da Fafil (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras), ocupado há 33 dias, foi invadido por 223 agentes. Havia cerca de 60 estudantes e professores dentro da faculdade. Eles não resistiram e saíram pacificamente, sem qualquer confronto.

A polícia tinha uma autorização especial da Justiça para cumprir o mandado naquele horário. O Código de Processos Civis prevê que ações como a que ocorreu na madrugada só sejam realizadas das 6h às 20h, em dias úteis, salvo quando há autorização específica de um juiz. O que ocorreu.

A ação da polícia foi planejada com 12 horas de antecedência. Os estudantes foram surpreendidos pela ação – os policias entraram por cima do prédio. Além do efeito surpresa, os estudantes ficaram sem reação devido ao grande número de policias (eram cinco soldados para cada manifestante).

“Agimos de acordo com o planejado. Estávamos bem preparados”, afirmou o comandante do Policiamento de Choque, coronel Joviano Conceição Lima.

A polícia levou consigo equipes dos bombeiros e do grupo de resgate, preparados para qualquer confronto com estudantes e para tentativas de incendiar o prédio.

“Já tínhamos combinado de não reagir. Mas foi uma surpresa. Eles vieram de cima, de onde menos esperávamos”, contou um estudante que não quis ter o nome revelado.

Os manifestantes foram acompanhados por policiais até a Avenida Prestes Maia. Segundo o coronel, foi feita a desocupação do campus inteiro para não haver chances de algum aluno continuar no prédio.

Processo
Após a retirada dos alunos, todos os estudantes foram qualificados pelo oficial de justiça que acompanhou a reintegração.

Os universitários que não estavam no processo movido pela reitoria da faculdade foram incluídos na ação. Agora, não podem mais ocupar a Fafil sob pena de multa diária de R$ 2 mil para cada um.

Suplicy promete visita à faculdade amanhã
Bruno Ribeiro - Diário do Grande ABC

O senador Eduardo Suplicy (PT) prometeu aos estudantes comparecer amanhã à faculdade. Ele repudiou a ação da Polícia Militar. Suplicy já havia sido contatado pelos manifestantes antes da reintegração de posse.

Durante a invasão da Tropa de Choque, o senador tentou falar com o coronel Joviano Conceição Lima, através do celular de uma professora. O coronel, entretanto, disse que não podia atendê-lo, pois estava concentrado na ação policial.

O senador tentou contato também com o reitor da Fundação, Odair Bermelho, mas seus telefonemas também não foram retornados.

Apesar do fim da ocupação, estudantes impedem aulas
Bruno Ribeiro - Diário do Grande ABC

Apesar de o site da Fundação Santo André informar que, com o fim da ocupação as aulas voltariam ao normal, ontem o que se viu na faculdade foram mais protestos.

Houve um enfrentamento entre estudantes do curso de Sistemas de Informação com o restante da Fafil. A turma de Sistemas queria ter aula normalmente, enquanto os demais quiseram manter a greve.

Para impedir que os manifestantes entrassem no prédio do Colégio da Fundação, onde as classes de Sistema têm aulas, os alunos montaram barricadas nas escadas.

Foi uma ocupação às avessas, dessa vez realizada por quem queria estudar. Foi criada uma comissão de alunos e professores, que dialogou com os estudantes do curso. Mas não houve acordo.

Os manifestantes prometem continuar a greve, independentemente do término da ocupação. Novas faixas pedindo a saída do reitor e repudiando a entrada da polícia na Fafil foram colocadas no prédio.

Nos demais prédios da Fundação, as aulas ocorreram normalmente. Os alunos da Faeng (Faculdade de Engenharia) fizeram uma assembléia, mas não foi votada a entrada das turmas do prédio na greve.

Grupo de alunos cobra Avamileno e vereadores
Bruno Ribeiro e Vanessa Selicani - Diário do Grande ABC

De manhã, após a desocupação, um grupo de dez estudantes da Fafil foi à procura do prefeito João Avamileno (PT) cobrar solução para o problema. Eles encontraram o prefeito no prédio da Sacadura Cabral, em um ato contra a construção da unidade da Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente).

Avamileno voltou a dizer que não pode interferir na decisão do Conselho Diretor, mas repudiou a entrada da Tropa de Choque para a reintegração de posse. “Foi horrível o que aconteceu. Tudo isso é horrível. Fiz o que pude pela Fundação Santo André.”

Os manifestantes não se deram por satisfeitos e, à tarde, seguiram à Câmara Municipal para mais protestos.

O grupo conseguiu a promessa de que a Comissão de Assuntos Relevantes da Câmara – que investiga a gestão do reitor da Fundação, Odair Bermelho – marcará uma reunião com o prefeito para pôr fim à crise da faculdade.

Os manifestantes acreditam que se o prefeito e os vereadores tomarem partido à favor do grupo, poderão obter maioria de votos no Conselho Diretor da Fundação e obter o impeachment do reitor. O conselho é composto de 15 membros. Câmara e Prefeitura têm, juntos, cinco votos no órgão.

Por Bruno Ribeiro, Vanessa Selicani e Tiago Silva - Diário do Grande ABC / Foto: Tiago Silva
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